segunda-feira, 30 de julho de 2012

Tia




Devo assumir que a ideia era simples e muito fácil de colocá-la em prática. Eu e Will concordamos logo de cara com a proposta de Claire, não havia como falhar, impossível, três jovens de 16 anos superestimando a inteligência um do outro essa era a verdade, maldita Claire!


Nós três éramos desde sempre melhores amigos, sabíamos absolutamente tudo um do outro, a única informação que mantive escondida era que eu já havia perdido minha virgindade com uma prima no ultimo verão, os dois não sabiam disso, Claire indiretamente expressara o desejo de perder a virgindade dela comigo...Me certifiquei que nenhum dos dois soubessem então para que o magia não fosse estragada, nutri durante os últimos três anos uma paixão incondicional por ela. Ainda bem...


O natal estava próximo e eu havia arrumado uma maneira de presentear meus entes queridos sem mexer no dinheiro das minhas drogas, trabalhava apenas para essa finalidade, sustentar meus vícios precoces. O caso foi o seguinte: A tia de Claire havia voltado da China com um lote de 60 notebooks para sua nova loja no centro da cidade, os mantinha então em seu porão juntamente com todos os outros utensílios da inauguração de seu novo comércio.


A mulher não comemorava o natal segundo nossa amiga, a família nunca a chamava para a festa familiar, uns diziam que tinha pacto com o Diabo e a outra metade afirmava que simplesmente não acreditava em Jesus, logo não via sentido em tal celebração.
Mas Claire nos confidenciou que o real motivo da não comemoração da data festiva se dava a razão de ter perdido sua irmã mais velha e seu noivo em um acidente de carro. Sem as duas pessoas mais importantes de sua vida ela se tornou mesquinha e intragável, a própria amargura em pessoa, desprezava a ajuda de seus familiares e passara a se distanciar de um por um sempre os ferindo, cutucando as feridas mais profundas, a única que mantinha ainda uma relação com a megera era sua sobrinha, minha amiga.


Não deixando então brecha para que Will e eu sentíssemos qualquer tipo de pena dela, poderíamos levar os notebooks, revende-los e tudo estaria certo.
Claire entendia seu sofrimento, porém não era de seu feitio se importar muito com a dor alheia, apesar de gostar de sua tia, tinha um pequeno ódio no peito, pois sua família passava sempre por dificuldades, titia tinha muito dinheiro e não ajudava a NENHUM deles com uma única moeda, porém fazia questão de agradar a única que sempre estivera do seu lado.
Invadiríamos sua casa na véspera de natal, a mesma estaria no Japão, a família julgou que seria a negócios com a iminência da abertura de sua loja, mas Claire sabia que no Japão praticamente não se comemorava o Natal, não havia enfeites pelas cidades, ceias, e o mais importante, não haveria lembranças de sua irmã e noivo...


Naquele inicio de noite me encontrei primeiramente com Will, antes de por o plano em pratica, bebemos, fumamos e nos drogamos um pouco para encarar a “missão” mais tranquilos, Claire se ocupara de vigiar a residência e se certificar que tudo daria certo.
Usei um telefone público para contatá-la e confirmar o próximo passo de nossa investida, minha adrenalina estava a mil, tinha esperança também que nessa mesma noite pudesse transar com Claire, afinal a casa estaria vazia e Will estava muito chapado, nem parecia ele mesmo, não chegamos a abusar.


Chegando então ao quarteirão, percebi que a casa onde Claire estava nos esperando era a única sem enfeites e iluminação de natal, provocando uma pontada de tristeza em meu peito... Assim que nos avistou fez um sinal com a cabeça para que seguíssemos diretamente para o quintal dos fundos, me senti mais seguro quando vi que as casas tinham uma boa distância umas das outras, não teríamos problemas com os sons que pudéssemos produzir invadindo o local.


No quintal de trás então nos encontramos, ela sorriu de imediato quando viu o estado em que 
Will se encontrava que lançou seu olhar ao jardim de flores carmesim e parecia ter entrado em um transe único e extremamente pessoal. Ao se aproximar de mim ela me cumprimentou com um beijo na bochecha bem próximo aos meus lábios, e “sem querer” encostou sua mão esquerda levemente lá...lá embaixo. Como quem quisesse a me encorajar a não desistir, talvez eu fosse recompensado mais tarde.


Entramos pela porta da cozinha, Claire tinha a chave, não entramos pela frente por motivos óbvios, assim que coloquei meus pés no local, senti a verdade em volta de mim, aquela mulher não comemorava o natal por ser adoradora de Lúcifer, tive certeza, as esculturas, os quadros, símbolos, como se Claire soubesse o que passava na minha cabeça tentou me tranquilizar: “Ela coleciona artefatos também, não deixe se enganar...” Tentei acreditar nela, minhas pernas não deixavam, tremiam descontroladamente. Virei para trás para que Will me encorajasse a sair dali também, mas ele permanecia quieto, a combinação das drogas e das bebidas caiu muito mal pra ele... justo naquela noite... ele apenas bufava e respirava rapidamente, seus passos estavam pesados. Tirei o celular do bolso para provocar um mínimo de iluminação, é difícil se guiar em um lugar desconhecido no escuro, ainda mais quando você esta se borrando de medo, ascender qualquer luz do local, até mesmo uma vela poderia levantar suspeita na vizinhança, ainda que as casa fossem distantes e a iluminação fosse típica do natal, poderia alertar qualquer um, durante 7 anos seguidos aquela casa ficava vazia nessa época.


Atingimos a sala de estar, Will tomou a frente, como se conhecesse muito bem o local e se atirou no sofá, encobriu seu rosto com a touca da blusa e ficou ali, estava passando mal, eu sabia, a droga também estava trabalhando seus efeitos em mim, como sempre meus sentimentos se amplificavam ao usa-las, só assim conseguia escrever meus poemas. Claire sussurrou no pé de meu ouvido fazendo meu corpo inteiro se arrepiar: “Nós vamos perder a virgindade hoje, não posso esperar mais!” O poder que uma mulher tem sobre um homem apaixonado, só é possível saber quando se passa por isso, cada célula do meu corpo queria acabar com isso rapidamente apenas para chegar as vias de fato.
Com seu corpo roçando levemente ao meu continuou sussurrando em meu ouvido: “Vamos fazer isso hoje, e depois de conseguir dinheiro com os notebooks, vamos alugar um quarto em um hotel 5 estrelas e passar uma semana inteira lá, fazendo a mesma coisa” não podia estar mais excitado.


Foi me conduzindo até o porão, eu ia atrás dela iluminando meus passos com o celular, e a sensação ruim que tive quando pus meus pés ali me dominara outra vez, não tinha coragem de olhar ao meu redor, as drogas me ajudavam com minha inspiração, mas também intensificava TODOS meus sentimentos e percepções, ampliar aquele pânico que me assolava poderia me levar a um ataque do coração na véspera de completar 17 anos, seria injusto.


