terça-feira, 25 de setembro de 2012

Karma


Registro 1

Cometi um terrível erro. Achei que fosse só paranóia, mas agora eu sei que me persegue. E nunca vai me deixar esquecer meu erro idiota.

Não tenho certeza de como "ele" se parece. Sei que seu nome é Karma. Achei que ele me protegeria... Estava errado.

Vamos começar do começo. Ouvi certa vez de um ritual, chamado Julgamento do Karma. Por razões que você virá a entender, não posso descrever o ritual. É muito perigoso.

A lenda sobre o ritual é que uma vez que você o pratica, Karma o julgará. Decidirá se você é uma pessoa boa ou ruim. Se decidir que você é uma pessoa deveras boa, ela irá fazer sua vida um paraíso, do contrário... Bem, por isso estou escrevendo.

Deve ter havido algum erro, não é possível. Sou uma ótima pessoa, ou ao menos achei que fosse. Cheguei a pensar que o ritual não havia funcionado, mas logo se tornou aparente que eu havia sido amaldiçoado. Assim que terminei o ritual, voltei para casa, e encontrei meu cachorro partido ao meio. Rezei para deuses que eu sequer acreditava para que aquilo houvesse sido trabalho de um ser humano.

Até agora, durante três dias, não consegui dormir. Independente de quantos calmantes eu tome. Toda vez que olho para uma janela ou um espelho, vejo um vulto negro que some no mesmo instante.

Espero que escrever me ajude. Pelo menos tem acalmado meus nervos. Por hoje chega de escrever.

Registro 2

Não consigo dormir. Se eu adormecer, ele me atacará. Planeja me matar enquanto eu durmo. Agora a pouco quase dormi. Fechei os olhos por 5 segundos. Quando os abri, eu o vi! Karma estava bem na minha frente. Ele assume a forma de um garotinho de 5 anos com o cabelo castanho bagunçado. Suas roupas são farrapos marrons do pescoço aos pés. Seus olhos verdes ofuscados de ódio, e sua boca é toda costurada.

Assim que mantive contato visual, ele olhou para dentro de mim e sumiu logo em seguida. Senti uma terrível dor por toda minha pele, corri ao espelho para encontrar marcas de unhas humanas por todo meu abdômen, costas e pernas.

Registro 3

Esse é o quinto dia sem dormir. para me manter acordado tenho tomado pílulas de adrenalina e energéticos e me entupido de cafeína. Comecei a me cansar, então tomei o novo hábito de fazer ínfimos cortes em meu braço para que a dor ajude a me manter entretido e acordado. Até agora são 8 cortes.

ME tranquei em minha casa desde ontem, quando voltei rápido do mercado com suprimentos para me manter acordado. Se eu sair, posso acidentalmente dividir emu azar com outra pessoa. Pelo que a lenda diz, qualquer um que entrar em contato com alguém que foi julgado ou que contem informação sobre o Karma, pode ser julgado por ele. Por isso assim que terminar de escrever isso irei queimar minha casa junto com meu computador, para que esse arquivo não chegue no conhecimento de outros ou na internet, para que todo e qualquer sinal dessa maldição suma e não possa atingir outros.

Ouço alguém na porta.

Registro 4

Perdi a noção de dia e noite. Na última noite (noite, eu acho) tranquei, fitei e bloqueei todas as minhas portas e janelas, joguei todos meus espelhos em uma pilha no meu quintal e cortei qualquer modo que ele tivesse de chegar até mim.

Os cortes no meu braço agora cobre ele todo, e não estão mais ajudando, já em acostumei. Então decidi cortar o dedo mindinho do meu pé esquerdo. Imediatamente cicatrizei o corte com o metal quente de uma panela que mantive no fogo para esse fim.

Registro 5

Ele falou comigo. Ele fala através de sussurros que ecoam em toda a casa e em minha cabeça. Me contou de como ele era antes de ser o que é agora. Quando jovem, seja lá quem estivesse responsável por ele, o batia e o torturava de maneiras terríveis. chicoteavam-o e costuravam sua boca. E toda vez que ele tentava dormir, eles o puniam de maneira mais doentia e dolorosa ainda. E então, atualmente, ele busca se vingar, proporcionando isso a toda e qualquer pessoa que mereça.

Não sei porque ele me contou essas coisas, mas eu realmente me senti um pouco mal por ele. Um pouco de pena... Mas talvez esse fosse seu objetivo.

Estou acordado desde que posso me lembrar, desde o ritual. Cortei todos meus dedo dos pés, o mindinho, anelar e médio da mão esquerda. Queimei todas as cicatrizes para parar o sangramento, é claro.

Registro 6

Achei deveras difícil cortar meu pé esquerdo. Provavelmente a maior dor que já senti na vida, mas é minha última saída para não dormir.

Estou tremendo enquanto escrevo isso. Felizmente, sempre fui obcecado por literatura, então dificilmente vou conseguir parar de escrever.

Recentemente, percebi furos em meus lábios que não estavam aqui antes. Acho que só não havia prestado atenção. Acho que a pior parte em não dormir é não conseguir pensar em mais nada a não ser em me machucar para me manter acordado.

Registro 7

Não posso crer que estou todo esse tempo sem dormir... Não acredito... Não posso acreditar... Não é humanamente possível.

Registro 8

Agora ele começou a apelar. Para todo lugar que olho o vejo, escuto seus gritos vindo lá de baixo, mas eu sequer tenho porão... Mas o que mais assusta é que, escuto alguém gritar junto com ele. Gritar ameaças. É a voz de um adulto. Provavelmente a pessoa que criava ele.

Não aguento mais. Cobri o chão da minha casa com fluido de isqueiro. Não vou dar a ele a satisfação de me matar. Esse é meu último registro. Quando terminar de escrever, colocarei fogo em minha casa.

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Avaliação psiquiátrica, Dr. henry Rouge.
Paciente sofre de um avançado caso de psicose, sendo o pior caso de insonia que já vi. Se auto mutilou, cobrindo o braço esquerdo de pequenos cortes, arrancando o pé esquerdo, todos os dedos do pé direito e todos os dedos da mão direita e três da esquerda. Ao que aparenta, isso tudo foi devido a um sério distúrbio de stress pós traumático. Seus antigos registros psiquiátricos mostram que ele era torturado quando criança pelos pais abusivos ( o que explica as envelhecidas marcas em seu abdômen, costas e pernas e as cicatrizes em seus lábios, uma vez costurados) até que ele foi forçado a matá-los. Ele continuava a me olhar com seus olhos verdes, chocados, e dizendo "Karma vai fazê-lo pagar."

