terça-feira, 30 de abril de 2013

O que você deixaria?


Hoje esse pensamento pairou na minha cabeça, já deve ter passado na de muitos mas foi além de um pensamento do tipo grão de areia, que a menor brisa de um novo pensamento tende a o levar embora, não, esse me envolveu por horas.


Você já pensou no que você deixaria se morresse agora? O que seus familiares falariam? Bem eu vou deduzir que a maioria diria “Ele era uma ótima pessoa”

Ridículo, você  não é uma ótima pessoa... Então vamos lá, arrogante, burro, idiota, ingênuo, estúpido, ignorante, mimado, ganancioso... Isso são só alguns adjetivos, quantos se encaixam a você? Acredito que pelo menos uns três não te sirvam e então, você é uma ótima pessoa? Não exatamente, mas calma alguns também diriam “Tão jovem e cheio de potencial”, pois me faça rir! Jovem e cheio de potencial? Todo jovem é, nesse exato momento nas paraolimpíadas de Londres pessoas que tiveram todas as portas fechadas estão desenvolvendo seu potencial, escrevendo seus nomes na história, todo jovem tem potencial e o quão ridículo é isso afinal, você vai usar seu potencial?

Quais são seus sonhos? Posso novamente deduzir que talvez seja algo do gênero: quero ter um bom emprego e formar uma família, poder viajar duas vezes ao ano e comprar as modernidades que me convém. Parabéns campeão, você vai viver, morrer e sua existência não vai ser sentida, não vai ter impacto, você não viveu, você apenas existiu.

Isso me da um pouco de pena, mas agora abra seus olhos, olhe para o mundo ao seu redor você quer ser feliz? Lamento mas ninguém nunca foi, felicidade é um estar não um ser, você pode estar feliz, mas nunca vai SER feliz.

Viva sua vida em prol de algo maior, abra hoje sua mente, foque estudo no seu campo favorito, ou se desenvolva no seu melhor esporte e faça que os seus momentos de orgulho, e seus momentos felizes sejam relembrados todos os dias por pessoas ao redor do mundo.

Escreva seu nome na história e não apenas em uma lápide.

Porque talvez ele esteja escrito na segunda opção amanhã.

sexta-feira, 26 de abril de 2013

Obedece a La Morsa


Obedece a La Morsa é um famoso e bizarro vídeo que circula na internet já faz um bom tempo. Existem várias histórias em torno dele.

A mais conhecida conta que o vídeo mostra somente um homem chamado Johnnie Baima, que durante a infância sofreu com algumas doenças e acabou se tornando um adulto deformado. Além disso, ele fora estuprado e sofreu diversos abusos quando criança. Isso fez com que se tornasse um transexual com anorexia, conhecido por seu nome artístico, Goddess Bunny.

Outras teorias dizem que na verdade, “La Morsa” é um vídeo de uma sociedade secreta satânica, que se utiliza de transexuais para seus fins lucrativos. Inclusive, fala-se que existem filiações dessa seita em diversos lugares do mundo, incluindo Portugal (Lisboa), Alemanha (Bremerhaven) e Brasil (Fortaleza).

O vídeo é perturbador e extremamente bizarro. Algumas pessoas afirmam ter sofrido diversos problemas após assisti-lo, que iam desde dores de cabeças, até pesadelos e avistamento de vultos.

Se você tiver coragem, assista:

Rave


Oi, eu sou Hannah Silver, 20 anos, e curso a faculdade de Direito

Eu estou aqui para contar a minha história, de infância. Naquela época, nós morávamos em Eureka Spring, Arkansas, Estados Unidos, e éramos crianças felizes lá. Eu era muito desajeitada, ninguém queria falar comigo, Só a Rave, minha primeira e única amiga. Ela era bem ‘Dark’ por assim dizer. como naquela época tínhamos 12 anos, a mãe dela achava que era só uma fase, que ia passar, e não se preocupava muito.

Um dia, nós fomos no único lugar onde gostávamos de nos reunir para brincar, porque lá, ninguém nos incomodava, eu não sabia o porque. Lá era bem estranho, com um jardim de rosas morto, era uma construção bastante antiga, e estava caindo aos pedaços. Naquele fatídico dia, Rave olhou pra mim e disse “Hannah, eu tenho que te mostrar um lugar, que eu vi ontem” eu achei normal, afinal ela era assim mesmo, esquisita. “Ok, Rave”.


