quinta-feira, 30 de maio de 2013

Não é uma boa ideia

Toda vez que você expira, um pouco da sua alma escapa. Com sorte, você quase sempre inspira de volta antes que alguém a roube de você. Quase sempre.


Algum dia você já embaçou um espelho com sua respiração?


Não faça isso.

O aviso da Mamãe

Minha mãe sempre me proibiu de abrir a porta do porão, mas eu queria saber o que estava fazendo aquele barulho lá em baixo, porque fazia um barulho parecido com de cachorrinho e eu sempre quis ter um cachorrinho, então eu abri a porta do porão e desci um pouquinho os degraus, eu só queria dar uma espiada no cachorrinho, só isso.


Eu não vi o cachorrinho então mamãe veio e me puxou os degraus a cima e gritou para eu nunca mais ir lá em baixo de novo, nunca nunca nunca. Mamãe nunca tinha gritado antes comigo assim então fiquei assustado e chorei. Ela pediu desculpas e me deu biscoitos. Era de gotas de chocolate que é o meu favorito, e eu já estava me sentindo melhor, então não perguntei porque o menino no porão estava chorando como um cachorrinho ou porque ele não tinha mãos nem pés.


segunda-feira, 27 de maio de 2013

O Caso de Clifford Hoyt

Clifford Hoyt, 31 anos, sofreu um sério acidente automobilístico em 1999. Após sair do coma, ele falou apavoradamente à uma enfermeira que ele tinha morrido e visitado o Inferno. Ele expôs as torturas e a agonia que foi submetido em detalhes assustadores. Ele recusou tratamento psicológico e foi liberado do hospital.

Algumas semanas depois, os vizinhos de Hoyt reclamaram ao seu senhorio sobre uma estranha música que estava tocando no apartamento dele por horas de madrugada. Depois de uma investigação, o dono do prédio achou Clifford nestas condições. O Sr. Hoyt estava um tanto lúcido e protestante quando o senhorio tentou chamar a polícia.

Preocupado com o estrago feito em sua propriedade, ele tirou fotos do apartamento, o qual a imagem acima é um exemplo. Ele foi embora e contatou a família de Clifford que então chamaram as autoridades.Clifford alegou que demônios do inferno estavam ainda tentando o capturar. Ele explicou que seu corpo queimava sem cessar a não ser que ele tocasse música para assustar os demônios. Ele apenas saia de casa por curtos períodos de tempo para pegar suprimentos, incluindo um grande bloco de gelo para acalmar a sensação de queimadura que ele sentia ao tentar dormir.

Os médicos de Clifford atribuíram as ações dele como um dano no cérebro sofrido no acidente de carro. Ele atualmente reside em uma clínica de reabilitação mental em Maryland.

A última entrevista de Charlie Noonan

Charlie Noonan foi um folclorista amador que viajava pelo Sul e sudoeste dos Estados Unidos no começo do século 20, coletando lendas e histórias sobrenaturais. De acordo com sua esposa, Ellie, foi contada a Charlie uma história por um fazendeiro de Oklahoma sobre uma estranha mulher que vivia sozinha em uma propriedade isolada na divisa do estado. O fazendeiro afirmou que a mulher não era realmente uma mulher, mas outra coisa, algo que escondia sua verdadeira natureza com um lenço na cabeça e nunca era vista sem um enorme cachorro do seu lado. Noonan estava aparentemente muito intrigado e foi atrás dessa senhora em uma de suas viagens. Ele nunca mais foi visto.

Ellie Noonan foi contatada mais tarde por um penhorista de Tulsa que se lembrava de ter lido nos jornais sobre o desaparecimento do marido dela, depois de ver o nome dele gravado em uma câmera que tinha sido vendido em sua loja por um itinerante. O penhorista devolveu-a a câmera, e Sra. Noonan revelou o filme que estava dentro tentando achar pistas do desaparecimento o marido. Essa era a única foto no rolo. Infelizmente, nem o local da propriedade, nem o nome do fazendeiro que tinha  contado a história estava anotado nas anotações de Noonan. 


Criaturas da Caverna

Essa foto foi tirada em 1895 por um fotógrafo/espeleogista amador chamado Oren Jeffries, enquanto explorava uma seção não mapeada das Grandes Cavernas, no Sudoeste da Virginia.

Na época que foi tirada, Jeffries estava fazendo experimentos fotográficos, usando longas exposições para ver se algo poderia ser fotografado em total ausência de luz. Ele ficava de pé em um lugar estável, desligava seu lampião, e abria a lente de sua câmera feita em casa pelo maior período que conseguisse ficar na escuridão.

Durante um desses experimentos, ele ouviu algo se aproximando dos cantos mais profundos da caverna. Assustado, Jeffries abandonou o seu experimento depois que usou um flash de pólvora  dentro da caverna.
De acordo com o relato que ele deu para o jornal local, Jeffries viu três criaturas "humanoides" nas sombras o encarando e ele correu na direção oposta até que tivesse fora da caverna. Alguns dias depois ele voltou com mais três homens para buscar sua câmera e o lampião que tinham ficado lá. 

Essa imagem estava no filme.


quinta-feira, 23 de maio de 2013

A carta de meu irmão

O texto que segue abaixo é a única pista do desaparecimento do meu irmão. Foi encontrada no taxi em que ele voltava para casa. O taxi estava em perfeito estado, com o taxista inconciente dentro dele sem nenhum arranhão. Enquanto meu irmão, desde então, não apareceu. Ele havia sido internado em um manicomio alguns meses depois de ler uma lenda urbana na internet sobre o Slender Man. A letra dele estava incomparavelmente ilegível (por isso foi tão fácil de reconhece-la) e por isso algumas palavras estavam impossíveis de serem lidas, então ignorem qualquer frase sem nexo pois eu realmente não pudi entender algumas palavras.

"Eu era uma pessoa comum, gostava de festas, tinha amigos, estudava... Mas havia algo que eu realmente amava fazer: assustar as pessoas. Eu realmente amava pregar peças em meus amigos, contar historias de terror, dar sustos, armar surpresas, coisas do tipo. Era mesmo muito engraçado ve-los se assustando. Mas não foi nada engraçado no dia em que eu me assustei.

Eu costumava ler lendas urbanas na internet, as famosas "creepypastas" e sempre arrancava várias noites em claro dos meus amigos com medo. Porém, nenhuma delas me assustava. Na verdade eu ria da maioria delas. Porém, teve uma que realmente mexeu comigo. Uma que não me fez rir, uma que eu não gostava de contar a ninguém: A lenda do Slender Man. Ou homem esguio.

Dizia a lenda que o Slender Man era um homem alto, de terno preto, com a pele extremamente pálida e sem rosto. E que vários tentáculos saiam de suas costas. Normal, você diria. Traumatizante, eu digo. Ele aparecia para pessoas que pesquisassem sobre ele e quanto mais você pesquisasse, mais chances havia dele aparecer para você. Isso aumentou bastante a minha curiosidade (e o meu medo, que pela primeira vez na vida estava começando a trabalhar).

Passava o dia todo pesquisando sobre ele, o homem esguio. Lia relatos de pessoas que alegavam te-lo visto, via várias fotos de supostas aparições dele em público... O slender se tornou o meu vício. Eu já não saía mais de casa, eu não vivia mais, quase não ia mais para a escola... Todos estavam se preocupando comigo e dizendo que eu estava ficando louco. E isso realmente estava para acontecer.