Ela tomou a frente de forma muito rápida, quando iniciei a descida dos degraus já havia 
perdido de vista e não ouvira mais, seus passos, chamei por ela baixinho e ouvi um “aqui” no meio da escuridão, segui o som da melhor maneira que pude e esperei por outro contato, assim que abri a boca para chama-la novamente, a voz irrompeu : “vou buscar o Will, é muito peso pra nós dois” Iluminei sua face e concordei com o que dissera. “enquanto isso vai procurando com o celular os notebooks, cuidado para não tropeçar no meio das tralhas”
Ouvi Claire se distanciando, queria acabar logo com isso, queria muito “perder minha virgindade” com ela, bom, esta seria minha primeira vez com a mulher pela qual estou apaixonado, com a minha prima eu diria que contou apenas para aliviar essa tensão pré-sexo logo de uma vez.


Fui iluminando com o meu celular e não conseguia achar nada, o local parecia ser muito vasto, percebi até um pouco de eco, o que era muito estranho, decidi voltar para alcançar Claire, era a única que conhecia bem o território, assim que me virei ouvi o estrondo da porta do porão fechando, as luzes se acenderam instantaneamente, foi como uma tijolada na cabeça, meus olhos já estavam acostumados a escuridão a muito tempo, demorei para retomar o foco ocular.


Claire estava no inicio da escadaria, passou a chave pela porta, Will estava apoiado em seu ombro, com dificuldade de se manter em pé.
“Aqui esta titia, te trouxe dois rapazes virgens” Senti uma movimentação atrás de mim, ao me virar visualizei uma mulher sentada no chão próxima a algo que parecia um altar simples, alguns símbolos que nunca vi, juntamente com a figura de uma cabra de barba muito longa.Claire veio descendo trazendo William vagarosamente, não consegui proferia uma só palavra, mas entendi a pegadinha que ela tramou afinal, Will que já se drogara tantas vezes comigo não seria derrubado só com aquilo. “Eu amarro esse dai Claire, trata de amarrar esse seu amorzinho com cara de mocinha” Comecei a rir, ela tinha pregado uma peça e tanto em mim, junto com Will, aquele safado, ela entrou na dança e veio rindo em direção a mim, enquanto a tia prendia meu amigo a duas argolas de metal que saiam da parede, parecia usar tiras de couro cru.


Apesar de saber que era brincadeira, meu corpo estava gelado, como se tivesse nu em uma piscina ao ar livre no inverno, ainda estava assustado e influenciado pela droga. Claire fez menção de me abraçar e eu deixei, sabia que eles estavam prestes a rir de mim no minuto que me entregasse ao desespero, me mantive forte e me sobrepus, ainda que um pouco aos efeitos das drogas, em seus braços, eu senti que meu corpo começara a esquentar, partindo de meu abdômen, era como se o calor de seu carinho escorresse por mim, muito quente.
E escorrera mesmo, com a luzes acesas vi meu sangue manchando minha camisa cor de abobora, ganhando espaço através da minha calça jeans, atingi o solo confuso como nunca estive, nem o turbilhão de hormônios no auge de minha adolescência me proporcionara tal sentimento, minha face estava virada ao local onde Will foi preso, a mulher dizia palavras estranhas e manchava o rosto dele com sangue, exclamou de repente “Ah! Nada como o gosto da pureza em um adolescente cheio de malicia” Com um punhal atravessara a garganta dele e conduzira o instrumento até perto de sua bexiga, não senti a morte do meu amigo de imediato pois estava preocupado em reunir forças para minha sobrevivência, e ela que por si só É um ato de extremo egoísmo!


Chamei por Claire e nada, chamei mais uma vez clamando misericórdia, também não fui atendido, se talvez tivesse uma chance, só talvez, eu poderia me levantar e correr para fora do porão, a única coisa que me mantinha consciente no momento era a vontade de saber a verdade, queria também a ceia com minha família, que merda! Pensando em ceia, acho que então a “titia” comemorava o natal de uma forma diferente, talvez uma forma pagã, ou algo do tipo, me lembro de algo parecido nas aulas de história da professora Regina.


Minha dor aliviara um pouco, provavelmente por ajuda da droga que dominara de vez meu sistema, ou já estava a beira da morte. A mulher começou a caminhar em direção a mim, seu braço estava estendido, vinha com a mão molhada de sangue para desenhar os mesmos símbolos que desenhara na cabeça do William e começar a sua reza estranha outra vez, me arrependi todos meus pecados, das mentiras, das drogas, e da atenção que deixei de dar a minha família, e por ultimo pelo amor platônico que desenvolvi por Claire.


Aquela figura se aproximava com um sorriso indescritivelmente insano, parecia que eu tinha parado de sangrar, pois senti toda aquela frieza em meu corpo novamente, seus passos produziam um eco semelhante a cascos, talvez tenha até calçado seu melhor salto alto para a ocasião. Se agachou perto de mim e ao tocar em minha testa com as pontas de seus dedos seu sorriso se desfez na mesma hora, ergueu seu rosto acima de mim, revelando então a posição de Claire.


“ESTE NÃO É PURO SUA PUTINHA INÚTIL” Hmmm, tenho certeza que estava delirando devido a perda de sangue, poderia jurar que a voz da “titia” era composta por uma outra voz masculina rouca por trás do tom verdadeiro, como uma voz dupla, um eco que soasse ao mesmo tempo com a voz original. Senti um tom de choro nas frases daquela maldita Claire: “IMPOSSÍVEL, POR MESES EU FIZ COM QUE ELE ACREDITASSE QUE NÓS PERDERIAMOS NOSSA VIRGINDADE, ELE É PURO MINHA DEUSA, ELE SÓ SE ENTREGARIA A MIM” A mulher se levantara e fora de encontro a Claire, não pude ver, apenas sabia que estavam atrás de mim, uma discussão começou junto com a perda de minha consciência, o ambiente ficou escuro novamente e fechei meus olhos apenas para descansar da minha respiração ofegante. Abri meus olhos no que pareceu instantes depois e estava todo remendado em uma cama de hospital, virei o rosto vagarosamente para a esquerda e consegui focar minha mãe em uma cadeira ao meu lado, segurava tão forte seu terço que parecia que o objeto fazia parte de seu corpo.