Ela pegou minha mão e me mandou fechar os olhos, porque o caminho era bem especial. Nós andamos bastante até ela, em tom autoritário dizer “Abra os olhos”. Eu Abri. Hoje, desejava nunca ter aberto os olhos, mas eu não sabia disso naquela época.

Estudei o local com os olhos; Uma casa antiga, quero dizer, uma casa não, um castelo velho, que poderia ter sido um lugar onde criaturas como vampiros, bruxas e lobisomens se reunissem de noite. Com a pintura descascando, alguns buracos , e uma névoa estranha rondava o lugar. Decidi olhar para os lados e não reconheci aquele lugar como sendo parte de Eureka Spring, ou pelo menos, nenhum local que eu já tivesse visitado. E, encarando o castelo, ainda segurando a mão de Rave, disse “Ravie, onde a gente está? Aqui eu tenho certeza que não é Eureka Spring, e nem conheço esse lugar. Você sabe onde nós estamos? Sabe voltar? Tem a mínima noção de que há coisas com que agente não deve mexer?” ela respondeu, sorrindo quase ironicamente “Ah, Hannah, deixa de ser medrosa.Eu vou entrar aí, você vem?”

“Hãm... Ravie, já esta escurecendo vamos combinar outro dia? Por favor, eu juro que entro, mas agente vem preparada , ok?” Rave ficou chateada mas disse “Tá bom, mas você vem preparada, eu não preciso de nada. Fecha os olhos, vou te levar de volta” “Tá bom” Nós andamos. Muito, até chegar em frente da minha casa, e Rave largou minha mão e saiu correndo, e eu encarei minha casinha, de um tom azul bebê, com detalhes em cor de cobre. Entrei em casa, e minha mãe estava na cozinha e gritou alguma coisa pra mim.

Fui tomar banho , coloquei uma roupa, jantei e fui para a cama. Não consegui dormir.fiquei pensando no lugar, e quando finalmente o sol nasceu, de 4:30 da manhã, eu já estava me vestindo, com uma mochila nas costas, escrevi um bilhete e deixei na minha cama, escrito “Mamãe, ontem a Rave me mostrou um lugar e nos vamos para lá agora. Eu sei que a senhora não vai gostar mas eu não sei onde é exatamente, mas não é aqui, em Eureka Spring. Não se preocupe, volto á noite, perto das 18:00 horas, a menos que algo aconteça comigo.Estou levando gaze, esparadrapo e coisas para se eu me ferir. Também estou levando comida, porque acho que não volto para o almoço. Beijos, Hannah” fui para a cozinha, peguei um pote cheio de sal grosso bento. e peguei três tupperwares. O primeiro, eu coloquei quatro sanduíches de presunto que eu fiz de madrugada, quando estava sem sono, e uma barra de chocolate pequena, fechei e coloquei na minha mochila. No segundo eu coloquei quatro fatias de bolo, que mamãe tinha feito ontem, e um garfinho descartável. E no terceiro, olhei a geladeira e peguei o que havia restado do jantar de ontem; macarrão, molho de tomate, carne moída, e alguma coisa que cheirava bem. Fui na farmacinha e joguei um monte de remédios, bandagens e essas coisas na minha bolsa. Voltei para a cozinha e pus uma garrafa d’água grande, e uma lanterna.

 Saí de casa e dei de cara com Rave. “Vamos.” Fiquei surpresa “C-como você sabia que eu estava pronta?” “am... er.... vamos logo, vai ficar escuro” o.k ela desviou minha pergunta. Dessa vez fomos olhando o caminho. Prestei bastante atenção, mas de repente, começou um nevoeiro. Era de manhã ainda, isso era... impossível. Mas estava ali. Olhei para os lados e vi a construção. Rave soltou minha mão e entrou correndo me deixando plantada lá. Corri atrás. Eu não devia ter feito isso. Não mesmo. Quanto entrei na mansão senti cheiro de... de bolor, carne podre, e ... e cheiro de... de morte.