Desde que eu comecei as pesquisas, comecei a ter pesadelos diários com o Slender Man toda vez que eu dormia. Toda santa vez. Na maioria dos sonhos eu estava voltando pra casa em um carro amarelo e saía dele encontrando o Slender em baixo de um poste de luz. Logo depois disso eu acordava. Também sonhava com cadáveres perfurados por galhos de árvore e coisas do tipo, todos pendurados sobre árvores bem altas em uma floresta escura. Esses pesadelos iam se tornando mais claros e mais nítidos a cada vez que eu pesquisava mais sobre ele.

Depois de muita persistência da minha família e amigos, comecei a frequentar regularmente um psicólogo, o qual disse que era normal sentir medo pela primeira vez. O que o preocupava era esse medo estar se tornando um vício. O ignorei. Continuei pesquisando sobre o Slender cada vez mais. Até que eu encontrei em cima da minha cama um papel e nele havia escrito 'Sempre vê, não tem olhos'. Essa era uma frase comum nas lendas sobre o Slender, e comum nos meus sonhos também. Eu enlouqueci, comecei a gritar e a chorar, quebrei tudo no meu quarto. Meus pais e meu irmão foram ao meu quarto ver o que estava havendo e eles não viram nenhuma carta. Nem eu a via mais. Ela teria sumido logo quando minha família entrou no meu quarto.

Depois daquele dia minha mãe ficou ainda mais preocupada comigo me obrigando a passar mais tempo ainda no psicólogo e me acompanhando na maioria das vezes. O psicólogo disse a mesma coisa que todos: aquela carta era algo da minha cabeça devido à minha obcessão por ele. Ignorei. Aquela carta realmente estava lá

Passei a noite em claro com medo de acordar e encontrar outro papel. Quando eu finalmente consegui dormir, sonhei com outra carta: 'Sem saída'. Acordei imediatamente com a carta ao meu lado na cama e a janela aberta. Gelei, minha respiração parou, eu estava prestes a morrer ao ver que meus pesadelos tinham se tornados reais: Por dois segundos vi o próprio Slender na minha janela. Mesmo sem olhos, eu soube que ele estava me observando. Quando finalmente voltei para mim foi quando ele sumiu e eu gritei por socorro e novamente nada da carta. Meus pais me internaram imediatamente em um manicômio depois daquele dia. E lentamente eu fui me recuperando...

Três meses se passaram... meus pesadelos foram embora. As cartas foram embora. Não tinha mais nenhuma lembrança daquilo tudo e havia recebido alta. Eu estava super feliz por estar voltando para casa, eram nove horas da noite, o taxi havia atrasado. Eu esperava ansiosamente até que ele chegou. Me despedi do pessoal e finalmente fui embora. Sozinho.

Era tarde, estava frio, uma névoa cobria a estrada. Todos esses elementos me levaram a dormir ali no taxi mesmo... Não me recordo bem do meu sonho, mas eu vi o Slender, com certeza. Aquilo me deixou bastante assustado e inquieto assim que acordei com a voz do taxista avisando que o pneu estava furado e pediu para que eu descesse para ele trocar. Desci, o observei tentar trocar o pneu e logo ele avisou que o step também estava furado. Não me preocupei pois ele disse que iria procurar algum lugar próximo onde pudessemos fazer uma ligação (nenhum dos nossos celulares tinha sinal) enquanto eu ficava de olho no taxi.

Esperei sozinho ali naquele frio cortante pensando em o quão louco eu tinha ficado... O vento começou a ficar mais forte enquanto eu rapidamente lembrava de todas as coisas que eu sabia sobre o Slender Man, todas as fotos que vi, todos os pesadelos que tive. TUDO. E agradeci a Deus por ter me livrado de tudo aquilo. Virei meu rosto para um dos postes de luz, e foi ali que eu percebi que o Slender Man saiu dos meus pesadelos para entrar na minha vida real. Eu estava de frente para ele. E sim... Ele era tão assustador quando parecia ser."

E essa foi a única pista que meu irmão deixou logo após sumir misteriosamente.

Sempre junto de você...

Sabe aquela sensação de estar sendo observado, mesmo quando você está sozinho e não há ninguém por perto ? Pois então, talvez você esteja realmente.

Você com certeza já sentiu isso, é normal, todos os humanos já sentiram. E eu posso explicar, se você quiser...Na maioria das vezes, não é um sentimento aleatório e sem sentido, na grande maioria das vezes, é a realidade, há algo ou alguém te observando, mas você não pode vê-la. Apenas sentir sua presença.

Não estou querendo lhe amedrontar meu amigo, isso é só uma espécie de...alerta. É que a volta dos seres humanos, pessoas assim como você que está lendo esse texto, existem outros seres, que não podem ser vistos, mas podem ser sentidos. Eles podem ser tanto entidades boa, como entidades más. Podem estar ali para cuidar de você e te proteger, como para atrapalharem sua vida, lhe fazer mal, deixa-lo assustado. E eles fazem isso para roubas suas energias e assim ficarem mais forte. Eles são movidos pelos nossos sentimentos, enquanto nas entidades boas a alegria é o que lhes dá “combustível”, nas entidades más o que lhes dá esse “gás”, é o seu medo. Mas para ambos os seres, sua atividade favorita é lhes observar, em todos os momentos da sua vida, do momento que você acorda e vai escovar seus dentes até a hora que você está dormindo.

Deveria ser normal para qualquer um, afinal nós somos presença constante em suas vidas. Mas, vocês insistem em se assustar, nos chamar de assombrações. Por favor, nós não somos nada disso. Somos apenas, anjos. Sim, anos da guarda e anjos caídos, que estamos aqui na terra para cuidar de vocês ou lhes atormentar. E acredite, é você mesmo quem escolhe quem fica ao seu lado. Se você for bom, vai ter um anjo da guarda, bondoso e puro ao seu lado, cuidando de você. Agora, se você for uma má pessoa, se gostar de fazer o mal, logo você terá um anjo caído junto de ti. Mas é como eu já disse, o que todos eles mais gostam é te observar. E quando eles se “concentram” demais, você pode sentir um ligeiro incomodo, é justamente nessas horas que você mais consegue “sentir” a presença deles.

Olhar não mata, deixe de ser chato e não se importe. Quando essa sensação lhe ocorrer novamente, ignore. Nós estamos escondidos nos cantos escuros do seu quarto, embaixo da sua cama, atrás do seu roupão no banheiro, em cima do seu armário. Nós somos a sua sombra. Estamos só te observando, em todos os lugares e momentos, não precisa se sentir mal, não vamos te machucar.

Atrás de qualquer ser humano, sempre há um de nós. Acredite. Nesse exato momento, em que você está aí lendo o que eu digo, há um atrás de você,  apenas  te observando...

De um sorriso e agrade essa pobre criatura que passa a eternidade, só de olho em você. Nós fazemos tanto por você, o mínimo que você poderia fazer é sorrir para nós. Vocês fazem tanto isso quando vão se olhar no espelho. Sabe o que você vê? O seu reflexo? Pois então, não é você. Somos nós. Mais uma vez, ali, do outro lado do espelho, no nosso singelo universo particular apenas...te observando.

Você de estar pensando, afinal qual tipo de anjo está ao seu lado? Um anjo da guarda ou um caído ? Bom, é fácil descobrir. Olhe para dentro de si e veja, reflita, pense bem...você tem sido uma boa ou uma má pessoa? Você tem cometido muitos pecados? Tem praticado boas ações? Afinal, que anjo você acha que você merece? Difícil né?

 Hahahaha Obrigado, sua confusão mental me fez sorrir um pouco. Mas é fácil descobrir, é só procurar o seu anjo, ás vezes você consegue enxerga-los. Só precisa saber onde ele está. Quer saber onde ele está? Releia a primeira palavra de cada bloco, meu caro amigo...