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Nota pessoal, Dr. Henry Rougue,
O computador do paciente foi encontrado no meio dos entulhos. Li o arquivo com os registros que ele escreveu através de sua decadência e achei tudo muito perturbador. Mandarei esses arquivos aos meus colegas para que eles possam estudar e me ajudar a decidir no que devo fazer.

PS: desde que li aquele registro, tem ocorrido estranhas coincidências comigo. Tenho medo de dormir.

domingo, 23 de setembro de 2012

Hora de Dormir



Não sei bem se isso é uma CreepyPasta, porque é um relato real. Por mais difícil que seja de acreditar, tudo o que contarei aconteceu de verdade. Eu moro com minha mãe e meu padrasto. Quando meu padrasto tira folga no fim de semana, eles costumam viajar pra casa da irmã dele e passam 2 ou 3 dias por lá. Não me dou muito bem com a família do meu padrasto, então não vou com eles. E assim foi semana passada. Ultimamente tenho baixados jogos antigos para jogar no meu ex-aposentado Playstation 2. O jogo que estou jogando agora é Bully, um jogo que foi proibido em alguns países, mas isso não importa.

Sempre que começo a jogar, eu perco a noção de tempo. Quando olhei no meu celular já eram 04h15min da manhã. Então ouvi a porta do quarto da minha mãe se abrir. Pensei: "Minha mãe chegou, e se ela me vir jogando vídeo game a essa hora vai me encher o saco me chamando de irresponsável", então larguei o controle no chão, desliguei a TV e corri pra debaixo do cobertor. Ouvi-a caminhar até meu quarto, abrir a porta e permanecer por alguns segundos. Ouvi-a abrindo as portas do guarda roupa e em seguida parar bem em cima de mim. Eu estranhei por que geralmente ela só checa se estou dormindo e volta para seu quarto. Mas ela ficou quase cinco minutos me olhando. Depois abriu a janela, estava ventando muito. Mais uns 10 minutos se passaram e eu não ouvi minha mãe abrir a porta pra sair. Então eu abri os olhos e me levantei e vi que ela já tinha ido embora não sei como. Esqueci o vídeo game ligado e fui dormir dali mesmo. No dia seguinte minha mãe me acordou:

- Vem filho, já fiz seu café.
Eu fui até a sala, a mesa com café pronta. Eu perguntei:
- Você vai trabalhar hoje mãe?
- Tá louco? Claro que não. Vou tomar café e ir dormir, estou morta de sono. Cheguei agora.
- Chegou agora?
- É, cheguei tem uns 20 minutos.

Nunca saberei o que foi aquilo que entrou no meu quarto.

sexta-feira, 21 de setembro de 2012

A Estrada Sem Fim


Em Corona, Califórnia, havia uma estrada conhecida pela maioria dos moradores como a “Estrada Sem Fim”. Especificamente, o nome verdadeiro da estrada era Lester Road. Agora, mais de vinte anos depois, a paisagem de Corona mudou, e a Estrada Sem Fim não existe mais. No entanto, anos atrás, Lester Road era uma estrada sem iluminação que as pessoas afirmavam que se tornava uma estrada sem destino, à noite. As pessoas que passavam por lá neste horário, nunca mais foram vistas ou encontradas de novo.

A lenda se tornou tão bem conhecido que as pessoas se recusavam a dirigir naquela estrada até mesmo durante o dia. Uma noite, junto com muitos adolescentes da minha idade, eu dirigi até Lester Road, mas até uma curta distância, e que de acordo com as luzes de meus faróis, parecia que se estendia para sempre. Assustado, rapidamente dei meia volta, porque temi que se eu continuasse naquela estrada, poderia nunca mais voltar.

Os diversos relatos da lenda convenceram a polícia local a irem investigar. Lester Road fazia uma curva perigosa para esquerda no seu final, e não havia grades de proteção na estrada. Além da curva, estava um abismo, e do outro lado do abismo, se encontrava o resto da estrada, alinhada perfeitamente com Lester Road quando visto do ângulo correto, especialmente à noite, onde o abismo desaparecia de vista, e a estrada parecia continuar sobre o morro do outro lado. Após investigação do abismo, dezenas de carros foram encontrados, caídos e destroçados, com os corpos das vitimas em decomposição ainda presos a seus assentos.

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Retorno para a terra.


Desculpem pessoal por não ter postados esses dias, meu trabalho está me consumindo cada vez mais e fica muito difícil eu estar postando no  blog mas essa semana que vem terá bastante postagens 
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Eu acho que esse é o fim. Para nós, enfim. Do ser humano e tudo que conquistamos. Eu tive muito tempo para pensar sobre isso desde a última vez que pude ver a luz do dia. A última vez que a veria. Não é o fim do mundo, mas é o nosso fim.

Eu acho que começou por volta de um mês atrás, se bem que pode fazer mais tempo, só há os relógio dispersos pela casa para me dizer o tempo que passou e a maioria não funciona mais. De qualquer forma, estou me distanciando do ponto principal. Estava em todos os jornais: um cruzeiro havia naufragado sem nenhum motivo aparente. Não estava estragado, apenas tinha sido puxado para o fundo do mar. O resto das histórias estavam apenas começando. Tudo que estava na água afundava. As plataformas de petróleo desapareceram. As pessoas nas praias eram puxadas para o profundidades imensuráveis. Nada flutuava mais. Era bizarro. Essas notícias encheram os jornais por alguns dias até que a coisa ficou mais assustadora.

Foi durante uma transmissão de um jornal que tudo mudou para o pior. Era uma reportagem sobre uma praia, em um canal local falando sobre o estranho fenomeno. Eles estavam reciclando a mesma pergunta que tinha sido feita nos últimos dias. De repente pânico tomou conta do rosto da repórter, ela gritou enquanto a camera se inclinou para baixo. Seus pés estavam presos na areia abaixo de seu tornozelo. Eu lembro de rir, achando que a repórter era só super-sensivel e estava de brincadeira, mas então a câmera caiu. Nos próximos 10 segundos mais ou menos o que apareceram na tela não foi apenas a reporter afundando na areia, mas todos eles. Todo o circo que tinha sido montado por causa da reportagem na praia para cobrir a história. A reporter que tinha afundado pelas canelas momentos atrás estava agora com areia na altura do peito. Todos se contorcendo, gritando e afundando. Acabou então quando a câmera foi engolida pela areia.