Me assustei, claro. Olhei ao espaço em volta de mim; teias de aranha eram a única coisa visível, naquela escuridão.Peguei a mochila que estava nas minhas costas e procurei a lanterna. Achei, tirei-a da bolsa e a ergui na escuridão, o feixe de luz iluminando partes da casa. Vi as coisas rapidamente, com medo demais para me aprofundar em algo; vi vários morcegos com seus olhinhos vermelhos me encarando, vi uma poltrona, ou melhor, um sofá, coberto por um lençol, e uma mão humana, apoiada no encosto. Usei a lanterna para ver quem era a pessoa, porém quando o feixe iluminou sua face, gritei. Gritei alto e não consegui me mexer.

 Os morcegos voaram ao meu lado, mas eu estava paralisada. Ali no sofá, não estava um ser vivo sentado. Mas também, não era um ser morto. O que vi, na realidade era algo, impossível. Tinha forma de humano, no rosto, um olho humano e o outro onde deveria estar outro olho na realidade, estava um... um... buraco negro. A mandíbula estava rasgada, como se um lobo o tivesse arranhado, e a boca, escancarada, com uma baba preta caindo. O corpo, nada mais era do que um esqueleto com algumas partes com carne, e pele, coberto por um tecido rasgado. Finalmente consegui me mover, procurei com a lanterna uma escada. Vi algumas outras ‘coisas’ que preferi não olhar, até que achei a escada.

Eram dois lances, subi correndo. No meio do segundo tropeço em alguma coisa. Algo meio mole. Iluminei com a lanterna. Era um braço. Gritei alto, e fui subindo o resto da escada engatinhando. Andei por um corredor sem fim, e ouvi uma risada vindo de uma das portas e corri até ela. Ouvi de novo, tinha o som da risada da Ravie. Corri um pouco mais. Estava na frente da porta e resolvi ilumina-la com a lanterna. Comecei por cima, onde vi algumas manchas de tinta vermelha seca, já descascando, e quando iluminei mais em baixo vi mais tinta, saindo das frestas da porta. Olhei de novo, e percebi que não era tinta, mas sim, sangue. Em cima também não era tinta. Gritei. Quem quer que estivesse lá dentro, usando a voz da minha amiga, eu nunca ia saber, porque eu na ia entrar. Fui correndo em direção da ultima porta. Cheguei do lado e me encostei na porta. Parecia seguro, não ouvi nenhum som.

Tirei a mochila das costas e peguei a lanterna, examinando o conteúdo. Dei uma olhadinha no meu relógio e vi que era hora do almoço. Tirei um sanduíche do tupperware e comecei a comer. Quando estava na terceira mordida, sinto algo esmurrar a porta onde estava apoiada. De novo. E de novo. Começou a arranhar. Me levantei, guardando tudo na bolsa, nas pressas e segurando o sanduíche com a minha boca. A porta começou a ranger, e nela, se abriu uma cratera. Mais daquelas criaturas horríveis. Dessa vez os malditos gritavam, ou quase, algo que se assemelhava a “comi....da” com vozes horríveis, e a baba caindo de suas bocas horrendas e desfiguradas. Peguei uma parte do meu sanduíche e joguei para eles.

Saí correndo pelo corredor, e senti os meus pés ficarem molhados, e ouvi as risadinhas de novo. Sabia que o que estava no meu pé, com certeza não era tinta. Corri até uma porta quase no fim, agarrei a maçaneta e a abri. Gritei. Naquele cômodo, tinha uma cama, suja e fedida. Mas o que me assustou, foi que um cachorro enorme, ou talvez um lobo estava deitado lá. Isso mesmo, um lobo imenso estava deitado lá. E ele abriu os olhos e me encarou. Ele tinha olhos completamente prateados. Sem pupila, sem nada. Fechei a porta e corri escada a baixo, dessa vez não tropecei no braço como da ultima vez, mas ouvi alguns barulhos atrás de mim.