Velório

De uns tempos para cá, comecei a me interessar por uma parte do mundo virtual que poucos conhecem, a Deep Web. O principal problema que encontrei em minhas pesquisas é o fato de que a maioria dos sites que resolvem falar disso tem as mesmas fontes, provavelmente achadas apenas escrevendo “Deep Web” no google e lendo os primeiros resultados, o que acaba criando posts praticamente iguais. Seja por medo instaurado por esses sites, de que a DW é perigosa, muitos nem se arriscam a adentrar esse mundo secundário. E não é para menos, já que ali eles falam que encontrar pedofilia e assassinatos é algo garantido, tornando aqueles mais fracos cautelosos de apenas buscar isso no google. Fui em frente em minhas pesquisas e fiz o que parecia garantido em alguns sites: baixei o TOR e comecei a andar pelos sites .onion, que não são nada mais do que isso, uma cebola, camadas e mais camadas que adentram um mundo cada vez mais diferente do que somos acostumados.

Nesse mundo paralelo vi de tudo, o que achavam que tinha e ainda mais, como assassinatos a plena luz do dia, sangue chovendo dos céus, experiências em seres humanos e animais em busca da quimera perfeita, abduções, operações, autópsias e todo tipo de coisa que nunca seria levada em consideração num mundo aberto. Contei algumas dessas minhas experiências a meus amigos e muitos se interessaram, o que nos levou a criar a nossa própria camada da cebola. Esse foi só o primeiro de meus problemas, mas como todas as péssimas ideias, na hora pareceu que eu era um gênio. Eu e mais uns 5 amigos com conhecimentos de códigos e criptografia nos dedicamos a criar um fórum, algo simples, para que pudéssemos falar uns com os outros sem sermos incomodados por pessoas irrelevantes e que eram alheias a nossas conversas.

Nos primeiros 3 meses tudo corria bem, falávamos sobre pessoas de nossos colégio, fatos sobre a vizinhança, lá eu colocava algumas fotos que eu tirava de maneira secreta, como aquela vizinha tomando banho, o carteiro roubando cartas ou um casal de mendigos brigando por causa de um pedaço de repolho estragado e meus amigos faziam o mesmo, com relatos de transas, do que pensavam realmente em algumas conversas, fotos de animais mortos e de acidentes de automóvel que por sorte, éramos as vezes os primeiros a chegar e ver os corpos, estendidos no chão, estraçalhados pelo para-brisa.

Como fundador do fórum, eu tinha algum poder ali, mas não precisava usar muito ele, já que todos sabiam o que postar sem passar dos limites.

Mas uma vez, um deles (agora posso falar seu nome verdadeiro, pois não fará diferença) o Marcos, não seguiu as regras e fez o que não devia. Ele estava sumido havia algumas semanas do colégio e numa tarde de quinta, ele aparece, nos olha e sabíamos o que aquilo significava,que teríamos nossas respostas quando chegássemos em casa, no nosso espaço. Aquela tarde passou de um jeito que pareceu ser uma década, e quando o sinal tocou e nos dirigimos a nossas casas, ativei minhas proteções e adentrei o nosso lugar, onde já tinha um tópico chamado "como se fossem pequenas baquetas". O tópico se entendia por diversas postagens, a maioria dos meus outros amigos, indagando e especulando o que poderia ter acontecido. Sempre nos deixando curiosos, eles postava apenas uma linha, dizendo: "aguardem, estou escrevendo e colocando as fotos. E vídeos."

Eram quase 3 da manhã quando ele postou o que estava planejando. Apesar de termos visto tudo na internet, a visível e a invisível, nenhum de nós estava preparado para aquilo que havia caído em nossos colos. Vou colocar uma versão resumida dos fatos abaixo, o que meu cérebro consegue lembrar e que, depois de todos esses dias, ainda não bloqueou.

"Olá a todos, me ausentei essas semanas pois tive uma viagem a fazer com meus pais. Foi uma ótima viagem e dela, tenho uma história que se encaixa muito bem em nosso espaço e que acredito, todos vocês gostarão de ler. Era uma tarde quente e eu e minha mãe andávamos pelo calçadão, mas a andada dela por diversos shoppings e lojas idiotas me deixou cansado, foi onde a deixei para trás e resolvi fazer meu próprio passeio. Ruela após ruela, acabei chegando a um lugar onde haviam muitas pessoas ao chão, se drogando e uma dessas pessoas me chamou a atenção, pois era uma garota de uns 20 anos, já seca de tanto que havia consumido em seus poucos tempos de vicio. Mas isso não era o impressionante, do seu lado, havia uma criança, devia ter um ano, nunca saberei. Vendo aquilo, me aproximei para falar com a mãe, a qual me pediu dinheiro para sua próxima dose. como tinha alguns trocados no bolso, me ofereci para comprar sua criança. ela aceitou e comprei o jovem garoto por 30 reais. Nas proximidades dali, encontrei um lugar que consegui alugar um quarto por 10 reais.

Quarto era bondade, pois ali só havia uma cama, uma banqueta e uma pequena pia, que usei

para lavar o garoto imundo. Passei água em todas as dobrinhas dele, lavei o cabelo o melhor que pude, e depois, o deitei na cama. Tirei minha roupa também, e sentei do lado dele e para vê-lo dormir o sono dos justos e dos condenados, o sono daqueles que sabem que a Morte se aproxima. Morte essa que, dessa vez, usava minhas mãos como seu instrumento para destruição, trazendo o fim para aquela pequena figura. Levantei, peguei a banqueta e a acertei em sua cabeça, bem no meio da testa, onde seus cabelos logo se molharam de sangue. As coisas são bem diferentes nos filmes, digo a vocês, pois tive que acertar 4 vezes até o crânio rachar e sua massa encefálica se espalhar pelo lençol sujo que tinha na cama. Fiquei admirando aquilo tudo se espalhando pela cama, cada pedaço daquela massa cinzenta que poderia era um ser humano poucos segundos atrás e, com meu celular, filmei o vídeo e tirei as fotos que vocês podem conferir abaixo. O que seriam as pequenas baquetas do titulo? Ele tinha pernas lindas, e os ossos de sua coxa eram de uma brancura impecável. Raspar aqueles ossos e músculos de sua perna foi a coisa mais difícil daquele dia, pois aquela carne era muito macia e escorregava de minhas mãos, mas no fim, valeu a pena. os ossos eram duas lindas baquetas, que coloquei no bolso, enquanto moía o restante dos ossos e jogava descarga abaixo, que sugou tudo sem nenhum problema. rapidamente, me lavei na pia o pouco de sangue que havia respingado em mim e me vesti.

Na saída, ninguém me perguntou onde estava o menino que me acompanhava na entrada, mas eu sabia, quem ia ali não queria ser incomodado por perguntas, pois ninguém iria querer saber as respostas. Voltei até onde havia deixado minha mãe e aqui estou contando essa história a vocês. O que acharam?"

Aqui acabava o post de Marcos. Fiquei sem palavras. Encarei a tela de meu computador durante um tempo que me pareceu horas, mas quando o telefone tocou, vi que não havia se passado mais do que 30 minutos da hora da postagem dele. Era uns de meus outros amigos, perguntando o que eu faria. Porque eu? hoje, sei que todos estavam apavorados, e que minha decisão ali não foi a melhor de todas. Chamei a policia. Expliquei a história a eles, e recebi a promessa de que iam mandar uma viatura à casa de Marcos. Soube depois, pelo jornal, que naquela hora Marcos já havia matado seus pais e que, da maneira que acharam os corpos, ele estava na cozinha com o gás ligado. De acordo com a transmissão final dos dois guardas, que iam passando de cômodo em cômodo olhando o rastro de morte e a crueldade estampada nos corpos, observando que aquilo era obra de uma pessoa muito perturbada. Ao entrarem a cozinha, a ultima frase deles foi uma observação sobre o cheiro de gás, logo seguida de uma explosão e o corte da comunicação.