A noticia ficou no ar por mais alguns dias mas não havia nada a ser dito. Alguns culpavam os sumidouros pelo o que tinham acontecido na praia, enquanto outros argumentavam contra, salvos dentro dos estúdios. Os jornais eram perca de tempo agora. Era muito mais fácil olhar para rua pela janela. Todos ficavam em casa com medo de sair de seus lares. Nao parecia fazer sentido. As estradas e pavimento estavam sendo absorvidas pela grama e sujeira. Placas de sinais e postes de luz estavam sendo consumidos por plantas. Casas também.

Algumas pessoas tentaram correr, pulando de telhado em telhado, procurando por lugares mais altos. Ocasionalmente olhando pelos canais de TV que ainda restavam, noticiavam que arranha-céus tinham se tornado campos de refúgio. Eu tinha feito uma viagem para fora de casa desde que isso começou, pelo telhado. Uma tentativa de conseguir suplimentos de um mercado próximo, mas esse plano pareceu ser uma perca de tempo depois. Estava vazio. Totalmente saqueado. Ali estava a evidência que eu precisava para ver o quão ruim toda essa situação era. 

É fácil ficar em estado de negação com algo como assim, seja lá o que isso fosse, até que isso te afetasse. Meu carro haviam sumido. Na verdade, quase. Ainda podia ver um pedaço do teto dele dentro o solo molengo. E não apenas meu carro, todos eles. Veículos maiores também estavam afundando, parcialmente obscurecidos, decendo lentamente para o seu destino.

Alguns dias depois, todo o meu andar de baixo estava soterrado. Eu tive que dar um jeito de bloquear as janelas e portas de toda a sujeira e "solo", mas agora é apenas um cubiculo. Um mausoléu. Não era um lugar que eu desejaria estar. Eu passo a maior parte do meu tempo no andar de cima, olhando pela janela o mundo hostil lá fora.

Meu vizinho morreu ontem, caindo do telhado e foi então engolido pela terra. Muitos morreram dessa forma antes, mas o jeito que ele morreu que o faz diferente. Ele estava tentando impedir que seu cachorro saísse de casa. O cão está bem, eu acho. Pelo menos não foi engolido pela terra. Eles não são afetados, os animais. Isso é apenas nosso destino, e essa novidade foi um pouco demais para mim. Essa coisa toda. Essa merda de pesadelo real. Eu bebi a noite toda até desmaiar.

Quando acordei estava cercado de escuridão. Andei até a caixa de luz e mexi nos fuzis mas a não havia energia. Eu peguei a lanterna dentro da caixa de luz e olhei pela casa para mais suplementos. Enquanto olhava para o andar de cima eu vi. O ultimo vislumbre de luz natural que eu jamais viria em vida.  Eu achava que era noite e eu tinha apenas dormido o dia todo em uma espécie de coma alcoólico. No tempo que deu para correr as escadas acima e pelo corredor a luz havia sumido. Eu estava soterrado. Eu tentei sair, me esmagando contra o gesso e telhas, mas aonde devia ter um céu só saia sujeira, terra e barro.

Eu não sei mais quanto tempo eu tenho aqui na minha casa-caixão. Tenho pouca comida e pouco ar. Um pouquinho de luz, algumas velas e caixas de fosforos. A lanterna morreu a alguns minutos atrás. Mas esse é o nosso destino. Destino dos homens. Nosso retorno para a terra.

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Nunca mais

Eu tinha 17 anos quando aconteceu. Vivi 17 longos e dolorosos anos com minha mãe que me batia bastante. Era por volta da meia noite, e minha mãe já dormia. Então quando ouvi as batidas suaves na porta da frente, tive de ir atender. Uma menininha estranha, loira, com as bochechas pálidas e pupilas negras, assustada. Estava frio, então a coloquei para dentro de casa sem pensar duas vezes. Só vim me perguntar depois o que ela fazia ali e porque. Pensei em ligar para  a polícia, pensei em chamar minha mãe, ligar para os bombeiros, qualquer coisa, mas ela foi logo deitando em meu sofá, então só pude cobrir ela com um cobertor (mesmo que ela não estivesse tremendo com o frio). Sem muito o que fazer, me aproximei dela e perguntei seu nome.

"Qual é o seu nome, querida?"

Um longo silêncio se passou, no qual ela me olhava. Comecei a ficar desconfortável com seu olhar negro, até que ela abriu a boca fina e falou em uma voz suave.

"Lacy Morgan."

Eu sorri balançando a cabeça suavemente, como antes.

"Pode ficar aqui essa noite, Lacy." Disse, cobrindo ela melhor. Ela tratou logo de dormir, sem agradecer ou falar qualquer outra coisa. Sem entender muito o que estava acontecendo, só fui ao meu quarto dormir, ignorando a reação da minha mãe abusiva pela manhã.

Ao amanhecer, fui recebido na cozinha com a chaleira voando em meu ombro. Gritei rouco de dor, e logo ouvi minha mãe gritar.

"Que merda que você fez? Porque o sofá está sujo?!". Fui até  sala e vi que o lugar onde Morgan deveria estar, era agora só uma mancha de sujeira. Assumi a responsabilidade e recebi um belo tapa no rosto. Me arrumei e fui para  a escola. Na escola ouvi algo que gelou minha espinha.

"Encontraram Lacy Morgan morta ontem de noite."

Passei o dia esperando mais notícias sobre  o assunto, mas não descobri mais nada. De noite, no Jornal, houveram mais informações.

"Lacy Morgan, seis anos de idade, foi encontrada morta e enterrada em seu próprio quintal, por volta das nove da noite de ontem. Até agora não foram encontrados sinais de sua mãe, Marissa Morgan, suspeita de ser a assassina. Marissa já havia sido denunciada por maus tratos contra Lucy múltiplas vezes, e provavelmente é a assassina."

De repente, uma foto de Lacy apareceu na tela. Ela se parecia bastante com a Lacy que eu conheci. A diferença é que seus olhos eram azuis claros e suas bochechas rosadas. Tinha o vestidinho rosa e o cabelinho loiro. Mas isso tudo não era tão importante... O problema era que ela havia morrido antes de aparecer em minha casa. Ela havia sido enterrada, antes de aparecer na minha casa. Fui dormir mais cedo para não encontrar com minha mãe. No meio da noite acordei com dedos gélidos tocando o machucado na minha bochecha.

"Nunca mais." Lacy sussurrou antes dela sumir. Fiquei estático, e minutos depois, ouvi minha mãe gritar em seu quarto. Corri desesperadamente e quase desmaiei quando vi o que vi.