 Me virei e não tinha nada, mas a porta do lobão, estava quase sendo arrombada, droga! Droga! Droga! Corri mais e acabei por tropeçar nos meus próprios pés. Ótimo, alem de encrencada, eu estava tendo um ataque de pânico. Meu coração martelava no peito, quando caí em algo macio, um lençol branco. Ótimo estava no sofá, perto do ‘coisa’. Foquei o feixe de luz da lanterna em uma porta, onde me parecia ser a cozinha, o algo do gênero. Vi um ser alado de frente a uma porta, e pensei “que ótimo ,meu anjo da guarda!” Não era um anjo. As asas, olhei mais de perto, eram negras com escarlate. Um cabelo longo, perto e sedoso caía pelas suas costas, não quis olhar mais nada. Me lembrei da porta de entrada. Corri para lá, na esperança de estar aberta. Não estava, mas a maçaneta estava enferrujada, quase se esfarelando ao toque. Chutei com força e a porta se abriu. Peguei o pote de sal grosso e circulei todo o castelo. E saí correndo no meio do nevoeiro.

 Cheguei em casa exausta, já estava de noite, e bati na porta, 5 vezes, me arrastando. Mamãe abriu a porta e gritou, ao mesmo tempo me abraçou, perguntando se estava tudo ok. Respondi que sim, e ela me mandou para o chuveiro. Me olhei no espelho. Meus cabelos cheios de sangue. Eu toda estava coberta de sangue. Meu pé não era o único lugar cortado. Estava toda arranhada,nos braços principalmente. Deixei a água lavar tudo aquilo, junto com as lembranças daquele dia. No mês seguinte, eu e mamãe fomos para outra cidade. Dês do dia daquele lugar, nunca mais vi Rave. Mas depois daquilo, só a lembrança da Rave trazia tudo aquilo á tona.

terça-feira, 23 de abril de 2013

A criatura



Já era bastante tarde quando percebemos, agora está tudo acabado...

Tudo começou como um dia normal. Deixei minha filha na escola e fui para casa terminar de escrever.  Ah sim, não falei meu nome para vocês. Chamo-me Mark.

Quando o relógio tocou fui busca-la na escola, porque ela iria passar o final de semana comigo. Já que ela iria passar o final de semana comigo.

Era tarde da noite, eu ainda estava escrevendo no sofá da sala com a minha filha do lado, quando ela me chama:

- Papai, papai, tem um monstro olhando para a câmera.

Nesta época eu ainda era cético a tudo, então ignorei.

- Claro que não filha, monstros não existem. Já esta tarde, vamos dormir.

Desliguei meu notebook e levei ela ate seu quarto; quando chegamos percebi que os cadeados das janelas estavam abertos. Estranhei no começo, pois havia perdido as chaves há muito tempo, mas me lembrei de que eu já tinha tentado arromba-los, então os fechei novamente, coloquei-a na cama e fui tomar banho.

Deitei-me e logo caí no sono. Eram 3hs da manhã quando acordei com os gritos abafados vindo do quarto da minha filha. Levantei, peguei minha arma e corri para o quarto dela.

Quando cheguei lá fiquei pasmo, estático com o que vi. Um par de braços pálidos e finos puxava-a para dentro do closet.  Mas o pior não era isso. Os longos braços vinham seguidos por 5 longos dedos; de dentro do closet haviam dois olhos pálidos e vazios me encarando. Quando recuperei meus sentidos corri para o closet, mas as portas s fecharam rapidamente com um baque, e se trancaram.

Entrei em desespero! O que poderia ser aquilo? E o que aquela criatura poderia querer com a minha filha?!


Não consegui esperar o outro dia, corri para a delegacia mais próxima, mas não adiantou. O delegado riu na minha cara, e depois falou que eu precisava esperar pelo menos 24hs para darem minha filha como desaparecida. Voltei para casa, desconsolado. Peguei a minha arma de volta e fiquei sentado na frente do closet até adormecer.

Eram mais ou menos 22hs quando eu ouvi um ruído vindo do closet. Levantei-me e acendi a luz. Quando me vire para o closet percebi a porta estava entreaberta, e de la de dentro vinha uma réstea de luz, vinda lá do fundo do closet.

Entrei.