Minha boca estava seca, senti meus lábios rachados: “Mãe... e o Will?” assim que proferi minhas primeiras palavras ela se levantara e viera me abraçar, chorou com a cabeça recostada em meu peito durante alguns minutos e disse : “O Will não veio te visitar porque viajou com a família dele, lembra? Você só está aqui a dois dias” eu rebati “Não mãe, nós estávamos no porão, junto com a Claire e a tia dela” ela ficou envergonhada, tomou fôlego para dizer de uma só vez: “ Essa foi a versão que você deu a policia querido, você foi achado no meio da rua com este furo na barriga, não tinha porão, Will viajou com a família a algumas semanas e a Claire esta no Japão com a tia dela, não tem como tudo isso ter acontecido, você teve uma overdose, antes disso provavelmente se envolveu em uma briga ou foi assaltado, você nunca esteve naquele porão muito menos naquela casa” Discuti com ela durante um tempo, até que um enfermeiro entrou e tirou minha mãe do quarto dizendo que eu precisava de repouso. Recebi alta 9 dias depois, fui até a residência de Will e ninguém se encontrava no local, procurei saber o que tinha acontecido a Claire e a família alegara que ela estava morando no exterior com a tia. Tudo contribuía contra a minha história, esperei pelo anoitecer e visitei novamente, pela segunda vez a casa da tia dela, ascendi as luzes do porão e reconheci de imediato as duas argolas na parede que serviram de “cárcere” para meu amigo, eu estive aqui, não me lembro do que relatei a força policial quando fui encontrado, hoje sou tachado como um viciado em recuperação, mas eu sei a verdade, se eu nunca estivesse vindo a este porão não haveria como saber daquelas argolas na parede, perdi meu melhor amigo e a mulher que amava, me mantive vivo por uma mentira, nunca ter contado que perdi a virgindade, apesar da mentira ter perna curta, foi a mesma que prolongou a minha vida. Sinto falta do Will,muita falta, e muito ódio da Claire.

Creepypasta Pefeita


Quantas creepypastas você já leu? Quantas vezes você procurou em diversos sites a creepypasta perfeita, a que mais te assustaria, ou ao menos te deixaria pensativo?

Bem, com as creepys, você descobre muita coisa. Que existe um lado obscuro da internet, que há milhões de casos estranhos pelo mundo, mistérios sem resolução. Você descobre que games podem ser perigosos, e inocentes desenhos animados escondem seu lado satânico.  

Você descobre que o seu artista favorito pode ter um pacto com o demônio, e músicas que revelam isso.

Você descobre mensagens subliminares nas coisas mais improváveis, e você conhece correntes que não te salvarão nem se você enviá-las para todos os seus amigos. Você descobre fotos amaldiçoadas, vídeos bizarros e sem explicação.

E você também descobre coisas bem mais interessantes que tudo isso. Você descobre que talvez você não comande suas ações, que você não é... você. Que você não tem pensamentos próprios, ou que sua vida só passa de uma lembrança.

Você lê tudo isso porque gosta de sentir medo. Porque gosta de pensar sobre certas coisas, porque gosta do perigo.

Você encara todas as creepys como falsas, mas... e se alguma delas, alguma que você ainda não encontrou, seja verdadeira?

E se você ainda não encontrou, porque ela não existe? Porque é você quem vai criar, ou melhor, contar?

E se aqueles relatos de pessoas apavoradas não forem realmente falsos?

E se algum dia for VOCÊ no lugar delas... ?

E se algum dia, você descobrir que a creepypasta perfeita é o que está por trás da sua vida... da NOSSA vida?

E se algum dia, você relatar um experimento chocante com o sobrenatural na internet, e todos encararem como algo falso?

Como mais uma creepypasta.

E se a creepypasta perfeita for você?

Era Uma Vez Em 1997


Um homem bateu na minha porta. Eu o atendi.
Ele me falara uma coisa impensável.
Ele me dissera que: Se eu pegasse em sua mão me daria tudo e qualquer coisa que há na terra.
Não sabia se aquilo era humano. 
A minha reação foi empurra-lo para fora da minha casa.
Dizem que os olhos são o espelho da alma.
Aquele sujeito tinha uma chama no lugar dos olhos. Logo se percebe que ele não tinha alma.


sábado, 28 de julho de 2012

O Ônibus


Eu nunca me senti completa. Nunca estive satisfeita. Mas também nunca me interessei em fazer algo para mudar. Quando Robert, meu esposo não estava comigo, o que cuidava da minha ansiedade era passear com Billy. E ainda evitava que ele fizesse suas necessidades pela casa obviamente.

Eu fazia esse passeio pelas redondezas toda madrugada. Pelo menos até aquele dia. Eram 1 e 45 da manha, um babaca freou bem em cima de nós, por pouco não nos acertou. Apesar do susto o que mexeu comigo não foi isso, e sim aquele ônibus verde que apareceu. Lotado de passageiros, o motorista com cabelo milimetricamente penteado, com um sorriso que parecia sugar toda minha coragem. Ele estacionou, abriu a porta da frente e desceu.

- Está na hora de vir conosco Clarisse.
Ele disse com um tom acolhedor e ao mesmo tempo frio. Eu não entendia como ele sabia meu nome, nem porque passara por ali, já que havia nenhuma linha de ônibus nessa rua. Entre o medo, a desconfiança e a curiosidade, tudo que pude responder foi:
- Não, obrigado.
Virei-me e voltei para casa. Meu marido já havia chegado.
- Onde você estava amor?
- Fui passear com o cachorro.
- A essa hora de novo amor? Amor? Ei!
- Desculpe.
- O que foi?
- Robert, qual linha de ônibus passa na rua aqui em frente a nossa casa?
- Nenhuma amor. Faz quatro anos que moramos aqui e nunca passou sequer um ônibus, e caso alguma linha fosse criada aqui, acho que saberíamos. Por quê?
- Um ônibus parou pra mim hoje. E o motorista sabia o meu nome.
- O que? Como assim?
- Eu também não sei.
- Olha amor, você anda muito estressada com os preparativos do nosso casamento, ainda decidiu parar com seu remédio para ansiedade.
- Você está dizendo que eu sou louca? Eu não vi coisa. Era um ônibus, um ônibus de verdade.
- Não estou dizendo que não era amor. Apenas durma um pouco, descanse. Amanha vai perceber que pode ter sido algo da sua cabeça.
Fui-me deitar furiosa, mas sem admitir que o que ele disse fazia mais sentido. E realmente, acordei no dia seguinte mais leve e feliz por saber que finalmente seria o dia de escolher o vestido.
O olhar das moças do ateliê eram os juízes da minha escolha. Se eu escolhesse um que fizesse os olhos de todas elas brilharem, esse era o certo.
- O que é isso no seu nariz Clarisse?
Uma senhora me questionou com espanto.
- O que?
Minha calma e leveza foram embora quando levei as mãos ao rosto e percebi que o sangue escorria pelo meu nariz. Senti-me sufocada. Precisava de ar e por isso corri para fora da loja. Lá fora estava ele me esperando. Aquele mesmo ônibus. Os mesmos passageiros. E o mesmo motorista parado na porta com seu sorriso.
- Eu não posso esperar mais Clarisse. É hora de vir conosco.
- Não! Você não vai me levar!