Ela se contorcia em sua cama, uma pequena criatura tinha o rosto enterrado em seu peito. Podia ouvir o som da carne rasgando, e o gritar de minha mãe aumentando de volume. Preferia não ter me levantado. Tempos depois, me convenci de que não havia me levantado. Que havia sido um pesadelo... Mas eu havia me levantado. Então, quando Lacy tirou seu rosto do peito de minha mãe, pude ver seus dentes afiados brilharem na luz fraca que incidia da janela. Pingando sangue. ela sorriu inocentemente para mim por um momento, e logo em seguida arrancou a jugular da minha mãe para fora. Então eu desmaiei. Quando levantei, eu estava em minha cama. Andei até o quarto de minha mãe, dando meu melhor. Estava vazio. Nada de sangue, ou destroços humanos ou minha mãe. Vazio. E a cama até estava arrumada. A única coisa estranha era as pegadas de criança no chão, do leito de minha mãe até a janela.

Nunca mais vi minha mãe. Nunca senti sua falta, de qualquer modo. Acabei me formando, me casando, e ficando por ali. Tive uma filha, a qual dei o nome de Lacy.

Recentemente mudou-se um casal com seus filhos para nossa vizinhança. Percebi que as crianças sempre estão com machucados nos braços, pernas e pescoços. Em uma noite dessas, não conseguia dormir, quando olhei pela janela para o quintal dos vizinhos e vi uma menina andando descalça até a porta da frente. Apesar da escuridão, a qual pode ter me confundido, tenho quase certeza que ela olhou para mim. E pude ler seus lábios dizendo;

"Nunca mais".

segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Caso Yoki


As fotos do caso Yoki vazaram, e o IÉB que não tem nada a ver com isso, está aqui para mostrar o que já está espalhado na web. São as fotos do empresário Marcos Matsunaga, morto e esquartejado pela esposa.
Imagens do caso Yoki recebido diretamente do1° DP de Cotia-SP/Caucaia do Alto:
















Mais informações sobre o caso:

Um crime que aconteceu no dia 20 de maio, chocou a todos por sua crueldade. Tudo começou quando uma sacola foi encontrada em Cotia – São Paulo, com partes de um corpo, e logo outras foram encontradas nas proximidades, após uma investigação foi constatado que era o corpo do empresário Marcos Matsunaga, 42 anos, executivo da empresa Yoki.

Entenda o caso Yoki

Logo de início alguns fatos se tornaram estranhos, como o fato do corpo estar conservado e com um tiro nas costas, a forma de como estava, esquartejado e em sacolas espalhadas. Com a investigação a polícia logo chegou a primeira suspeita de ter executado friamente o empresário, e para a surpresa de todos, foi a própria mulher da vítima, Elize Matsunaga, 30 anos, ela própria confessou ter matado e esquartejado o marido.
Segunda Elize, os motivos para o crime foram ciúmes e brigas, o empresário vinha se relacionando com uma garota de programa desde do início do ano, chegou inclusive a dar um carro a ela. Na última briga do casal, Marcos chegou a chamar Elize de “fraca” e “prostituta”, isso segundo ela foi a gota d’água para realizar o crime.

Elize

Elize é ex-garota de programa, e deixou a profissão após conhecer Marcos, com quem estava casado a três anos. Chegou inclusive a se formar em direto. Em um site de acompanhantes, se descrevia como uma “loirinha muito carinhosa”.

Crime

Depois ser descoberta como a autora do crime, Elize falou em detalhes para a Polícia como executou o marido Marcos.
No dia 19 de maio, após uma discussão do casal, Elize pegou a arma que havia ganhado de presente do marido, uma pistola 380 e fez um único disparo fatal. Guardou o corpo em um quarto por cerca de dez horas, como a rigidez cadavérica  já estava grande, Elize usou seus conhecimentos cirúrgicos e esquartejou o corpo, separando os membros inferiores, superiores e a cabeça. Depois colocou tudo em três malas de viagem, e foi desovar em Cotia – São Paulo.

sábado, 8 de setembro de 2012

Uma falta de Empatia





(N.T; Empatia: Capacidade de entender emocionalmente outra pessoa colocando-se no lugar dela. Capacidade de se identificar emocionalmente com outra pessoa.)

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Eu não era como as outras crianças no jardim de infância, cresci diferente. Nunca participei das babaquices daqueles fedorentos nem dos seus jogos estúpidos. Mas eu tinha minhas próprias brincadeiras. Uma vez uma menina pediu minha caixa de giz-de-cera, e eu disse que emprestaria se ela mandasse a professora se foder. Ela foi mandada pra casa por ter feito isso, e eu pude ouvir sua mãe gritar sobre a surra que ela ia levar quando chegasse em casa. Brincadeiras divertidas né?

Não levou muito tempo até os professores notarem que as outras crianças me evitavam e que eu nunca mostrava nenhuma emoção. Eles só sussurravam pelos corredores e julgavam que eu não ouvia, mas eu sempre tive uma audição excepcional. "Monstrinho" dizia a Sra. Guthrie. "Sociopata" dizia o Sr. DePascal. Mesmo em minha tenra idade, eu tinha um vocabulário bem extenso. Nunca havia escutado o termo Sociopata antes e fiquei intrigado. Ao chegar em casa procurei a enciclopédia da minha mãe e li. Sociopata; "um desvio de personalidade caracterizado por uma falta de empatia por outros.". Tive que concordar com o Sr, Sr. DePascal.

O primário e o ensino fundamental passaram rápido. Aprendi a fingir emoções e enganava todos a minha volta, meus pais, meus professores, as pessoas em geral, exceto meus pares. Acabavam percebendo que eu tinha algo de "errado" e decidiam me deixar. Alguns decidiam se tornarem meus amigos, ai eu podia me divertir um pouco. Independente de como eu tratava esses ao meu redor, eu não os odiava. Só não me importava. E foi assim até o colegial, até quando alguém conseguiu me irritar de verdade. Esse alguém foi Travis Murphy.