O clima lá dentro estava frio, mais que o normal, e mais denso. O closet parecia não ter fim. Quando cheguei no que pareceu ser o final dele a luz se apagou e a porta se fechou atrás de mim. Estava muito escuro, e eu estava começando a ficar com medo. Quando ouvi outro ruído.
Apontei a arma para o lado de aonde vinha o barulho e me espantei!

- Papai?
- Filha?! Cadê você?
- Aqui atrás papai.

Ela saiu de trás de um casaco antigo e grande que eu tinha, e veio correndo me abraçar.

- O-O que aconteceu filha?
- O monstro papai, ele me trouxe pra cá, ele é bem legal. Ah, ele quer te ver.
- Eu?! Como assim filha? O que ele te falou?
- Ele disse que queria te ver pai, ele é bem legal. Vem, vou te levar até ele.

Ela em levou para uma parte do closet que eu nem sabia que existia, abriu uma porta e me guiou até a criatura. O ar agora estava mais denso e frio. A atmosfera estava morta, e a criatura estava lá. Com seus braços compridos e “pútridos”, olhando fixamente para mim com um olhar vazio, de morte. E um sorriso gélido.

Eu estava calmo até ele abrir a boca.

- Olá Mark.

Como a criatura sabia meu nome?!

- Quem é você? O que eu você quer com minha filha?!
- Acalme-se Mark. Quem lhe disse que eu quero alguma coisa com ela?
- Então o que você quer?!
- Você não se lembra de mim? Sinceramente... Estou muito decepcionado com você.
- Onde eu estou afinal?
- Hahaha. Você está no interior da sua mente!
- Não isso é mentira, é impossível!

Peguei minha arma e atirei três vezes contra a criatura, ela sumiu. Comecei a correr para todos os lados procurando uma saída, minha filha estava no meu colo perguntando por que eu estava correndo.
Achei a saída, coloquei-a no chão e arrastei sua cômoda contra a porta do closet.

- Papai, o que foi?
- Nada anjinho, vou te levar para a casa da vovó, vai ficar tudo bem.

No caminho liguei para um amigo de infância que ainda morava no bairro em que eu cresci; deixei minha filha na casa da minha mãe e fui para a minha antiga casa. Estava muito escuro lá dentro, o ar estava abafado devido ao tempo que esteve fechada. Subi as escadas e comecei a ter uma sensação horrível, um aperto no coração, eu estava me lembrando de onde a criatura me conhecia. Do meu próprio quarto.

Quando abri a porta do meu antigo quarto, a atmosfera mudou. De um ar abafado devido ao à casa fechada, o ar ficou mais denso, as luzes falharam. Quando coloquei meu pé dentro do quarto poderia jurar que ouvi risos. Fechei a porta e avancei.

Comecei a me recordar de todas as coisas que passei naquele quarto. Tudo começou com uma imagem de canto de olho, e meus pais me ignoravam; ate que chegou ao ponto em que a criatura me machucou. Meus pais assim como eu eram muito céticos, então continuaram falando que era tudo fruto da minha imaginação, e me colocaram para morar com a minha avó. Mas a criatura ainda morava dentro de mim.

Enfim, eu cresci e a criatura sumiu. Mas agora ela voltou, e eu tenho que enfrenta-la.

Fique parado por um tempo em frente ao meu guarda roupa, reunindo forças e coragem para enfrenta-lo. Consegui. A hora é agora. Preparei-me para o pior, com a arma em punho abri a porta do meu guarda roupa, um ar gelado veio em direção ao meu resto trazendo um sussurro, “Entre”.

O silêncio voltou a dominar o ambiente, respirei fundo e entrei. O guarda roupa em si era pequeno, mas por dentro era gigantesco. Fechei as portas atrás de mim, a escuridão dominou tudo. Acendi minha lanterna e andei; afastei algumas roupas muito velhas que ainda estavam lá dentro e segui o pequeno feixe de luz que aparecia no final do guarda roupa (que parecia não ter fim).

Depois de muito tempo andando um pouco sem direção finalmente eu chego. Uma pequena sala com uma cadeira grande ocupada pela criatura, uma cadeira um pouco menor à sua frente escrita meu nome e uma pequena lâmpada  no chão acesa sem nenhuma explicação.