Naquele momento tudo fez sentido. Talvez aquele carro... Aquele carro não "quase" me acertou. Aquele carro me atropelou. É isso. Estou morta, não me resta nada a não ser me entregar. Mas agora não, agora eu tenho tudo. Vou me casar. Não posso abandonar tudo isso. E não vou! Voltei para dentro da loja.
- Moça, chame a policia, por favor!
- O que houve minha jovem?
- Aquele homem está me perseguindo!
- Quem?
- Aquele dentro do onib...
Era até óbvio. O ônibus não estava mais lá.
- Menina, sente-se. O que aconteceu? Seu nariz está sangrando.
Aquela gentil senhora limpava meu rosto e eu sequer podia sentir suas mãos. A imagem do ônibus, aquele sorriso macabro, nada daquilo deixava minha mente a sós por sequer um segundo. Acho melhor ir pra casa. Um banho deve esfriar minha cabeça.
A água fria pelo meu corpo me dava uma falsa sensação de alívio. Saí do banho e fui me secar. Meu cachorro me olhava quase implorando para passear.
- Desculpe Billy, você sabe quem está lá fora esperando por mim.
Será que esse seria o meu destino? Presa dentro de casa, com medo de um ônibus que sequer existe. Presa na dúvida. A vida é minha e ninguém pode me tomar. Pela primeira vez eu não senti medo. Eu estava pronta pra enfrentar tudo aquilo. Eu não podia fugir mais. O medo deu lugar à confiança. Aprontei Billy, pus um casaco e saí. Já era tarde mesmo, quase duas da manha. Depois de uma pequena caminhada, lá estava ele me esperando. Vi o ônibus fazer uma curva e vir até a mim. Ele estacionou e como sempre, o motorista desceu.
- Clarisse, não seja egoísta, você não é a única aqui. Você tem que vir conosco.
- Não, eu não vou!
- Você tem certeza?
- Tenho!

Eu gritava tão determinada que não percebi que Billy escapava das minhas mãos e entrava no ônibus.
- Não Billy, vem cá! Devolva meu cachorro!
- Não posso Clarisse, foi ele quem escolheu.
Eu não sabia se devia continuar e deixa-lo, eu o amava demais. Mas manti minha posição.
- Eu não vou! Essa é a minha vida eu escolho!
- Não Clarisse... Essa não é a sua vida. É a vida que você poderia ter tido...
O homem voltou para seu banco, fechou a porta e foi embora. Acho que agora sim, está tudo resolvido. Nunca mais verei aquele maldito ônibus. Sinto-me mais leve, porém de um jeito estranho. Toda aquela preocupação e ansiedade se foram, agora eu só vejo uma luz. Uma luz intensa. Finalmente eu acho que terei paz.

-

- Minha nossa, que horrível!
- Eu a conheço, ela se chama Clarisse, é minha vizinha.
- Esperem! O cachorro está vivo, isso só pode ser um milagre

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Trabalho

Desculpem pessoal por não ter postado muito essa semana, é porque eu consegui um emprego e está meio difícil eu conseguir postar.
Mas eu prometo que este final de semana vai ter muito mais contos,
espero que vocês não fiquem chateados! 

domingo, 22 de julho de 2012

Quer Brincar?


Sua mãe saiu já faz um tempo e, seu pai, esta trabalhando. Você esta sozinho em casa, no computador. Esta um silêncio maior que o comum mais isso não te incomoda. Barulhos estranhos começam a vir do quarto e, sem pensar você vai ver o que é. Entra no quarto e vê seu irmão menor sentado no chão. Ele esta sujo de algo vermelho... Seria sangue? Em suas mãos a um pedaço de tecido rasgado muito parecido com o do vestido que sua mãe estava usando. Ele se vira lentamente em sua direção e você pode ver que ele esta mais pálido que o normal, seus olhos negros, e seu sorriso com dentes brancos e afiados mostra uma estranha mistura de satisfação e desejo. Ele olha fixamente para você e com o mesmo sorriso malicioso diz:


- Quer brincar?

E então se lembra: Você não tem um irmão mais novo.

Ângelo


Meu nome é Júlio, tenho 16 anos e... Ainda estou muito confuso pelo o que aconteceu... Não consegui entender ainda. Minha família foi viajar uns dias atrás, e eu estava mexendo no meu PC tranquilamente. Estava na internet, vendo vídeos, visitando alguns blogs, coisas normais que qualquer pessoa normal que use internet faz. De repente o telefone tocou. Detesto ter que deixar de fazer minhas coisas para atender o telefone, mas lá fui eu atender.


- Alô, quem é?
- Me chamo Marina, gostaria de falar com o Ângelo. Quem fala? É o Ângelo? 
- Não, me chamo Júlio. E não tem ninguém chamado "Ângelo" aqui.
- Mhh... Foi engano, então. Desculpe. Tchau.


  Voltei nervoso para o PC. Odeio atender o telefone, principalmente quando é a toa. Eu decidi tirar logo a tomada do telefone.
Estava lá eu feliz vagando pela internet quando recebo um email de um tal de "silva.ange1o55@gmail.com". O email era sem assunto e o corpo tinha apenas a palavra "OI". Achei estranho, mas deletei na hora. Provavelmente spam ou alguém que não tem nada pra fazer me mandou isso. 


   Continuei na internet tranquilamente. De repente recebi outro e-mail igual, da mesma pessoa. Eu exclui de novo. Antes mesmo de sair da página, recebi outro. E depois outro, e outro. Eu fiquei lá parado com cara de bosta apenas observando essa chuva de e-mails, e não fazia nada. Quando finalmente parou, vi que o mesmo desgraçado me enviou 50 vezes o maldito e-mail. Fui excluindo um por um, e todos eram a mesma coisa, menos o último. A mensagem do último era "NÃO FOI ENGANO NÃO". Eu me arrepiei quando vi essa porra e logo em seguida parei pra ler direito o nome do cara que estava enviando os e-mails. "silva.ANGE1O55". A mulher que ligou pra cá queria falar com um tal de Ângelo. 
  Não. Na hora pensei que aquilo só podia ser pegadinha de algum amigo meu. Não fazia sentido nenhum. Confuso, a única coisa que eu pensei foi fazer um filtro pra bloquear qualquer e-mail que viesse desse cara. Continuei mexendo no computador, mas não conseguia parar de pensar em toda aquela situação. Eu estava quase esquecendo isso, quando de repente a força acabou, e eu levei um susto do caralho.


  Pra piorar a situação, meu celular toca, e meu coração quase sai pelo nariz. Vi que era um número da minha irmã, e fiquei mais tranquilo. Atendi.


 - Alô, Sofia? Porra, tá acontecendo uma merda muito estranha aqui.
- ....
- Sofia?
- OI.


  E o celular desligou. Nessa hora eu senti o pior calafrio da minha vida toda. Peguei o celular e liguei para o número da minha irmã. Não consegui acreditar na hora, mas eu ouvi o toque do celular dela vindo de seu quarto. Nessa hora, meu coração estava batendo tão rápido que parecia que ia saltar pra fora do meu corpo. Eu comecei a suar horrivelmente. Tinha alguém na minha casa! Por alguma razão meu instinto me mandou ir até o quarto dela. E eu fui.
  Decidi atender o celular. Ouvi silêncio por uns 10 segundos. Eu estava tremendo pra caralho. Estava prestes a desligar ele, quando de repente eu ouvi aquela voz maldita:


- OI. Estou chegando aí.