Os Murphys se mudaram para minha vizinhança um pouco antes de começar o 1º ano. Tinham dois filhos. Um filho, Travis, e sua irmã, Marion. Estava apenas esperando o momento inevitável em que meus pais os convidariam para nos visitar. Nem Travis nem Marion haviam me conhecido ainda, por tanto não sabiam de minhas tendências sociopáticas. Eles me divertiriam um pouco. Mas dessa vez eu seria ignorado, e não o ignorador. Marion foi fácil, mostrando o interesse normal e a bondade daqueles que não conheciam minha condição. Após um tempo, entretanto, percebi que ela me achava bonito e estava inclusive desenvolvendo um interesse em mim. Decidi manter ela fora de meus joguinhos por um tempo . Nenhuma garota havia se interessado por mim antes, então era uma experiência totalmente nova. Decidi deixá-la por perto, então mantive os sorrisos falsos, fingindo interesse nas coisas que ela dizia. Travis era uma história totalmente diferente. Ele parecia se interessar muito pouco em mim, do mesmo jeito que eu me interessava pouco por todos os outros. Não conseguia jogar meus jogos com ele. Ele não se importava com nada. Senti raiva pela primeira vez em minha vida. Com o passar dos anos, havia descoberto que eu era especial, bem mais importante que os insetos ao meu redor. Agora, porque um desses insetos ousava me ignorar? Pela primeira vez em minha vida, eu dei o primeiro passo. Tentei falar com Travis, fingindo emoções e interesse em sua vida e tudo que pude para fazê-lo se interessar em mim.
Nada.

Fiquei furioso a princípio sobre sua total falta de interesse, mas com o passar do tempo descobri que ele era igual a mim, um sociopata. Completamente evitando se importar com os outros. Ao invés de aliviar minha frustração, isso só a aumentou. Eu era especial, único! Mas agora havia outro como eu. Se eu não era único, como eu poderia continuar sendo especial? Ou seria eu só mais um? Só outro inseto? Não! ME recusava a ser mais um na multidão. Um de nós precisava morrer. E foi assim que me decidi a partir daquele dia. Tornaria Travis Murphy só mais um dos insetos. Eu o mataria.

Guiado por essa razão eu segui, esperei. Colegial passou rápido e logo a Faculdade. Aprendi novos meios de me expressar com Marion através do sexo. Aprendi o valor da dor e como fazê-la implorar por isso. A princípio foi tudo muito fascinante, mas, como todo o resto, eventualmente perdeu seu mistério. Minha concentração se mudou novamente, de Marion para Travis. Estava completamente pronto para matá-lo. Porém cuidadoso. Não era ingênuo o suficiente para achar que os insetos me deixariam em paz se soubessem que eu havia o matado. E eu queria evitar a prisão a qualquer custo. Não temo nada, exceto tédio, e a prisão não passa disso, tédio após tédio, sem fim. Não podia agir impulsivamente. Deveria ser frio e calculista. E ao passo que levava meu tempo pensando em como fazer isso, percebi que podia me divertir um pouco!

Minha primeira chance de brincar com minha presa veio pelo segundo semestre da faculdade. Travis e sua família sairiam por uma semana para visitar parentes ou qualquer merda assim, e deixariam o cachorro em casa. Pagavam para os vizinhos tomarem conta dele, dando a ele comida e levando-o pra passear. Observei esse comportamento por dois dias, vendo a rotina e planejando minha ação. Uma noite antes dos Murphys retornarem, invadi a casa deles logo após um dos vizinhos ter deixado o cachorro lá. Marion havia me dado o código de segurança do alarme de ladrão para que eu pudesse entrar na casa escondido pra conseguirmos transar. Usando luvas e uma máscara, entrei na casa, sem ser visto por meus vizinhos que dormiam. O cachorro me conhecia pelo cheiro e não latiu. Veio até mim abanando o rabo e com a língua pendurada. Trabalhei rápido. Segurei sua cabeça entre minhas mãos e a esmaguei, enfiando meus dedões em suas órbitas e amassando seu crânio. Ele só soltou um fino e baixo ganido antes de morrer. Bom garoto.

Havia trazido comigo meu kit caseiro, meu bisturi e vários outros instrumentos roubados do laboratório de ciências. dissequei o cachorro e pendurei seus intestinos no ventilador de teto da sala. Imaginar eles entrando em casa, ligando as luzes e o ventilador junto e serem banhados por sangue e restos mortais caninos me divertiu. Usei o sangue para escrever "VOCÊ É O PRÓXIMO" na parede do quarto de Travis. Como piada interna, deixei o coração no travesseiro de Marion. Satisfeito com meu trabalho, voltei a meu dormitório na faculdade e dormi pesadamente.

Houve uma grande comoção na semana seguinte à chegada dos Murphys. Histórias da carnificina e fotos da casa estavam em todos os jornais locais todos os dias e noites. Haviam rumores que os Murphys se mudariam logo. Aparentemente a Sra. Murphy não conseguia entrar na casa. Deveria agir rápido, não podia deixar minha presa fugir. Sentado em meu dormitório, sonhei com várias maneiras de destruir meu inimigo. Então houve uma luz incidente do lado de fora através da minha janela até a parede.Era estranho. Era quase meia noite de um sábado. Quase todos haviam ido embora. Tomado pela curiosidade, fui até a minha janela e tentei ver quem estaria vindo aos dormitórios a essa hora da noite, e confesso que me surpreendi um pouco ao ver o carro de Travis estacionado lá. Destino sorrira para mim. O prédio estava praticamente vazio, quase ninguém ficava nos fins-de-semana, era a hora perfeita de atacar. Minha presa Não desconfiava de nada e estava sozinha. Após matá-lo, esconderia o corpo em algum lugar do campus. Haviam chances quase nulas de que eu fosse pego. Não havia luz no Campus por mais  ou menos seis horas em diante. Nada de luzes, nada de câmeras de segurança. Em um humor consideravelmente animado, peguei minha lanterna e bisturi e fui atrás de minha presa.

O escuro nunca me perturba. Tendo poucas emoções, minha mente racional tende a dominar a parte da mente humana que julgar sempre ter algo nos esperando no escuro. Ou ao menos, o que achamos estar lá. Minutos após iniciar minha caçada percebi que deveria desligar minha lanterna para não alertar minha presa.  Apaguei-a e esperei meus olhos se acostumarem com a escuridão. Me encostei na parede e brinquei com meu bisturi para passar o tempo enquanto minha visão se ajustava. Uma pessoa normal não teria ouvido a respiração fraca do outro lado da parede, mas como já disse, tenho uma audição privilegiada. Virei minha cabeça na escuridão para procurar de onde vinha o som, mas minha visão ainda não distinguia muito bem figuras na escuridão, mas consegui ouvir incomuns passos suaves. Quem quer que fosse, estava tomando muito cuidado para não ser notada. Segundos depois, fui até o lugar onde havia escutado os passos e respirei fundo. Apenas uma leve essência de canela estava no ar. Travis tinha um purificador de ar de canela em seu carro. Abir um largo sorriso. Eu estava no rastro de minha presa. Segui-o pleo corredor para me deparar com um cruzamento de corredores. tentei respirar para sentir a essência de novo, mas não foi preciso. Ouvi um barulho vindo de um dos corredores e pensei que se Travis estivesse tentando me evitar, não faria tanto barulho assim. resoluto, segui cautelosamente na direção do barulho. Após um minuto, parei, Logo a minha frente, havia algo no chão. Me aproximando cautelosamente, percebi que era um corpo em uma piscina de sangue. Toquei. Ainda quente. Virei o corpo. Era o Sr. Chauncey, vigia noturno. Não havia percebido que  Travis fosse capaz de matar alguém. Em meu ódio por ele, havia me esquecido que ele era como eu. Capaz de coisas que eu faria, também. Congelei. Havia uma respiração baixa em minha frente de novo, mas eu não conseguia ver sua fonte. Pela primeira vez em minha vida, novamente, senti medo. Não me sentia mais o caçador, mas sim a caça. Minha mente racionalista foi tomada por emoções e eu corri de volta ao meu dormitório em terror. Bloqueei minha porta e esperei. Com bisturi em mãos, para o caso de Travis voltar.