Houve um silêncio mortal entre eu e a criatura que pareceu durar horas, ate que ele sorriu.

- Olá Mark, quanto tempo.
- O quê você quer de mim?!
- Que forma mais grosseira de tratar um amigo de infância. Sente-se, por favor, gostaria de comer alguma coisa?
- Não! Quero apenas saber o quê você quer comigo!
- Nada de mais, apenas relembrar os velhos tempos.
- NÃO!!!

Peguei a arma e descarreguei-a nele, mas ele desapareceu. Comecei a correr, mas não achava a saída, o pequeno guarda roupa parecia um labirinto gigante e sem fim. Tropecei. Caí de cara em algo mole. Levantei-me  e me vi em um outro lugar, um outro cenário. Um jardim. Eu conhecia aquele lugar, já havia estado ali em meus sonhos quando criança; era um lugar belo, cheio de vida. Eu o amava.

Mas agora estava destruído, cheio de ódio Porque a criatura me levou para lá novamente?

Comecei a caminhar, meus olhos se encheram de lágrimas. Um lugar que no passado só me trazia alegria, hoje está destruído. Enfiei a mão no meu bolso peguei  minha arma, coloquei-a na cabeça e apertei o gatilho. “Clack”

Acordei deitado no sofá da minha casa com a arma descarregada na minha mão. Não estava entendendo, a criatura estava brincando com meu psicológico. Peguei um caderno e comecei a escrever os ocorridos; aqui estou eu agora. Já terminei de contar tudo, esse é o fim da historia e de minha vida. Já recarreguei minha arma.

Não sei se agora estou ficando louco, não sei se estou sendo vencido pela criatura. Tudo que sei é que antes tudo isso era real! Tenho uma cicatriz no pescoço por isso! Deixo meu adeus à minha mãe e minha filha. Eu as amo muito.

Espero que no futuro possam entender minha decisão. A arma já está apontada, esse é meu último adeus...

A camiseta de Brechó




No último verão eu viajei com minha família para a Itália por duas semanas. Na noite antes da viagem de volta para o Brasil, eu acordei com o som de alguém abrindo a minha mala. Eu achei que era minha irmã mais nova então levantei para mandar ela ir dormir e parar mexer nas minhas coisas, mas ela estava dormindo na cama do lado pacificamente.

A pessoa que estava do lado da minha mala era uma menina alta de cabelos negros. Ela estava vestindo uma camiseta que eu tinha comprado no dia anterior em um brechó no centro da cidade. Eu não me lembro como, mas depois de uma hora em choque eu voltei a dormir.

No dia seguinte eu lembrava de tudo claramente. Apesar da mala estar fechada novamente, arrumada como antes. Procurei minha camiseta e não achei, então falei pra minha mãe e ela disse que provavelmente tinha sido um sonho e a camiseta estava na mala da minha irmã ou algo do tipo. Depois de horas de viagem voltando para casa, eu fui direto para meu quarto e deixei a mala para que meu pai trouxesse depois. A primeira coisa que eu notei quando eu entrei no quarto foi que a camiseta que eu tinha comprado na Itália, que devia estar na minha mala, estava esticada em cima da minha cama. 

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Se Você Perdeu Algum Ente-Querido...


Existe uma maneira de trazer seus entes queridos de volta à vida. Eu sinceramente não recomendaria isso. A morte é definitiva, e engana-la sempre resulta em péssimos resultados. Mas sei que você irá querer saber de qualquer maneira, então aqui vai:

Vá ao cemitério onde seu ente querido está enterrado (isso só funciona para aqueles que foram enterrados. Provavelmente há outro método para os cremados ou algo assim, mas eu realmente não sei). Certifique-se de que você tenha levado seu objeto material de maior importância para você. A emoção deste objeto, seu sacrifício, irá fornecer todo o seu poder. Leve-o para a lapide de seu parente e enterre-o sobre seu túmulo. Você não precisa enterra-lo muito fundo, por isso não se preocupe em acabar chegando ao caixão ou algo assim. Antes de cobrir o buraco com seu objeto, não se esqueça de adicionar algumas gotas de seu sangue nele. Isso enche o ritual com a essência de sua própria vida e... chama-os de volta.