 Nesse momento não pensei em mais nada: Abri a janela e pulei. Saí correndo da minha casa como se não houvesse amanhã. Deixei tudo lá. Liguei pra polícia e disse que tinha um cara na minha casa, e não fazia ideia de como ele tinha entrado lá. A polícia chegou, e como em toda a situação parecida, eles não acharam nada. Aí eu lembrei da tal Marina que tinha me ligado. Decidi ligar para ela pela delegacia.


- Alô, quem é?
- QUEM É ÂNGELO?
- Calma! Quem é que está falando aí?
- SOU O JÚLIO! Não lembra não?
- Ah... Mhh... Ah tá. Por que você está ligando?
- QUEM É ÂNGELO, PORRA?!
- Não sei. É um cara que ficava ligando pra mim e falando umas coisas estranhas. Uma hora fiquei cansada e decidi retornar. 
- Desde quando ele ficava te ligando?
- Ele começou há dois dias. O número dele ERA EXATAMENTE O MESMO QUE O SEU. Achei estranho e decidi apenas bloquear o seu telefone.
- O mesmo que o meu? ELE COMEÇOU HÁ DOIS DIAS?
- É, por que você está tão nervoso?
- Olha, eu apenas sugiro que você mude de casa agora!


Eu ainda não consigo acreditar... Um cara ficou escondido na minha casa por DOIS DIAS, E EU NÃO VI! Neste momento estou na casa dos meus tios. Ela não fica muito longe de minha casa. Minha família já foi avisada do acontecido. Eu tenho certeza que esse cara sabe onde eu estou! Fiquei sabendo que a tal Marina foi atacada por esse Ângelo pouco depois de eu ter ligado pra ela. O marido dela foi morto. 


  Ainda não consigo acreditar que fiquei tão perto dele por dois dias! Agora eu estou desconfiando de todo os lugares! Mesmo se eu for para a CHINA, eu ainda vou sentir que ele está perto de mim. Espero que ele seja pego em breve. Não aguento mais, estou ficando louco!

sábado, 21 de julho de 2012

O Manequim


1º de junho, 1922 
Querido diário,
Minha mãe me deu um manequim para pôr meus acessórios na vitrine da loja. É estranhamente pesado para um manequim, mas um manequim afinal de contas. Agradeci muito, já que provavelmente atrairá mais mulheres para minha loja de roupas.

5 de junho, 1922
Querido diário,
Eu estava trabalhando na loja hoje quando um cliente alarmado me disse que o manequim o estava encarando. Isto é estranho, já que o manequim não possui olhos. Apenas uma face em branco. Fui verificar o manequim, e pareceu mesmo que ele estava me encarando intensamente. Estranho.

6 de junho, 1922
Querido diário,
Hoje o dono da loja de penhores vizinha sumiu. Fiquei triste, já que éramos amigos. Também parece que meu manequim desapareceu. Deve estar nos fundos.

7 de junho, 1922
Querido diário,
Achei meu manequim. Algum louco o vestiu com as roupas do dono da loja de penhores e o colocou do outro lado da janela! Eu sou agora suspeita de assassinato do pobre homem! Isso é completamente absurdo! Eu mal posso esperar até ele ser encontrado!

15 de junho, 1922
Querido diário,
Hoje eles declararam o pobre homem como morto. Eu sou a maior suspeita de tê-lo assassinado. Estou muito assustada! Porque a polícia pensa que fui eu?!

1º de julho, 1922
Não

3 de julho, 1922
Alguém arrancou uma folha inteira do meu diário. Para substituir a página, resumirei o final de junho. Minha irmã está desaparecida. Novamente, algum assassino cruel colocou as roupas no meu manequim! Meus clientes continuam me contando histórias de manequins encarando, e agora fazendo expressões faciais para eles. Eu vou tirar este manequim daqui e vendê-lo, está assustando os clientes.

4 de julho, 1922
Você vai se arrepender disso

5 de julho, 1922
Algo está acontecendo. O manequim foi movido até o fundo da loja. Eu ouço pessoas batendo na minha porta à noite, minha janela foi arrombada. Eu ainda não achei um comprador para o manequim. Eu mandei um anúncio para o jornal, mas alguém trocou-o pelas palavras "Não não não não não não!".

10 de julho, 1922
Minha mãe! Ela desapareceu também! Independente do lugar onde fico na loja, o manequim agora não para de me encarar! Minha pobre mãe! Onde será que ela está?

17 de julho, 1922
As roupas dela! As roupas dela NO MANEQUIM! Eu não acredito que me tomou tanto tempo para entender, mas eu acho que é o manequim!

18 de julho, 1922
MORRA
-

Esse diário era um dos itens encontrados na casa da desaparecida Mary Stanfield. Suas roupas foram encontradas no manequim de sua loja. O manequim foi vendido a um novo dono em NY.

Respeite seus pais



Não vou dizer se é real ou não, pois cada um pode entender de diferentes jeitos,
Mas sem duvida é atormentador, a historia de Luiz, o filho ingrato.
Foi encontrado em forma de diário nas ruinas de uma casa condenada.
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05/04/1912
Entro em meu quarto bufando de raiva e ódio, sei que para alguém de minha idade não é normal sentir isso, mas ainda sim eu sinto, quem ela pensa que é gritando comigo daquele jeito?  Ela se acha a dona da razão, quer sempre estar certa e sempre me dar ordens, meu pai sim era um grande homem, mas desde que ele morreu, ela não faz outra coisa se não mandar em mim, queria fugir, e fico feliz por faltar apenas dois anos para eu completar a maior idade e sair daqui,

06/04/1912
Bah. Odeio escrever esse diário, mas meu professor me disse que seria uma boa colocar meus pensamentos em algum lugar. Que raiva, hoje ela me disse para ajudar nas tarefas domésticas, ela não vê que eu estudo e trabalho meio período?  O que mais ela quer de mim?


08/04/1912
HAHAHA, ela me disse que me ama e que se preocupa comigo, que só quer o meu bem.
Pro inferno com isso, a única coisa que eu quero é sair um pouco da presença dela, vou até a biblioteca ler alguma coisa, afinal lá deve ser melhor do que aqui.


09/04/1912
Legal, encontrei um livro de espíritos, tem bastante coisas aqui, até um ritual para libertar almas condenadas. Minha mãe diz não querer que eu leia isso, tomou o livro de mim e o escondeu na estante. Eu sei que ele está lá é só uma questão de tempo até ela ir as compras, e me deixar aqui sozinho.


10/04/1912
Como sempre me deixei levar pela empolgação, ontem fiz um ritual do livro, no livro não dizia o que ele faz, apenas tinha o titulo de ”Criança triste” envolvia velas riscos no chão essas coisas, mas foi apenas perda de tempo, a única coisa que consegui foi outra bronca dela que quando chegou das compras me viu com o livro em mãos e me fez limpar os riscos do chão, Megera.