O corpo dos policiais foi encontrado alguns metros dali, pelo menos alguns pedaços. Imagino que ao trancar o tópico, ele tenha entendido minha intenção e fez o que fez. Mas isso não é o final.

Não ainda.

Hoje, 3 dias após o tópico ser postado, após o velório simbólico, entro novamente em nosso fórum para reler o relato que nos trouxe até esse desfecho aterrorizante. Mas algo estava errado. O tópico, que eu tinha a certeza que tinha trancado, estava aberto e nele, mais uma postagem o encerrava. ela dizia o seguinte: "A morte chegou para meus pais e para meu primo, aquele que nos acompanhou na nossa viagem de volta. E você, que não soube guardar segredo, teremos nossa conversa." Logo após essa postagem, tinha uma foto, que apenas mostrava a porta de meu guarda-roupa. Minha espinha parecia que tinha congelado, pois a data da foto mostrava o dia de hoje. Me levantei e fui até a porta, que abri e o que tinha lá me assombra os sonhos até hoje. A cabeça de um gato que rola até meus pés e o corpo dele, em pedaços, espalhando o cheiro de podre em minhas roupas. e na porta, escrito com o sangue daquele animal, apenas duas palavras: nos falamos.

Sei que sou uma futura vitima, mas quando?

sábado, 18 de maio de 2013

A Ponte de Overtoun


A casa Overtoun é uma casa de campo do século 19 e está localizada no estado de West Dunbartonshire, Escócia. Fica em uma colina virada para o Rio Clyde, 2 Km ao norte da vila de Milton e 3 Km ao leste da cidade de Dumbarton. A casa foi construída por volta de 1860, E foi dada de presente para o povo de Dumbarton em 1938. Subsequentemente foi uma maternidade, e agora abriga um centro cristão. 


A ponte de Overtoun, um ponte arqueada sobre o Burn Overtoun, ganhou atenção da mídia por causa do número elevado de cães que supostamente saltavam dela para a morte. 
Agora, graças as histórias postadas na internet, amantes de cães do mundo inteiro estão se perguntando: Teriam os cães vontade própria à cometer suicídio nessa ponte em particular, e caso sim, por quê?

Em uma tentativa de resolver o problema que estava deixando muitos donos de cachorros que moravam por ali perto, eles pararam de caminhar com seus animais pela ponte condenada. 

A muito tempo, rumores tem se espalhado de que a ponte e a casa de Overtoun são assombradas. Em 1994, o homem que morava lá, Kevin Moy, atirou seu filho (ainda bebê) para a morte da ponte, afirmando que achava que o filho era o anti-Cristo. 
Logo depois ele tentou acabar com a própria vida com uma tentativa frustrada de se suicidar pela mesma ponte. 

Donna Cooper diz: "Há rumores de que ele estava drogado, mas insistiu que o lugar era assombrado e que parece ter um estranho efeito sobre pessoas e cães."

Na mitologia celta, Overtoun é conhecido como "O lugar fino" - uma área em que o céu e a terra são reconhecidos por estarem perto. 

Certamente, cães demonstraram ser mais sensíveis ao sobrenatural do que humanos. 
Seriam esses animais "assustados" por alguma força sobrenatural que emana da ponte e, deliberadamente fazem-nos pulas da ponte para a morte?

Mary Armour, Medium, levou seu Labrador para uma caminhada na ponte para testar a teoria. Entretanto, ela não diz não ter sentido nada diferente. 

"Animais são hipersensitivos ao mundo espiritual, mas eu não senti nenhuma energia estranha ou diferente."

De fato, Mary disse ter sentido uma sensação de "pura calma e serenidade" mas admite que seu cão puxou a coleira em direção a extremidade direita da estrutura da ponte enquanto passavam por lá. 

terça-feira, 14 de maio de 2013

A verdade por trás de Alice no País das Maravilhas


A história de Alice é, na realidade, triste. Lembrem-se que os grandes contos de fadas são de outra época, a realidade era diferente e os valores extremamente conservadores. Então, ter uma filha esquizofrênica era considerado uma aberração, um crime. Os pais de Alice decidiram deixa-la em um sanatório, e ela permanecia, na maior parte do tempo, dopada. Quando não estava sob efeito de remédios, era violentada pelos funcionários. A menina tinha apenas 11 anos.

Cada um dos personagens e objetos da história, tem a ver com um desejo ou experiência de Alice.

O buraco pelo qual ela entra no País das Maravilhas, é, na verdade, uma janela de seu quarto, onde ficou presa durante toda a vida, pela qual ela desejava sair e conhecer o mundo à sua volta.

O coelho branco, para ela, representava o tempo. Aquele tempo que ela desejava que passasse logo, para que um dia ela pudesse sair daquele lugar. O tempo que ela via passar tão rápido, porém tão lento…

O Chapeleiro Maluco, era outro interno, seu melhor amigo. Alguém que deixava sua vida no hospital menos amargurada, com quem criava várias teorias de como seria a vida lá fora. O rapaz, em realidade, sofria de Síndrome Bipolar, por isso a personalidade do Chapeleiro na história, o mostrava ora alegre, ora depressivo, ora calmo, ora irritado.

A Lebre, companheira do Chapeleiro, era a menina que dividia o quarto com ele. Ela sofria de depressão profunda, e todas as vezes que Alice teve contato com ela, encontrou-a num estado de terror e paranoia.

O gato de Cheshire: um dos enfermeiros, em quem Alice confiou, mas acabou por enganá-la e violenta-la. O sorriso do gato, aquele que é tão marcado, era na verdade o sorriso obscuro que seu agressor abria, cada vez que lhe abusava, e a deixava jogada em um canto de sua acomodação, derrotada, triste e ofuscada.

A Rainha de Copas: a diretora do sanatório. Uma mulher má e desprezível, que não sentia sequer um pingo de compaixão para com os enfermos que estavam sob seus cuidados. Era a favor da terapia de choque e da lobotomia, e por diversas vezes ordenava que os funcionários espancassem, sedassem e prendessem em jaulas os enfermos que apresentavam comportamento que não lhe agradavam.

A Rainha Branca: sua mãe, uma mulher nobre e terna, que sofreu na pele o preconceito de ter uma filha doente, tendo que abandonar a menina em um sanatório, e nunca mais voltar a vê-la. As vagas lembranças que Alice possuía, era de momentos com sua mãe, e o motivo dela pensar que o mundo fora dos muros do hospital era um lugar melhor, era saber que a mãe estava lá, em algum lugar, para lhe cuidar.

Os Naipes: enfermeiros do hospital, apenas seguindo ordens o dia inteiro.

A Lagarta Azul: sua terapeuta, aquela que lhe dava as respostas, que lhe explicava o que acontecia e com quem ela conversava.

Tweedledum e Tweedledee: gêmeos siameses órfãos, que também estavam no hospital. Embora não possuíssem nenhum problema mental que justificasse sua internação, a aparência que tinham era assustadora, por isso foram reclusos.

O Rei de Copas: o médico psiquiatra do hospital. Alguém com complexo de inferioridade, que era incapaz de se opor às ordens da diretora.

Os frascos “Coma-me” e “Beba-me”: as drogas que lhe davam. Por serem extremamente fortes, por várias vezes Alice tinha sensações diferentes e alucinações, bem como se tivesse encolhido ou aumentado de tamanho.