Em seguida, vêm as etapas finais. Pegue um punhado de terra de onde você enterrou seu objeto e o engula. Nojento, mas necessário. Isso cria a ligação entre você e onde você precisa ir. Depois disso, encontre uma posição confortável pra se deitar, e durma sobre o túmulo.

Se tudo foi feito corretamente (e você estiver com um pouco de sorte), você irá acordar e se deparar com a porta do cemitério. Ela estará quase imperceptível, nebulosa, e você irá notar uma falta de cor neste lugar monótono. Você verá também que parece ter pessoas andando pelas lápides. Exatamente quantas e quem são, dependerá do cemitério que você for, mas eu nunca ouvi falar de um local que não tenha pelo menos uma dúzia deles vagando por lá.

Faça o que fizer, fique longe deles. Estes são aqueles que acabaram ficando presos lá devido a falhas em rituais, ou espíritos enfraquecidos retirados de seus túmulos graças ao poder de seu sangue e objeto. Mesmo que você reconheça algum deles, não chegue perto. Eles não são nada mais do que espíritos sem rumo agora e desejam uma coisa acima de tudo: a vida. Eles querem ter uma nova chance de viver e aproveitar a vida que perderam, nada mais, mesmo que a mente deles esteja tão longes que eles nem sequer consigam lembrar o porque. Se algum deles se aproximar de você, ele irá tentar roubar sua vida.

Eles podem perceber sua presença, assim como também podem não desconfiar de nada. Se eles fizerem isso, evite-os. Não deve ser muito difícil, pois os reflexos dessas criaturas não é mais o que costumavam ser. Evite-os, e procure pelo seu ente querido. Ele pode estar em sua sepultura ou vagando por alguma lapide. Você pode até encontrá-los escondidos, assustados com a cena diante deles.

Quando você finalmente ver seu parente, pare. Não chegue perto dele ainda. Chame o nome da pessoa e espere. Se a resposta parecer genuína, tudo está indo como planejado. Se a resposta for demorada, quieta, distante, ou até mesmo não presente, então espere. Pergunte, à distância, o que era a única coisa que a pessoa odiava na vida. Quando as almas dessas pessoas avançam para o outro mundo e suas mentes se subtraem para nada, algumas das primeiras coisas a sumirem são as memórias das coisas que essa pessoa mais odiava na vida. Qualquer lembrança ruim que faz com que a vida pareça ser terrível será substituída pelo profundo desejo de retornar ao mundo dos vivos. Se a resposta do seu ente querido parecer legítima, se aproxime, pegue sua mão e reze para que você não esteja errado. Se você estiver, você pode passar o resto da existência como uma alma vazia, vagando por este cemitério nebuloso.

Esteja ciente de sua mão ficará gelada. Extremamente gelada, como se você agarrasse gelo sólido, mas não solte. Mesmo que a sua mão começa a doer e que seus dedos fiquem pretos, não solte. Ao sentir a maravilhosa sensação da vida tocando sua mão e perdê-la momentos depois, seu amado pode não ser capaz de resistir à vontade de tirar tudo de você, como um vampiro quando sente o cheiro de sangue humano.

Leve seu amado de volta ao portão, evitando outros fantasmas enquanto corre. Mais criaturas podem perceber agora sua presença viva ligada ao reino dos mortos, por causa a conexão com seu ente querido perdido. Seja rápido, ser decisivo, e NÃO SOLTE a mão de seu parente.

Você deve fazer isso e, ao passar pelo portão do cemitério, você irá se encontrar de volta ao mundo dos vivos. Desta vez, no entanto, seu ente querido estará do seu lado, ainda segurando sua mão.

Para o resto do mundo, vai parecer que seu parente fora em uma longa viagem para algum lugar, e que estava voltando voltar pra casa. Ninguém será capaz de se lembrar onde ele foi e o que fizera lá (bem, ninguém exceto vocês dois), mas eles ficarão felizes ao ver o retorno da pessoa.