11/04/1912
Droga ela devolveu o livro para biblioteca.  Tudo bem aquela coisa nem funcionava mesmo, não fiz nada de mais hoje então não tenho muito que escrever aqui, deixei leite fervendo no fogão, um copo de leite sempre me ajuda a dormir.


12/04/1912
Não acredito, ela tomou meu leite ontem a noite, sabia ela nunca me enganou com aquele olhar de boazinha, mas não a confrontei por isso, afinal quando eu fui ver o leite não estava mais lá. Sei que ela bebeu, acho que foi por falta do leite que eu não consegui dormir bem ontem a noite.

17/04/1912
Chega, já faz cinco dias que ela está roubando meu leite, vou tirar satisfações com ela afinal já faz 5 dias que estou tendo pesadelos, acredito ser devido a falta de leite.


18/04/1912
Estranho ontem a noite ela jurou que não tomou o leite que fervia, sei que ela está mentindo, mas é como se uma parte de mim acredita-se nela, mas tenho problemas maiores agora, tem m buraco na parede que faz com que um ar muito gelado chegue ao meu pescoço durante a noite, mas o estranho é que durante o dia eu não encontro esse buraco. Amanhã eu procuro melhor, agora deixa ir preparar meu leite.


20/04/1912
Já faz um dia que não escrevo nada, ainda estou tentando esquecer e entender o que aconteceu na noite do dia 18, mais uma vez beberam meu leite, e minha mãe não estava em casa me assustei com a situação e logo me convenci que algum gato deve ter entrado aqui e tomado o leite. Ao me preparar para dormir senti falta da segurança que a presença daquela mulher me faz sentir, mas minha mãe teve que dormir fora está noite devido a negócios, melhor pra mim, a presença dela me da segurança, mas também me da raiva. Mas então o inexplicável aconteceu, aquele vento gelado no meu pescoço me fez acordar, ainda meio sonolento girei na cama e procurei pelo interruptor na parede. Ao acender a luz o vento gelado para, e eu olho para o lado quando vejo uma jovem criança de cabelos loiros olhos com bordas brancas e com o centro negro, com um singelo bigode de leite em seu rosto, ele se aproxima de mim e fica tão próximo que duas gotas de seu bigode de leite caem em minha testa (o leite está fervendo mas nem dou atenção) não sinto medo apenas um grande arrepio que percorre por minha coluna. Ao chegar perto de meus ouvidos ele diz as seguintes palavras:    “se você não a quer,  vou pegar ela pra mim” . Em uma voz tão inocente que chegava a assustar. E então eu acordei. Estava tonto, me levantei e fui até o banheiro, ao me olhar no espelho vejo  duas marcas de queimadura em minha testa, ainda estava um pouco húmida, eu provei... Tinha gosto de leite.


21/04/1912
Finalmente estou tranquilo, minha mãe volta hoje, melhor não contar a ela o que aconteceu, afinal não quero que ela se preocupe comigo, quero apenas ela aqui para me dar segurança, e finalmente vou ter coragem para dormir de novo. Venho tendo muitos pesadelos onde estou sozinho em uma casa abandonada e aquela criança aparece e começa a rir de mim.


22/04/1912
Minha mãe não chegou ontem, talvez ela deva ter se atrasado, sei que ela vai chegar daqui a pouco.


30/04/1912
Já faz nove dias que ela deveria ter chegado, ela só está um pouco atrasada, consegui voltar a dormir, mas venho tendo muitos pesadelos onde estou sozinho em uma casa abandonada, e aquela criança aparece e começa a rir de mim. Sinto falta da minha mãe.
31/04/1912
Recebi hoje uma carta de uma tia, ao abrir a carta não consegui conter as lagrimas e entrei em desespero, minha mãe havia cometido suicídio.
Na carta minha tia dizia para pegar minhas coisas e ir morar com ela, sentei em um canto e comecei a chorar. Me senti responsável por ela cometer tal ato, fiquei em posição fetal balançado pra lá e pra cá na parede até que sem querer bati com a cabeça na mesinha do corredor enquanto estava sentado, de um fundo falso caiu um livro, o livro dos espíritos. Junto com ele um bilhete, era a letra da minha mãe dizia:

Querido Luiz,
Saiba que se faço isso é por que te amo, mesmo que você não de valor a esse amor eu sempre te amarei, já há dias venho sendo atormentada por uma estranha criança que só existe em meus sonhos, uma criança que eu sei que é real, eu sinto. Ela me diz que vai te machucar, a menos que eu parta com ela, e eu prefiro morrer a te ver machucado, não posso fazer isso perto de você e já suportei tempo de mais esse espirito que me segue em sonhos, sempre vigiarei por ti meu filho.
Com amor, Mamãe.

E no final do bilhete havia uma escrita quase que ilegível. Dizia:
ELA ESTA COMIGO AGORA.

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15/04/2012
Jaz faz um século que estou aqui sentado, esperando que minha mãe retorne acho que ela não vai retornar, preciso de uma mãe, estou muito triste. Agora me diga como anda seu relacionamento com sua mãe? Vocês brigam muito? Se você não a quer...

terça-feira, 17 de julho de 2012

7 minutos


 Depois de morrer, acredita-se que o cérebro funciona por 7 minutos, e nesses 7 

minutos, você vê toda a sua vida diante dos seus olhos, em uma espécie de sonho… Porque o tempo nos sonhos é esticado. Então, se este for o caso… E se você está exatamente agora nesses 7 minutos? Como você sabe se você está vivo ou apenas revivendo velhas memórias?

O palhaço




Há muito tempo atrás, lá pelos anos 40 ou 50, havia um grande circo em um pequena cidade no estado de Ilinois, nos Estados Unidos. Mark Donald, era o palhaço do circo. Mark, sempre foi um homem introspectivo, amargurado e sombrio, mas que no fundo gostava de trabalhar como um palhaço, embora nunca tivesse sentido realmente o que é a felicidade. Mas por outro lado, colocar sua maquiagem e vestir sua fantasia, era como se ele assumisse outra identidade. Vestido de palhaço, Mark se sentia melhor, mais confortável e alegre, era a única coisa que o fazia se sentir realmente bem, animar as pessoas, produzir risadas.


 Ele foi criado no circo, por seu pai, um domador de animais selvagens e dono do tal circo já mencionado. Sua mãe, uma trapezista que segundo os relatos era muito talentosa, morreu durante o seu parto. Seu pai acabou por falecer mais tarde, em decorrência de uma grave doença que o levou a loucura e mais tarde a morte. Sobrou para o infeliz Mark comandar o circo, mas ele não levava jeito para comandar e aos poucos, um por um dos artistas que ali trabalhavam foram o abandonando. Por fim, o palhaço ficou sozinho. Era a decadência do grande circo. A solidão acabou o enlouquecendo também, gradativamente, até o ponto em que Mark chegou à extrema insanidade.