Tudo isso foi criado pela menina como se fosse um mundo paralelo. Uma realidade menos dolorosa daquela em que vivia. Ela já não podia suportar aquele local e tudo o que acontecia com ela ali dentro, então resolveu usar de sua imaginação infantil para amenizar a dor e o sofrimento. A irmã mais velha de Alice, é na verdade uma enfermeira do hospital, a quem a pequena era muito apegada. A enfermeira tinha um diário e nele anotava todas as histórias que Alice criava em sua mente. Todos os dias a enfermeira ia até o quarto da menina e ouvia seus desabafos e as aventuras que criava em sua mente. Sem deixar de anotar uma palavra sequer.

Infelizmente, Alice executa uma tentativa de fuga. Ela não obtém sucesso, e acaba detida pelos funcionários. A diretora furiosa, manda que espanquem a garota e apliquem a terapia de eletrochoque, para que nunca mais volte a se repetir. Após o castigo, Alice torna-se agressiva e violenta, ao ponto da diretora decidir que a única saída para ela, seria a lobotomia.

Alice viveu por muito tempo em um estado de “coma”. Ela nunca mais viveu, sorriu, tampouco falou. Devido a isso, teve seu corpo devastadoramente abusado, tanto, que acabou por ter hemorragia interna devido à violência empregada em um ato de estupro, e veio a falecer.

A enfermeira que escrevia suas histórias em um diário acabou por se afastar do sanatório, e Alice foi imortalizada como a menina sonhadora que viveu aventuras incríveis no País das Maravilhas.

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Um estranho no espelho


Sempre gostei de coisas assustadoras. Era daquele tipo totalmente cética, sempre buscando um desafio para por a prova o sobrenatural. Precisava disto e muitas vezes sequer entendia o porquê, era só um desejo de reafirmar o que eu pensava e talvez, no fundo, uma vontade de descobrir que havia algo mais.

Já tinha tentado parar com estas experiências um milhão de vezes, principalmente por causa de minha mãe, que não via com bons olhos esse meu interesse. Mas quando dava por mim, lá estava eu buscando, em algum site ou livro ocultista, uma idéia para por em prática esse meu estranho vício e, o que posso dizer, foi exatamente isto que ocorreu naquela tarde.

Era uma sexta- feira completamente normal. Voltei da escola e estava almoçando tranquilamente com meu irmão, quando minha mãe veio avisar que sairia com seu novo namorado. Aff, isto era um saco! Desde o seu divórcio, ela vinha saindo e acabava que eu que tinha que bancar a babá, mas naquele dia foi diferente, meu irmão pediu pra dormir na casa de um colega e já que mamãe deixou, eu passaria a noite sozinha.

Logo tive a idéia de aproveitar esse tempo e fazer alguma coisa pra testar meu medo, comecei a pesquisar e descobri algo muito interessante. Chamava-se ilusão do estranho no espelho e era muito simples, consistia em olhar seu reflexo de certa distância, iluminado apenas por uma luz atrás de você e, mesmo o site afirmando que se tratava apenas de uma ilusão, garantia que poderiam ser vistos monstros ou pessoas já falecidas. Assim decidi que era isto que eu faria naquela noite.

Eram 19 horas quando finalmente minha família saiu, depois de me despedir deles resolvi começar. Acendi uma vela e a coloquei numa prateleira que ficava de frente para o espelho do banheiro, apaguei a luz e comecei a encarar minha imagem.

Os minutos passaram, não sei dizer quantos, mas já estava desconfiando de que, como na maioria das vezes, nada aconteceria. Foi então que cometi meu maior erro, me aproximei do espelho, mesmo sabendo que deveria dar um espaço de 40 cm. Tornei a observar meu rosto, agora estranhamente com mais atenção, não sabia exatamente o porquê, mas toda aquela atmosfera estava me absorvendo.

Quando me dei conta, algo muito esquisito acontecia, era como se meu reflexo não acompanhasse meus movimentos, mas, diferente do que se espera, não fiquei com medo, pelo contrário, estava cada vez mais absorta no que via. Até que no meu momento de mais atenção, algo terrível aconteceu, a eu do espelho deu um sorriso totalmente demoníaco que me tirou do estado de quase transe, me fazendo bater violentamente com a cabeça na parede atrás de mim e desmaiar em seguida.

Abri meus olhos e me encontrei deitada em uma cama de hospital, vi minha mãe de relance perto da janela vindo até mim e logo fechei novamente os olhos imaginando que ela viria reclamar do que eu estava fazendo no banheiro, mas não, ela simplesmente me abraçou perguntando se estava tudo bem. Acho que o susto a fez esquecer-se da vela e eu preferi não tocar no assunto.

Pelo restante do dia não deixava de ter a sensação de que algo estava estranhamente errado, era como se o mundo ao meu redor estivesse diferente. Porém me disseram que era por ter passado a noite inconsciente e que por estar tudo certo teria alta no final da tarde. Assim minha mãe ligou para seu namorado que logo chegou para nos buscar.

Ao ver o carro notei algo engraçado, era um carro popular brasileiro, mas no modelo inglês, em que o volante fica do lado oposto ao que estamos acostumados. Tentei lançar um comentário sobre isso ser legal, mas fui respondida com um seco obrigado e achei melhor deixar isso pra lá. Devo ter dormido a maior parte do percurso até minha casa, por que só quando cheguei que tive a certeza que estava perdida.

Sai do carro em desespero ao ver que o numero do portão estava escrito de forma estranha, entrei em casa e tudo parecia no lugar errado, tudo invertido. Olhei um jornal e não conseguia entender o que estava escrito, as pessoas já estava se assustando com a minha reação. Me veio um bolo na garganta e uma vontade de chorar, corri pro banheiro e abaixei pra lavar o rosto e só então me veio na cabeça que estava aonde tudo devia ter começado, tomei coragem e levantei a cabeça só para ter a pior confirmação de todas: Meu próprio rosto no espelho rindo daquela familiar forma sinistra.

Já faz anos que estou neste mundo e bem, posso dizer que me acostumei. Já passei da fase de tentar voltar e hoje apenas evito olhar pro espelho, evito lembrar que alguém se passa por mim no mundo que um dia fora meu. Mas às vezes, só às vezes me pego pensando em como estão todas aquelas pessoas, amigos e familiares, que se tornaram meros reflexos.

E você, de que lado do espelho está?

Armário


Já reparou que a porta do armário está sempre aberta? Mesmo que seja só por alguns centímetros? Já reparou que não importa o quanto você tente fechá-la, basta que você saia e ela estará pelo menos um milímetro aberta quando você volta?
 Já reparou que quando pequeno você tem medo que pode haver dentro do seu armário? Já reparou que não importa o quanto você arrume suas roupas dentro dele, no outro dia pelo menos uma estará bagunçada?
Já reparou que em pelo menos 50% das historias de terror os monstros saem do armário? Já reparou que a porta do seu armário faz um rangido quando aberta vagarosamente? Já reparou que você fala enquanto dorme?

  Não?  Bom... eu já reparei.
 Acalme-se pequena criança, não vou te fazer mal, apenas gosto de te ver dormir.

O prédio selado


Quando criança a escola que eu frequentava era peculiar e, talvez por isso, tão magnificamente interessante. Fosse o fato de ser cercada por arbustos gigantescos e uma floresta densa que dava ignição a minha imaginação, ou os curiosos e caricatos professores e alunos que povoavam ela, eu não sei.  Não tenho certeza de quando foi construída, mas certamente se distinguia dos outros prédios, casas e ruas na região. Sendo coberta por uma tinta vermelho fogo, que puxava compulsoriamente seus olhos para ela. Para lá eu fui dos meus cinco aos onze ou doze anos, e, como toda criança, guardei lembranças agradáveis e desagradáveis.