Após um tempo, comecei a me sentir estúpido por ter feito aquilo. Ele era só um homem, por mais que extraordinário. O fato dele ter em assustado de verdade só me deixou mais furioso por ter deixado minha busca. Retomei-a e fui até o mesmo local novamente. O corpo do Sr. Chancey havia sumido e o sangue havia sido limpo. Os tons de canela no ar haviam a muito sumido. Deixei o prédio e fui até o carro de Travis para descobrir que ele havia ido embora. A fúria me dominou. Fui andando até sua casa. Segurei meu bisturi com força, fantasiando sobre o que eu faria a ele. Deveria ter devaneado menos e prestado mais atenção, pois não pude ver de onde Travis veio quando seu taco de beisebol atingiu meu pulso. Senti os ossos se quebrarem. Soltei o bisturi, tentei pegá-lo com minha mão boa mas um chute inutilizou ela também. Olhei para cima e vi Travis sorrindo para mim. Me bateu com o taco diversas vezes. Pensei que ele nunca pararia, mas ele parou. No meio fio, ensanguentado e quebrado, esperei a morte. Quando re-abri meus olhos, ao invés de ver o ceifador, vi o rosto de Travis sorrindo novamente. Mesmo que totalmente inutilizado e incapaz de fazer qualquer coisa contra ele, ainda queimava em ódio. Ele se aproximou de meu ouvido e sussurrou; "Nós vamos nos divertir tanto juntos!".

Passei duas semanas no hospital antes de sair, contra a vontade do meu médico. Travis claramente se conteve na surra. Só quebrei alguns ossos e algumas costelas, mas grande parte do meu corpo estava cheia de hematomas. Cada passo que eu dava doía, mas eu ignorava. Eu tinha um propósito, Eu nunca seria a vítima de novo. Travis tinha vantagem sobre mim , sabendo que ele não estava machucado como eu. Então pensei nas probabilidades. Decidi. Roubei a pistola que meu pai guardava em casa e esperei a noite cair.

Era mais ou menos 3 da madrugada quando invadi a casa dos Murphy de novo. O carro dos adultos não estava, mas o Mustang de Travis estava lá. Bom. Nós não seríamos interrompidos. Eu poderia tomar meu tempo. Desliguei o alarme de ladrões enquanto pensava o quão estúpido os Murphys haviam sido em não mudar o código. Todas as luzes estavam desligadas mas meus olhos estavam ajustados com a escuridão. Silenciosamente aproximei-me do quarto de Travis. Tomei forças e entrei. Não estava preparado para o que vi.

Travis estava em sua cama, com um olhar de surpresa em seu rosto. Sua gargante cortada de canto a canto. Sangue em todo lugar, incluindo a mensagem nas paredes que dizia "MAU MENINO". Em minha surpresa, não ouvi a respiração leve atrás de mim, e nem os passos suaves. Não lembro de mais nada dos momentos seguinte, só de uma pancada surda e forte em minha cabeça.

Acordei no porão, amarrado a uma cadeira. Meus primeiros pensamentos era de como aquilo era clichê. Meus olhos levaram uns segundos para abrirem totalmente e pude ver uma figura nua na minha frente, coberta em sangue. Presumi que fosse Travis. Através do pulsar da dor em minha cabeça, escutei a figura falar. "Não queria que fosse assim. Porque vocês rapazes não podiam simplesmente se comportar?" A figura andou para frente. "Ninguém nunca faz o deveria fazer. Você não deveria ter me encontrado e nem o Sr. Chauncey deveria ter entrado em meu caminho". A figura parou a centímetros de mim. "Travis não deveria ter the machucado. Disse a ele para não fazer aquilo, mas quando ele descobriu o que você era, ele não pode se conter. Suponho que você estava atrás dele também?" A figura acariciou meu rosto carinhosamente. "Eu vi você quando matou nosso cachorro. Você nunca soube que eu estava ali. Eu sou muito boa em me esconder. Foi tão gentil de sua parte deixar o coração em meu travesseiro. Eu ainda o guardo." Marion sorriu para mim. Eu pude ver algo em seus olhos. Algo que eu não tinha. Que Travis não tinha. A parte absurda do cérebro que mostra a diferença entre um Sociopata e um Psicopata. Nós temos os pensamentos mais bobos nas situações mais bobas, não é?

"Não queria que as coisas fossem assim, mas tudo bem. Nós daremos um jeito. Vou matar meus pais quando eles chegarem e nós vamos para bem longe, algum lugar bonito e distante onde possamos ficar juntos para sempre." Pensei em fingir uma emoção e tentar manipulá-la para que me deixasse ir, mas quando olhei em seu rosto, vi que era inútil. ela não se importava com minha situação. Só com a dela. Uma completa falta de empatia.

Erros


Você já cometeu vários deles. Mas geralmente consegue escapar sem nenhuma consequência. Sabe aquele vulto no canto do olhar, como vendo algo em sua visão periférica, aquele som estranho baixo e inexplicável de natureza desconhecida que você escuta, essas coisas que fazem você virar a cabeça rápido para ver o que foi e não foi nada? Essa é uma das vezes que você cometeu um erro.

Aquele medo de saber que algo está observando da escuridão, aquela sensação, aquele instinto primordial de dez milhões de anos que te move a olhar. Foi ai que você cometeu um erro.