 Em uma atitude desesperada para levantar seu circo, prometeu a cidade um grande espetáculo, jurando que ali seu circo iria retomar o vigor de antigamente, em um show totalmente gratuito. E na data e horário combinado, ali estava toda a cidade, lotando o picadeiro, prontos para assistir o tal espetáculo. Logo Mark entrou, vestindo sua habitual fantasia de palhaço, um pouco mais suja e maltrapilha que o de costume.


 Tudo foi bem, Mark fez o seu número e como sempre, foi um sucesso, todos ali presentes foram às gargalhadas. Mas ele não quis parar ali, quis fazer todos os números que o circo fazia normalmente...porém, agora ele estava sozinho. O pobre palhaço encarnou todos os artistas e até os animais que faziam parte do show, o que resultou eu um espetáculo no mínimo, patético e bizarro. Em seu ultimo número, Mark tentou fazer o número do trapézio, mas ele não era um trapezista e logo na primeira tentativa, caiu no chão.


 Todo quebrado, machucado, caído, ali no picadeiro, sua maquiagem misturando-se as lágrimas de dor e sangue. A plateia, que por um momento estava em silencio, logo ficou tomada por um barulho ensurdecedor, barulho esse que Mark conhecia muito bem. Eram risos. Mas eles não estavam rindo com Mark e sim de Mark. Logo um sentimento de humilhação e ódio, tomou conta do palhaço. Era perturbadora a situação que o pobre palhaço se encontrava.


 Ele foi socorrido e levado ao hospital, mas fugiu assim que melhorou. Voltou ao seu circo e lá começou a confabular planos de como se vingaria das pessoas que naquela noite, riram dele e o humilharam. E logo um plano veio a sua cabeça e um sorriso maligno se formou em seu rosto. Alguns dias depois, Mark estava vendendo sanduíches para todas as crianças da cidade. O palhaço era um grande cozinheiro e logo seus sanduíches fizeram sucesso e a fama se espalhou pela cidade, em pouco tempo todas as crianças queriam experimentar a iguaria. Um grande sucesso, mas que logo foi sucedido por uma tragédia.


Na mesma noite, praticamente todas as crianças da cidade padeceram e acabaram falecendo. A causa, logo foi descoberta pelos médicos, foram todos envenenados por cianureto. A culpa recaiu sobre o palhaço e embora as autoridades tenham tentado conter a população, em vão, toda a cidade estava revoltada com a barbárie.


Todos revoltados, por terem perdido seus filhos na tragédia foram atrás do palhaço para fazerem justiça com as próprias mãos. Os revoltosos, aproveitaram que Mark estava dormindo e atearam fogo no circo. O assassino até tentou se salvar, mas acabou sendo consumido pelas chamas. Mas infelizmente, a história não acabou aí. 


Era o fim definitivo do circo, mas não o de Mark. Apesar de louco, Mark era esperto e logo que morreu, tratou de fazer um acordo com a própria morte para conseguir escapar de seu castigo. Caso a morte, permitisse que Mark ficasse na terra, vivo, ele enviaria milhares de outras para ela. Assim, o palhaço enganou a morte e voltou a terra, como um aliado da própria e responsável por lhe enviar outras pessoas para que ela pudesse leva-los. Mark se especializou, ficou rico, poderoso e continuou levando as pessoas a morte, porém agora ele mata as pessoas mais lentamente, aos poucos, mordida após mordida, sem pressa, enviando suas vitimas uma a uma, direto para os braços frios  da morte. Sim, Mark continuou matando as pessoas usando a comida como arma. E você provavelmente deve conhecê-lo, ele acabou se tornando muito famoso.


 Aliás, faz quanto tempo que você não vai ao McDonald?

sábado, 14 de julho de 2012

A verdade por trás dos filmes de terror



03
Psicose (1960) 
História do filme: Norman Bates é um proprietário de hotel psicologicamente perturbado que tem delírios que sua mãe já morta, cujo corpo ele guarda no sótão, quer matar hóspedes de seu hotel. Ele desenvolve uma dupla personalidade e se veste como ela quando comete seus assassinatos. 
História Real: O personagem Norman Bates foi inspirado em Ed Gein, um homem de Wisconsin que foi preso em 1957 por ter cometido dois homicídios e desenterrado os cadáveres de inúmeras outras mulheres que o lembravam de sua mãe morta. Ele esfolou os corpos para fazer abajures, meias e um “traje feminino”, na esperança de se tornar uma mulher. Ele foi considerado louco e passou o resto de sua vida em uma instituição mental.

02
O Exorcista (1973)
História do filme:
 Dois padres tentam exorcizar um demônio que possuiu uma menina de 12 anos que mora no bairro de Georgetown, em Washington, DC. 
História Real: William Peter Blatty, roteirista e autor do romance O Exorcista, foi inspirado por um artigo que leu na Universidade de Georgetown sobre um exorcismo realizado em um menino de 13 anos em Mount Rainier, Maryland em 1949. Os detalhes da história se tornaram confusos ao longo dos anos – talvez intencionalmente, a fim de proteger a família – mas a verdadeira casa do menino está na cidade de Cottage, Maryland, e exorcismo foi realizado em St. Louis.


O Massacre da Serra Elétrica (1974)
História do filme:
 Um grupo de jovens viajando por uma zona rural acaba caindo no território de uma família de canibais, incluindo Leatherface, vestindo uma máscara feita de pele humana. 
História Real: A inspiração inicial de Tobe Hooper nasceu a partir de uma visita a uma loja que vendia serras-elétricas. Parte da ideia para a criação de Leatherface e da “decoração” da casa da família Sawyer surgiu, novamente, de Ed Gein (veja em Psicose) e seus ornamentos caseiros feitos de ossos e pele humana. Gein inspirou também o serial killer de “O Silêncio dos Inocentes”.

Tubarão (1975)
História do filme:
 Um tubarão branco de quase 8 metros de comprimento aterroriza a fictícia comunidade pesqueira da Ilha de Amity, atacando banhistas e barqueiros por vários dias durante o verão. 
História Real: O roteirista e romancista Peter Benchley foi inspirado em parte por uma série de ataques de tubarão que assolaram a costa de Nova Jersey em 1916. Ao longo de um período de 12 dias em julho daquele ano, cinco pessoas foram atacadas, das quais quatro morreram. Um tubarão branco de 2 metros foi morto em 14 de julho, e em seu estômago foram encontrados restos que seriam de seres humanos. Até hoje, há um debate sobre se aquele tubarão foi o culpado ou não – alguns cientistas argumentam que provavelmente era um tubarão-touro – mas nenhum novo ataque foi registrado naquele verão, depois que o tubarão foi morto..