Todo dia com minha mochila nas costas, passava ao lado da densa floresta e acenava para a "moça do pirulito" Sra. Collins - uma gentil velha senhora que trabalhava no controle do tráfego com sua plaquinha amarela, parando-o quando as crianças iam cruzar a rua, e, após me encontrar com meus amigos, atravessar os velhos portões marrons e ir até um dos pátios.

Havia um rumor que a existência de dois pátios era para separar meninos de meninas - sendo este um conceito tão velho quanto compreensível. Quando passei a frequentar a escola, os pátios agora separavam as crianças de cinco até oito anos, e o outro as de oito para cima. No pátio das crianças mais velhas havia um prédio pequeno feito em tijolos vermelhos que se erguia independente do resto da escola, isolado do complexo. A muito havia caído em desuso, e de fato havia sido selado de olhos curiosos, suas portas e janelas emparedadas com pedras e tijolos tornando impossível de se ver o que havia dentro.
 Seu propósito parecia ser um mistério a todos os professores que pouco sabiam do tópico, mas é óbvio que histórias se espalham pela selvagem imaginação das crianças, e, em minha escola, essa inclinação para histórias de tragédias e coisas proibidas criavam rumores que beiravam o bizarro, particularmente eram sobre o prédio selado - obscuridade é um solo fértil para as fantásticas ruminações do imaginário infantil.

Quando eu e meus amigos éramos do pátio mais jovem, nós costumávamos olhar pela passagem estreita que dava no pátio dos mais velhos para ver o que acontecia. Lá podíamos ver as crianças mais velhas jogando bola ou apenas andando - é divertido nos lembrar de que, quando crianças, as ações dos mais velhos, por mais que banais, parecem ser tão mais divertidas que as nossas. Mas antes que fossemos tirados de lá por algum professor ou pelo zelador, meus olhos sempre iam até o prédio selado. Havia algo de solitário nele, isolado, e por mais que fosse cercado por gritos e pela vibração da escola, sua aparência sugeria um grave silêncio para mim.

As crianças mais velhas gostavam de assustar a elas mesmo e a nós, contando dramaticamente que o local havia sido usado por um departamento de ciência e que havia ocorrido um sinistro acidente lá, um que havia produzido estranhas e assustadoras coisas que deveriam ser mantidas fora dos olhos do mundo - mesmo tendo oito anos, sabia o quão absurdo e sem sentido aquilo era quando ouvi.

Também se falava de ter sido o escritório de um, no mínimo brutal, diretor da escola, que havia morrido num incêndio. Seu fantasma, obviamente, ainda assombrava o lugar e era melhor que o espírito vingativo fosse contido lá, soltando fumaça pelas ventas enquanto as crianças brincavam e se divertiam no pátio tão perto - mais uma vez, pura bobagem.

Havia porém, este relato, da natureza do prédio abandonado, que me parecia mais plausível. O prédio era, de fato, um banheiro. Sim, um banheiro normal. Nada de especial, nada de laboratórios secretos, nada de espíritos de diretores estressados, Havia simplesmente sido fechado por ter se tornado inútil quando banheiros foram incorporados ao complexo da escola, evitando assim que se tornasse apenas um lugar para as crianças invadirem e causarem problemas. Mas ainda assim, apesar desta mundana explicação, ainda haviam de fato histórias a serem ditas sobre o velho prédio de tijolos vermelhos do pátio das crianças mais velhas.

Apesar de ter escutado as histórias, não foi até meu quarto ano na escola que eu me tornei íntimo, e, ao mesmo tempo, desconfortavelmente envolvido com elas. O pátio das outras crianças ela flanqueado por três lados por uma parte retangular da própria escola. O quarto lado separava as casas vizinhas por uma imensa parede vermelho- escuro. Era isolado do outro pátio - sendo somente acessível pela passagem antes mencionada - e, para piorar a sensação de aprisionamento, ao longo da parede havia uma alta cerca de ferro que atingia os cantos onde até o mais bravo colega de classe teria tentado sua grande fuga. Ainda assim, havia um velho portão que permitia acesso ao lado de fora. Mas, tal qual guardas de prisão, os professores costumavam conferir este portão com frequência.

Lá, em um dos cantos do pátio, estava o velho prédio. Suas janelas eram de fato fechadas com tijolo, tal como suas portas, mas o teto parecia diferente para mim, sendo afundado em alguns lugares e certamente tendo acumulado poças de água de chuva nas temporadas mais úmidas. Eu tinha, naquela idade, e, vergonhosamente até hoje tenho, medo de altura. Tão assustador para mim eram alturas quanto foi descobrir que subir até o teto dos velhos banheiros era uma espécie de rito de passagem para os meninos mais velhos. Não me entenda mal, não éramos forçados a subir lá, mas crianças tendem a ser cruéis e quando algum novato chegava ao pátio e mostrava algum sinal de fraqueza, geralmente esse era perturbado com provocações, e, subir no prédio velho o isentava de ser alvo de piadas.

Durante as semanas que se seguiram vi um por um de meus amigos subir até o teto quando a oportunidade aparecia, balançando as pernas enquanto sentados nas bordas uma vez lá em cima; um por um conseguindo provar seu direito de estar no pátio dos mais velhos, enquanto eu sucumbia as provocações sobre meu medo e jeito covarde. Não me diminua, eu tentei. Diversas vezes a bola ia parar lá em cima e todos os olhos se viravam a mim, esperando que eu subisse e pegasse-a. Cheguei mesmo a me aproximar da calha que dava acesso ao teto para ao menos por a mão lá em cima e pegar a bola, mas, toda vez, falhava.

O medo tomava conta de mim quando pensava na derrota, os xingamentos e a vergonha se intensificavam.

Posso traçar aqui um curioso e provavelmente triste aspecto da minha personalidade naquela época. Falhar na frente de estranhos era perfeitamente aceitável para minha mente mas, falhar na frente de amigos, família, colegas ou conhecidos, era um terror imenso para que eu concebesse.
Com o passar dos anos se tivesse eu seguido o esteriótipo de buscar fama como adolescente, não teria tido nenhum problema em tocar em uma banda na frente daqueles que eu não conhecia, mas colocasse no meio da multidão um rosto conhecido, meus nervos se afrouxavam. A proximidade da falha era imensa, ao menos na minha mente.

Por esse motivo escolhi um momento no mínimo inoportuno para enfrentar meu medo. Um dia, após a aula, esperei do lado de fora dos portões, enquanto meus colegas iam embora dos dois pátios, chutando as folhas de outono. Pais escoltando os mais novos de volta para casa enquanto os mais velhos andavam uns com os outros - alguns empolgados, outros não - todos descendo a colina, ao lado da floresta densa, até suas casas e assim por diante.

Ao passo que a escola se tornava cada vez mais vazia, e os próprios professores começavam a ir embora, eu desci a rua e entrei nos jardins que haviam atrás do prédio. Sempre achei a parte de trás do meu colégio um lugar interessante. Consistia em arbustos, matos de todo tipo e um campo de terra batida para se jogar futebol. Nossos professores aparentemente nunca usavam a área para nada, e éramos constantemente encorajados a nos manter longe dela. Mais uma vez, histórias e contos entre os estudantes contavam que uma criança havia sido sequestrada ali anos atrás, enquanto brincava, fosse verdade ou não, nunca soube.