Aquela machucado sem explicação, aquele pequeno corte que aparece na sua pele e você não lembra de onde veio. As vezes que você acorda suado, com a cabeça pesada, como se tivesse corrido uma maratona, e tudo isso sem se lembrar o quando ou o porque? Todas essas foram vezes em que eles quase te pegaram.
O que são eles? Bem, é difícil de explicar. É como explicar "vermelho" a um homem que nasceu cego. É impossível, só experimentando, e, acredite em mim, você não vai querer experimentar isso. Para eles, você é só uma coisa; comida. E eles podem lhe manter vivo por muito tempo, se alimentando aos poucos.

Você provavelmente ouviu um som inexplicável enquanto lia isso. Talvez não seja nada. Talvez seja um deles tentando lhe alcançar, lhe achar. Mas não irão, a não ser que você cometa um erro. Quando você comete um erro, é como jogar um pedaço de carne sangrando na frente de cachorros famintos e depois puxar de volta. As vezes eles não reagem instantaneamente, as vezes reagem.
Existem muitas desaparições sem explicação através dos séculos. É difícil dizer quem foi vítima deles por acaso ou por ter cometido muitos erros.

Entenda, as pessoas acabam ficando muito preocupadas em não cometer erros, e é ai que elas mais os cometem. Que erros existem a serem cometidos? Se eu lhe dissesse, com certeza você não os cometeria mais. E isso seria uma pena.

Quase lhe pegamos da última vez.

Pesadelos



Um estudo recente do Instituto Nacional de Psiquiatria, em Boston, MA, concluiu que nenhuma atividade pode explicar o fenômeno conhecido como “pesadelos”. Considerando que muitos dos sonhos vêm diretamente de desejos inconscientes, a maioria dos pesadelos parece vir de uma fonte externa independente do indivíduo. Na verdade, quando os indivíduos são pedidos para lembrarem-se dos pesadelos, eles conseguem se lembrar quase que vividamente, ao contrario dos sonhos. Isto é porque os pesadelos são armazenadas na mesma seção do cérebro de memória de acontecimentos reais, e não na seção onde os sonhos normais são reproduzidos. Em outras palavras, sabe aqueles monstros e criaturas que você vê à noite em seus "sonhos?"

Eles são reais.

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

E Se...

Muitas histórias de fantasmas normalmente têm fáceis explicações, devido aos profundos medos psicológicos enraizados em nossos instintos básicos. Queremos proteger nossos filhos, e temos medo do que pode acontecer com eles no momento em que estão fora de nossas vistas. Temos medo de cadáveres, pois eles indicam nossa própria mortalidade, e nos faz imaginar que talvez, a causa da morte do cadáver poderia nos matar também. Temos medo da escuridão, porque cega nossos sentidos.

Por que, então, algumas imagens continuam a aparecer diversas vezes para nós? Uma imagem, uma descrição que muitos tentam visualizar, ao tentar descrever uma entidade terrível, que não tem nenhuma semelhança com nenhum dos predadores já conhecidos. Um ser humano, careca, com olhos negros, uma figura alongada, alta, dedos longos e pele pálida; uma descrição que já foi usada no passado para descrever certos vampiros de idade, e agora, uma imagem atribuída a outras entidades, como Slenderman, ou monstros de histórias de fantasmas. O que poderia ter acontecido para que esta imagem ficasse gravada tão profundamente em nosso subconsciente?

Será que a tal criatura descrita existe mesmo? Aquele, cujo comportamento é tão aterrorizante que supera outros medos mais comuns? Eu até duvidaria disso, mas considerando certas circunstâncias, não consigo parar de pensar que isso pode ser verdade. Acredito que devem existir criaturas que se encaixam nessa descrição... Criaturas como esta que está te observando através de sua janela neste momento.

Desculpas

Desculpem pessoal por não estar postando esses dias é que meu computador "quebrou" então eu escrevi essa creepy a mão e passei para o blog hoje, espero que gostem

Orpec

Após uma noite de sonhos perturbadores e incessantes, Samuel Orpec acorda sentido-se estranho, parecia sentir-se mais aliviado após alguns sonhos terríveis terem acabo, mas sentia algo estranho em si mesmo. Fitou-se no espelho, tocou seu rosto, quando então, ouviu o primeiro sussurro de seu próprio fim. Era apenas um resmungo ininteligível, mas podia se sentir a dor nele. Não sabia de onde vinha, mas parecia que vinha da parte de trás da sua própria cabeça. Passou a mão sob sua nuca, e foi subindo em direção ao cocuruto, quando fora interrompido por uma mordida em sua mão. Congelou, o pânico que isto lhe trouxera era imensurável até então, respirou fundo e saiu em busca de algum outro espelho, parou em frente ao espelho em seu vestíbulo e posicionou um pequeno espelho de mão atrás de sua cabeça, de tal modo que pudesse vê-la. O terror voltara a tomar sua mente. Percebera que havia outra face em seu crânio. Não uma face comum, mas uma face disforme, demoníaca, onde a maldade era visível, e ela ria. Percebeu que a face tinha consciência própria, percebeu que a face era má, percebeu que naquele dia sua agonia iria ruir sua sanidade. O sadismo da face o fez, nos primeiros instantes, pensar em suicídio, ideia essa que fora abandona após alguns minutos, quando Orpec percebera que isso só traria mais prazer à face,e ele não pretendia se render a ela tão facilmente. Sentou-se em sua cama, e bateu com a parte de trás de sua cabeça na parede, somente para causar dor à face. Cometera um terrível engano, a dor que sentira fora imensa, e só aumentou o prazer da face, que agora gargalhava ante a dor de Orpec. Tomado por uma fúria intensa, Orpec busca seu canivete no bolso de seu paletó e cega um dos olhos da face. Cai no chão, sentindo talvez a maior dor que humano algum possa ter sentido um dia, desmaia.   

Já era noite quando Orpec acordou, via seu quarto de modo disforme. Já não tinha mais noção de quem era, a face às vezes tomava poder de seu corpo, e fazia com que Orpec se feri-se só para ter algum prazer. Quando tinha controle sobre seu corpo, Orpec tentava esquecer que a face lá existia, mesmo que ela o impedisse de sair de seu apartamento. Fazia três dias que ela aparecera e Orpec ainda não havia aberto cortina alguma de seu apartamento. Rumou à cozinha e serviu-se com uma aguardente que guardava, tomou um trago e abriu a cortina. Então percebeu que a face detestava a luz, a escuridão a deixava mais forte. Virou-se de costas à janela, e deixou que a luz cega-se, outra vez, a face. A cicatriz no olho esquerdo da face começa a sangrar, e ela, pela primeira vez sente dor. Um urro desumano é ouvido. Orpec ri. Então, também pela primeira vez, a face fala:

- Ah, então tu ris de minha desgraça, tu assumes ser tão mal quanto eu, pobre humano, assumes que não sabes lidar com minha presença, fraqueja ante ela, tem em teus sonhos, os mesmos sonhos que eu. - Orpec manda que a face se cale, e ela então outra vez gargalha, e parece dormir. Orpec senta em uma cadeira contra a janela, e encara o sol, e então descobre que já não é capaz de ver a luz, sem que a face o permita. Já não é capaz de sentir o prazer, a dor, já não é capaz de sentir, sem que a face também sinta, já não é capaz de viver, sem que a face também viva. E sente, pela terceira vez, todo o horror que ela lhe traz. É tomado por um vazio intenso, que parece ruir sua espinha, parece lhe dissolver a mente, e sabia que sua'lma já havia fugido de seu corpo. 