Quadrilha de Sádicos (1977)/A Viagem Maldita (2006)
História do filme:
 Uma família viajando pelo deserto ao sudoeste americano toma um atalho e acaba se deparando com canibais mutantes que vivem escondidos dentro das cavernas nas colinas. 
História Real: O filme foi inspirado na lenda de Alexander “Sawney” Bean, um escocês do século 15 ou 16 que supostamente liderava um clã de 40 pessoas que matou e comeu mais de 1.000 seres-humanos. Eles viveram em cavernas durante 25 anos antes de ser apanhados e condenados à morte. Sua vida inspirou inúmeras histórias e filmes em todo o mundo, incluindo The Hills Have Eyes e o britânico Raw Meat, mas os historiadores mais sérios de hoje não acreditam que Bean sequer existiu.

04Terror em Amityville (1979) 
História do filme: Uma família de sobrenome Lutz muda-se para uma casa a beira de um rio, local que havia sido palco de um assassinato em massa no ano anterior. Lá, eles se deparam com uma série de malignos eventos paranormais que faz com que abandonem a casa em apenas 28 dias. 
História real: Talvez este seja o filme de terror mais famoso baseado em uma “história real”. A filmagem foi baseada em um livro que se autoproclama de não ficção e descreve o que George e Kathy Lutz vivenciaram durante as 4 semanas que passaram na casa, incluindo vozes de espíritos, imagens demoníacas, crucifixos invertidos e paredes que sangram uma gosma verde. A maioria dos eventos retratados tanto no livro quanto no filme foram questionados por investigadores que não achando uma explicação lógica divulgaram que os incidentes estranhos foram uma espécie de pegadinha feita com o casal.

Enigma do mal (1981) 
História do filme: Carla Moran, uma mãe solteira de três filhos, é atormentada por uma entidade sobrenatural que a abusa repetidamente. Ela recebe a ajuda de pesquisadores paranormais, que documentam a assombração e tentam prender o espírito. 
História real: Em 1974, os investigadores paranormais Kerry Gaynor e Barry Taff investigaram o caso de uma mulher cujo nome acredita-se ser Doris Bither. Bither vivia em Culver City, Califórnia, e alegou ter sido agredida fisicamente e sexualmente por uma entidade. Gaynor e Taff testemunharam os objetos se moverem em sua casa, fotos capturadas de luzes flutuando e viram uma aparição humanoide, mas nunca tentaram capturar um espírito.

Henry, retrato de um assassino (1986) 
História do filme: Henry é um serial killer responsável pela morte de centenas de pessoas, as vezes, tendo como parceiro Otis, o rapaz com quem divide o quarto. Ele encontra consolo na irmã de Otis, Becky.
História real: John McNaughton, escritor e diretor do filme se inspirou no serial killer Henry Lee Lucas, que tinha um cúmplice chamado Ottis Toole e um relacionamento amoroso com uma parente mais nova de Otis, sua sobrinha, Frieda Powell. Porém, as cenas de assassinato do filme foram baseadas mais na confissão de Henry do que na realidade. Henry confessou quase 600 assassinatos, em parte, porque a confissão lhe concedia condições privilegiadas na cadeia. A maioria dos fatos que ele relatou não foram comprovados, mas mesmo assim Henry foi culpado por 11 assassinatos, incluindo o de Frieda Powell, e passou o resto da vida na prisão.
05

Mar aberto (2004) 
História do filme: Daniel e Susan, um casal de namorados, fazia uma viagem de mergulho em grupo quando a equipe que controlava a atividade cometeu um erro durante a contagem de tempo que os mergulhadores levavam para retornar a superfície, partindo sem os dois. O erro deixou o casal flutuando sozinho no meio do oceano, cercado por tubarões. 
História real: Em janeiro de 1998, o casal Tom e Eileen Lonergan desapareceu no grande recife de corais australianos após ter sido acidentalmente esquecido por uma companhia de mergulho. Uma mochila com a carteira e o passaporte do casal foi encontrada pelos funcionários da equipe dois dias depois e só então eles perceberam que haviam deixado duas pessoas para trás. Uma busca foi realizada, porém os corpos nunca foram encontrados. Pertences dos desaparecidos, encontrados semanas depois…

O exorcismo de Emily Rose (2005) 
História do filme: Um padre está sendo julgado pela morte de uma jovem mulher chamada Emily Rose que ele anteriormente havia tentado exorcizar. Através de flashbacks o filme nos mostra situações pela qual ela passou enquanto estava possuída. 
História real: O filme foi inspirado em Anneliese Michel, uma garota alemã de 16 anos que em 1968 apresentou sintomas de uma possessão demoníaca. Por anos ela sofreu com paralisia, auto-mutilação, fome e visões demoníacas. Durante 10 meses do ano de 1975, dois padres realizaram diversas sessões de exorcismo na menina que acreditavam estar possuída por demônios. Nesse período, Anneliese se alimentava muito pouco e acabou morrendo de fome em julho de 1976. Os pais e os padres foram acusados, culpados e tiveram de cumprir seis meses de prisão por maus tratos.

Wolf Creek – Viagem ao inferno (2005) 
História do filme: Duas turistas inglesas e um aventureiro homem australiano foram acampar no parque nacional Wolf Creek, na Austrália. Quando o carro deles quebra, um motorista de caminhão de reboque aparece para “resgatá-los”, mas depois os sequestra e mantém em cativeiro, torturando-os. 
História real: Greg McLean, diretor e roteirista do filme, escreveu o enredo originalmente como ficção, mas quando soube da história real de dois assassinos australianos que atacavam viajantes, editou o script para que coincidisse com os casos reais. Os assassinos são Bradley John Murdoch, que matou uma turista inglesa e tentou sequestrar outra em julho de 2001 e Ivan Milat, que oferecia caronas e levava quem aceitasse até a mata para torturar e depois matar durante os anos 90. Ambos foram capturados e condenados a prisão perpétua.

Eles (2007) 
História do filme: Um jovem casal francês está passando um fim de semana em uma mansão isolada e em estado precário no interior da Romênia quando, certo dia as 3 da madrugada eles se encontram cercados por assaltantes encapuzados com intenções assassinas. 
História real: Supostamente, o filme foi baseado na “história real” de um casal australiano assassinado por três adolescentes durante uma viagem à República Tcheca, mas nenhuma evidência concreta surgiu para confirmar essa hipótese.

Evocando Espíritos (2008) 
História do filme: A família Campbell se muda para Connecticut para ficar perto do médico responsável pelo seu filho doente, Matt. Eles logo percebem que a sua nova casa é ex-assombrada por uma força maléfica. 
História real: a inspiração do filme foi a família Parker, que se mudou para Connecticut em 1986 para estar perto dos especialistas que tratavam seu filho de 14 anos de idade, Paul, que estava com câncer. No porão, onde Paul dormia, eles descobriram equipamentos de embalsamamento, o que implicava que a casa havia sido uma funerária. Eles relataram encontrar fenômenos inexplicáveis, como pisos de sangue, vozes sem corpo e figuras sombrias. Segundo eles, Paul tornou-se possuído por uma força que o levou a atacar sua família. Eventualmente, um exorcismo foi realizada para “limpar” a casa.
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