Quando tive certeza de que todos haviam saído, me insinuei através dos arbustos até uma pequena inclinação atrás do pátio. Lá, fundido na parede, estava o estreito portão marrom que os professores mantinham uma vigília constante, mas que, pelo que eu sabia, nunca era usado. Supus que deveria existir um propósito para ele anos atrás, mas para mim e meus amigos era apenas um lugar para se pular nos fins de semana, tendo acesso a escola vazia, podendo brincar de pique esconde com excelência, sendo os pátios lugares com tantos cantos e esconderijos.

Por mais cuidadoso que fosse, queria realmente subir no prédio velho. Na minha cabeça de oito anos de idade, tinha visões de subir lá sorrateiramente e surpreender meus amigos acenando de repente lá de cima, ou de heroicamente resgatar uma bola de alguma garota - na infância julgamos que todos a nossa volta se importam muito com nossas ações, falhas e sucessos, quando de fato não estão muito atentos a nada, sequer nas consequências das próprias atividades. Sim, fui muito perseguido por não ter tido a mesma coragem daqueles ao meu redor e ter falhado em subir logo no prédio, mas a ideia de fazer sumir toda a vergonha pública e sentir aquela sensação nova que a vitória diante de um ato de heroísmo infantil me traria era o suficiente para que eu, pelo menos, tentasse subir.

Havia considerado em pedir a um de meus amigos que me acompanhasse para o caso de algum professor ter ficado até mais tarde, ou do zelador estar limpando aquela área, o que, nestes casos, fazia-se preciso um sentinela, mas a ideia da falha, mesmo diante de um público de uma pessoa só, já colocava a minha escalada tão procastinada em risco. Decidi fazer a subida sozinho, perdendo o medo, de modo a repetir o ato ensaiado na frente dos outros, pondo um fim nas brincadeiras e piadas. Após esperar alguns minutos e observar as janelas que pontilhavam o lado da escola se escurecerem por completo e, satisfeito com o vazio que a escola se encontrava, andei tranquilamente até o prédio abandonado.

Lá fiquei a observar o cano da calha, que seria minha via de acesso, juntando forçadas. Minha mente revirava as possibilidades mais densas, as saídas mais funestas e os acontecimentos mais negativos conforme comecei a subir. Imaginava que a calha fosse se soltar da parede e que eu me encontraria com o chão de concreto do pátio, pondo um fim na aventura.

Mas fato é que ela nunca se mexeu, não importasse o quanto eu acreditei que ela houvesse. Sem testemunhas, aquele havia sido o mais longe que eu já havia atingido, tendo sido capaz de esticar minha mão até o alto e tocar na quina do teto. Meu coração correu com empolgação conforme comecei a acreditar que eu realmente poderia fazê-lo, que o sucesso estava a vista.

Dai cometi o erro de conferir meu progresso. A experiência da altura para alguém que tem dificuldades com ela é algo realmente problemático. Quando na verdade era algo como 2 ou 3 metros, eu visualizei a distância como algo monumental. Meu estômago revirou, meu coração bateu descompensado, e o mundo abaixo de mim começou a girar e distorcer. Pior ainda, a perda de forças naquele momento fraquejou meu corpo ao ponto de sentir minhas mãos se soltarem ao redor da calha.

É estranho como a mente funciona. Eu estava ao ponto de admitir derrota e descer, mas, aguentar a humilhação e as piadas era pior ainda, então, como se estivesse sendo desafiado por vozes invisíveis e uma vontade fortíssima, fiz o maior de meus esforços e subi. Quando minhas mãos tocaram o teto gelado e eu fiquei de pé, mal pude notar que já estava lá.

Deixando sair uma risada de animação, a sensação de alívio e vitória foi esmagadora. Mal podia esperar pelo dia seguinte. Para subir no teto e provar a todos que haviam sido cruéis comigo que eu era tão bom quanto eles. Olhando para o chão lá do alto, ainda sentia uma pontada de medo, mas nada que chegasse aos pés da sensação de poder que tomava conta da minha alma, meu triunfo rompendo minha ansiedade.

Ainda assim, não era bravo o suficiente para ficar lá muito tempo, então decidi investigar os arredores rapidamente e sair de lá para a segurança do pátio e ir para casa, extasiado. O teto era pintado em uma cor vermelho-fogo similar a cor do prédio principal da escola, mas havia a muito descascado e soltado, sugerindo que ninguém visitava ele para uma demão de tinta a um bom tempo
.
Me movendo com cautela, sentia minhas pernas martelarem meu estômago cada vez que pisava só pelo pensamento da altura em que me encontrava, algo não maior que três metros. Ainda assim, não importando o quão nervoso e enjoado eu estivesse, a sensação de triunfo que eu sentia correr em minhas veias era realmente incrível.

Fui de um lado ao outro do teto, completando minha conquista, como alguém que patrulha uma área nova para dizer que é de sua posse, que é seu território. Por aqueles curtos instantes, o prédio era meu.
Justo quando me virei e voltei para descer pela calha até o chão, meu olho atento percebeu algo que não havia visto antes. Um buraco no teto. pequeno, mas o suficiente para que minha mão ou algo maior passasse. Curioso, dei alguns passos e me ajoelhei para ver mais de perto.

Sim, era um buraco, e a luz proveniente do céu da tarde iluminava fracamente o que havia lá dentro. Aproximei meu olho o máximo que pude do buraco sem tampar a luz do sol e me surpreendi com o que eu vi. Lá abaixo na escuridão, como uma tumba perfeitamente bem preservada, estava o banheiro branco e intacto. Conseguia ver as pias onde os estudantes anos atrás lavavam suas mãos ou jogavam água um nos outros por diversão e três divisórias - cubículos com portas de um marrom extremamente escuro - bem conservadas como se ainda estivessem em uso. O ar interno estava impregnado com poeira e idade mas se houvessem me contado que o prédio fora fechado ontem, eu teria acreditado. Tudo perfeito por exceto uma coisa, uma camada de água suja que cobria o chão, sem dúvida acumulada lá após tantos anos de chuvas.

O cheiro que senti me acordou de meus devaneios de explorador. Um forte e marcante cheiro que apertou minhas narinas e machucou meus olhos. Sem dúvida alguma alguém fumava ali perto. Um professor ou o zelador. Meu coração paralisou, e eu me odiei por ter tomado tanto tempo comemorando minha vitória. Sem dúvida, também, a pessoa estava no pátio logo abaixo, talvez até perto da calha, pois de tão perto o cheiro do cigarro era denso e opressivo.

Me mantive encolhido no frio e molhado teto esperando que fosse lá quem estivesse próximo, que fosse embora logo. A fumaça agora parecia praticamente cáustica, assando o ar com sua força. Diversas vezes tive de segurar minha respiração para não tossir ou espirrar, amedrontado com a ideia de ser pego. Acredito que não seja exagero falar que fiquei meia hora sem me mover, ainda assim, não me tomou sequer um segundo para que pudesse fazer uma notável observação. Por mais que eu pudesse sentir o cheiro da fumaça - de um cigarro infinito ou de um maço inteiro dado o tempo que se estendia - eu não conseguia vê-la. Deveria poder ver as nuvens cinzas subirem, mas sequer o mais fino sopro era visível.

O céu outonal escurecia e eu ficava mais e mais frustrado conforme a fria laje de pedra me arrepiava. Desejando nunca ter subido lá, pra começar, senti a fome se aproximar e percebi que meus pais já estariam preocupados comigo aquela hora. Me persuadi a pelo menos olhar rápido pela borda do prédio para ver quem estava lá a tanto tempo. Talvez, se a pessoa estivesse do outro lado do prédio, eu poderia descer e fugir sem ser notado. Me esgueirei através do teto e silenciosamente olhei para baixo, para me certificar de que nenhum movimento brusco fosse produzido, deixando assim de chamar a indesejada atenção.