Passam mais quatro dias, e então a face acorda outra vez, dessa vez ela já acorda sorrindo, e sussurra para Orpec:

- Bom dia, espero que consigas continuar... - E é interrompida sendo golpeada contra a parede outra vez, e outra vez gargalha ao sentir a dor de Orpec. E ele então cai sob o chão, de joelhos, e urra, urra injurias tão nefastas que humano algum um dia dissera, amaldiçoa a face que o amaldiçoava, e então busca a garrafa de aguardente, ainda sobre a mesa, e inebria-se ante a loucura que a face o trazia, mas parecia que quanto mais ele bebia, mais lúcido ficava, e mais a face o destruía. Buscou o espelho de mão, fitou-se outra vez, e encarou a face, que de antes desumana, agora era quase idêntica a face de Orpec, que ficava cada vez mais disforme. Ela ria, e ria cada vez mais alto, Orpec tampava seus ouvidos, caia ao chão, e ela cada vez mais contente parecia ficar, então ela para, e sussurra outra vez:

- Temes que eu nunca pare de rir, mas sabes que no fundo, o prazer que eu sinto é o mesmo que tu sentes, tu és eu, eu sou tu, somos a mesma pessoa, a mesma aberração, o mesmo câncer da raça humana, somos nada além de um moribundo sem esperança, um indigente cavando sua própria cova, tu já te embalsas mesmo antes de morrer.

- Cala-te demônio, tu és minha assombração, e se tiver eu que viver com tua presença, prefiro que me mates.

A face ri outra vez, e outra vez ela dorme.

Meses se passam, e a face cada dia mais se torna humana, e Orpec cada vez mais se deforma. Não sabe mais quem é quem, já não consegue dissociar-se da face, já não sabe mais quem é, e ainda não sabe de onde a face veio, mas sabe que o mal que ela carrega é desumano. Ainda mais que as noites, a face exalava um forte cheiro de enxofre, e sussurrava injurias para Orpec, só para atormentar seu sono. Quanto mais Orpec definhava, mais a face parecia ficar mais forte, parecia que ela já estava criando braços nas costas de Orpec, parecia que ela qualquer dia sairia dele e o deixaria em seu quarto, deixaria apenas uma massa disforme em qual o transformaria, e sairia livre pelo mundo espalhando maldades. O tempo acabou atenuando o efeito das injurias sobre Orpec, e no fundo, a face acabou por corrompe-lo, era já tão mal quão ela, já não era mais puro, já não sabia se ainda era vivo sem ela, já não sabia se afinal, ele não era ela.

Em uma noite de inverno, Orpec então resolve sair, ignorando todo e qualquer incomodo que a face poderia lhe causar, vestiu um casaco, ergueu o colarinho, tentou plasticamente tampar a face com um cachecol, vestiu um chapéu, e saiu. Caminhou sem ruma por quase duas horas, e entrou em uma igreja na praça central da cidade, ao dar os primeiros passos na igreja a face começou a blasfemar, e o sacerdote encarou austeramente Orpec. Porém, o sacerdote então percebeu a natureza da situação, e fez um sinal para que Orpec o seguisse. Entraram em uma pequena porta a esquerda da sacristia, onde havia uma escada circular para baixo, e parecia que era tão funda que chegaria ao centro da terra. Após chegar a base da escada, Orpec presenciou um corredor com sete portas, três à direita, três à esquerda, e uma pequena porta de ferro no final do corredor. Seguiram reto até tal porta, e o sacerdote buscou em sua batina um molho de chaves, e entre elas buscou uma chave que aparentava ser feita de ouro, e com esta chave então, abriu a porta, e Orpec se deparou com, talvez, a única coisa que naquele momento poderia o surpreender. Orpec encarou a si mesmo, sentado em uma cadeira no meio de um quarto vazio. Ainda era o mesmo de sempre, ainda sem a face, ainda humano. Estava acorrentado, e havia uma poça de sangue embaixo da cadeira, já um pouco seca. Conseguia ver as chagas em seu corpo, mas não via mais seu corpo de onde estava. Percebeu ser uma consciência sem corpo, percebeu então não ser mais quem era. Já não sabia mais se era só, ou se a face era parte de si mesmo. Seguiu até seu corpo, o rodeou, e percebeu uma enorme cicatriz em suas costas. Percebeu que havia sido liberto da face, percebeu que era apenas um só outra vez. Percebeu também, que estava lá sentado, consciente, e que não estava dentro de si, percebeu que havia sido expulso de seu corpo, e que a face havia tomado posse dele. Em um impulso, tocou a cicatriz e se associou ao corpo outra vez, em certo estado de transe, quebrou as correntes e levantou-se. Rumou em direção a porta e ajoelhou-se sob ela, sentiu a dor mais forte que já sentira um dia, e caiu deitado no chão, inconsciente.

Acordou em seu quarto, ainda com a face, mas sentia-se vazio, sem a maldade da face, aliás sentia que a face era pura, inocente. Tão inocente que lhe enojava, como uma aberração tão cruel agora podia se tornar tão pura, tentou soca-la de raiva, mas não controlava seus braços, tento levantar-se, mas não tinha mais controle de seu corpo. Começou então a tentar ofende-la, mas nada saia de sua boca, além de resmungos ininteligíveis, não sentia nada além de ódio pela maldita face que surgira, a maldita face que havia o condenado a viver sem controle de si mesmo, sua sanidade havia desaparecido, já não sabia quem era, até que sentiu uma mão passando sobre seu rosto, tomado pela raiva, mordeu-a com toda a força. Sentira então a maior dor que um dia sentira, e já sem sanidade alguma, começou a rir dela, e quanto mais se contorcia de dor no chão, mais prazer sentia.