Não havia ninguém lá. O pátio estava vazio e as janelas escurecidas do prédio principal pareciam tão vazias como estavam antes. Ainda assim o cheiro impregnava meus pulmões e o sabor se instalava na minha língua. Nesse exato momento, vi algo que me gelou até os pés. Um solitário e fino fio de fumaça subia do buraco no teto. Alguém estava no banheiro abaixo de mim,

Isso pareceu absurdo e impossível. Pelo que eu sabia, não havia como entrar. O prédio era selado totalmente do mundo externo, mesmo assim, lá estava. Uma nuvem de fumaça logo acima do buraco do teto, saindo da boca de alguém não visto logo abaixo.

Meu triunfo de ter finalmente vencido meu medo de altura pareceu algo muito distante agora, uma memória. E tudo que eu podia pensar era em descer daquele teto para a segurança logo abaixo. Mas eu nunca vou saber porque  a curiosidade foi maior naquele momento e eu tinha de ver o que fazia a fumaça lá de baixo. Fui até o buraco para uma rápida olhada, seguida da minha rápida fuga e corrida até minha casa.
Ao me aproximar da abertura, o cheiro se afirmava e as palavras "não olhe" dominavam minha mente. Mas era tarde demais. Eu havia olhado. A princípio, não havia nada. O local logo abaixo de mim parecia mais escuro do que antes, mas poderia ser minha visão se acostumando com a falta de luz. O que não podia ser explicado era o barulho que eu ouvi vir de dentro.

Pareceu distante de início, indistinto e incerto. Então gradualmente tomou forma, soando para mim como alguém se sufocando. Sorri sozinho pensando que provavelmente era a fumaça do cigarro que causara aquilo e que os moleques da região tinham um esconderijo ali. Mas, como não poderia deixar de ser, de súbito, na densidade da fumaça meus olhos foram atraídos para um dos cubículos. A sua porta estava fechada mas ainda assim eu não estava convencido de que ela estava daquele jeito antes, momentos atrás quando havia olhado pela primeira vez. Como se ela houvesse sido fechada. Inclinei minha cabeça mais para perto mais meu ângulo de observação não permitia que eu visse dentro do cubículo.

Ao que o som do sufocamento aumentou em volume, também aumentou a fumaça. O som e o cheiro se uniam de um jeito que deu calafrios na minha alma. Entrei em pânico, deixei sair um grito quando vi a porta estremecer diante de um chute violento que alguém dera pro dentro. A fumaça tomara meus pulmões e olhos e eu não conseguia ver nada nem dentro nem fora do prédio.

Então cessou. O som do sufocamento desapareceu, e o cheiro de fumaça simplesmente se foi. Por um momento pensei ter imaginado tudo. Respirei fundo enchendo meus pulmões, só para que o terror tomasse lugar mais uma vez. No negro e frio silêncio do banheiro a muito esquecido abaixo, o som de passos na água preencheu o ar. Então, aos poucos, a porta do cubículo começou a abrir.

Não sei dizer o que de fato aconteceu após aquilo. Acho que bloqueei grande parte da minha memória. Aparentemente o diretor - um homem intimidador porém muito gentil chamado Sr. McKay - estivera trabalhando até mais tarde, do outro lado do prédio da escola. Quando foi percebido o som de meus gritos ele correu para fora e me achou enrolado como uma bola no teto dos banheiros velhos, paralisado de medo, soluçando. Após algumas palavras tranquilas, ele me ajudou a descer e me levou até o seu escritório onde mais uma vez garantiu minha segurança, ligou para meus pais para que me buscassem e ficou de olho em mim até que eles chegassem.

Confiei na imparcialidade do Sr. McKay conforme eu lutava contra as lágrimas para contar tudo que lembrava. O teto, a fumaça, o cubículo. Ao contar a história a ele, o sangue fugiu de seu rosto e pude sentir ele gelar. Pensei muito no que ele me falou após ouvir minha história. Talvez ele só quisesse me assustar para que eu e outros não subissem mais lá, mas ele me pareceu extremamente genuíno com o que me relatou.

Ele me disse que anos atrás havia acontecido uma tragédia com uma garota de doze anos na escola. Garota essa que ele se recusava a nomear. Ela tinha a reputação de ser difícil. Os professores tentavam o melhor que podiam para se comunicar com ela, atrair sua simpatia e cativá-la, mas ao que parecia ela tinha um histórico de violência doméstica e era praticamente impossível de se controlar. Havia sido suspensa diversas vezes por violência e constantemente brigava com outros estudantes.

Um dia ela havia decidido faltar a aula e conseguiu persuadir duas outras garotas a se juntarem a ela prometendo um cigarro a cada uma. Então, com o desenrolar dos fatos, as garotas se esconderam quando o sinal tocou e se foram aos banheiros. Os detalhes do que ocorreu em seguida eram nebulosos, mas ficou claro que a garota teve algum problema com desmaio, tendo morrido e ficado por ali mesmo. As outras garotas alegavam terem ido embora antes de qualquer coisa ter acontecido, mas haviam rumores que poucos falavam, mas muitos acreditavam. Rumores de que a garota estava com as amigas quando desmaiou, e com medo de serem pegas fumando e faltando a aula, elas colocaram a amiga no cubículo, fecharam a porta e a deixaram lá.  Se elas acreditavam que a garota ia se recuperar ou não era objeto de muita especulação. Os arranhões e marcas dentro do cubículo sugeriam que ela passou a se convulsionar e  se debater, talvez até mesmo em uma luta para fugir dali e gritar por ajuda.

Após o ocorrido o prédio foi fechado e a escola junto com a comunidade deram o melhor de si para colocar a tragédia para trás, apagar aquilo de suas memórias. Talvez o Sr. McKay tenha inventado tudo para me assustar, tenha se aproveitado de tudo que eu lhe contei para criar uma história que me traumatizasse para nunca mais sequer pensar em voltar a subir lá.Infelizmente, algumas tristes consequências se seguiram. Eu de fato evitei o prédio a todo o custo. Meu medo de altura não era nada comparado ao desespero e horror que o prédio era para mim agora. Meus colegas, é claro, não acreditaram na minha história, me acusando de mentir sobre tudo para evitar que fizessem piadas. E, ao que eles sabiam, eu nunca havia subido lá. Por fim, eu acabei me confrontando com um sonho repetitivo durante minha infância. Um no qual eu acordava coberto de suor frio, enrolado no canto da cama, gritando. Sabia que nele, no sonho, eu estava no topo do prédio, olhando pelo buraco dentro do local abandonado, mas a memória sempre me é vaga. Tudo o que resta é uma impressão, da porta do cubículo se abrindo lentamente, e de algo olhando direto em meus olhos lá de dentro.

sábado, 4 de maio de 2013

Eutanásia Coaster


A Eutanásia Coaster é um conceito de montanha-russa de aço feita para matar seus 
passageiros. Em 2010, foi feito o modelo com escala por um modelo de Julijonas Urbonas, doutorado pela Universidade Real de Artes em Londres.

Urbonas que já trabalhou em parques de diversão, afirmou que o objetivo de sua montanha-russa é de tirar vidas "com elegância e euforia". É um passeio à morte. Os 7 loops ou "inversões" coloca o organismo humano sob tal stress que faz com que o cérebro para de receber oxigênio, sendo que o coração não consegue empurrar o sangue por causa da movimentação. Mesmo que mate, pode ser que seja uma morte além de macabra, divertida.