Após isso, eu sugiro que você nunca fique em um só lugar durante muito tempo. Continue se movendo, continue vivendo. Quanto mais aleatórios suas ações, melhor. No momento que você ou seu ente querido começarem a parecer pálidos, cansados (por menos evidentes que sejam suas marcas na pele), tomem cuidado. A Morte odeia ser enganada, e se ela alcançar seu parente, ela terá a certeza de fazer com que ele sinta cada pedacinho da doença podre que irá desenvolver em seu corpo, até que ele caia de volta ao cemitério. Desta vez, no entanto, ele não estará sozinho. Você irá se juntar a ele.

Talvez você tenha sorte. Talvez alguém possa fazer esta viagem junto com você. Eles irão segurar sua mão e arrastá-lo de volta ao mundo dos vivos... só para que o ciclo volte a se repetir.

terça-feira, 16 de abril de 2013

Amigos Para Sempre


Por que você continua a me procurar? Você não pode me encontrar se eu não quiser. Eu sou a noite. Mas ainda assim, você sabe que estou aqui. Eu vejo você, tremendo enquanto atravesso seu quarto. Você se contrai quando eu deslizo sob sua cama. Você pode me sentir. Você sente a respiração na nuca de seu pescoço? Percebe minhas unhas rasgando sua carne? Você encontra meus olhos na escuridão da noite? Sim, você sabe que estou aqui. Eu sempre estive aqui. As coisas eram diferentes quando você era jovem. Seus pequenos olhos podiam me ver. Você gritava, apontava para mim, tentava se esconder atrás das grades de seu berço. Você continuava gritando enquanto sua mãe te pegava de lá. Era somente quando ela acionava o interruptor e trazia a luz em seu mundo patético que eu saia de lá. Mas isso não importava, pois ela ia embora pouco depois; ela sempre ia embora. E eu gostava de voltar para lá. Você aprendeu rapidamente que chorar não me expulsaria de lá. Você então decidiu me ignorar, fingir que eu não estava lá. Mesmo enquanto meu cabelo gorduroso se encostava sobre o seu rosto, e minha respiração esquentava seu ouvido, você ainda me ignorava. Você ficou muito bom nisso.

Eu tentei, é claro, marcar presença. Comecei com pequenas coisas: um sapato trocado de lugar, brinquedos rolando pelo chão, janelas abertas. Mas isso era muito fácil de ser ignorado por você, muito simples de se explicar. Você se lembra do Fofo? Aquela criatura pútrida que você tanto adorava? Aquele que mamãe te disse que havia fugido? Bem, eu lhe asseguro que ele não estava em estado adequado para fugir quando acabei com ele. Você se lembra do Pequeno Sofia? Aquela criança preciosa que compartilhava seus doces com você? Você sempre prestava atenção nela, nunca a ignorou. Eu a odiava. Foi uma pena quando o acidente aconteceu. Que infeliz para uma criança inocente ser vítima de um cão raivoso. Como eu ri quando ouvi sua mãe dizer isso. Um cão raivoso?! Não sobrou nem sequer o rosto dela, sabe? Eu acabei de empolgando demais; o gosto do sangue, os gritos estridentes no meu ouvido, eles tomaram conta de mim. Mas ainda assim, você me ignorou.

Você se tornou mais retraído depois disso, passava horas no computador, calado em seu quarto. Foi muito bom no inicio, estávamos mais pertos do que nunca. Você ficava acordado até tarde, e eu ficava observando por cima de seu ombro, enquanto você navegava pela internet, procurando a melhor forma de acabar com sua vida miserável. Chegou a tentar uma vez também, mas a corda rompeu, você se lembra? Bem, eu simplesmente não podia deixá-lo escapar tão facilmente. Não podia deixar você passar a perna em mim. EU decidirei quando você for; sua vida é minha para tirar somente quando eu quiser.

Então, pouca coisa mudou desde então. Claro, você arrumou um emprego, você se mudou, mas eu te segui. Você ainda passava horas sentado em frente ao computador todas as noites, acabando com seu tempo, entorpecendo seus sentidos, de modo que você possa adormecer sem sofrimento através daqueles momentos entre a consciência e o sono. Aqueles momentos em que você tem um vislumbre de mim passando através de seu quarto, onde você pode ver o brilho dos meus olhos e sentir o frio que eu transbordo. Como eu adoro esses momentos... Você se esqueceu de mim, mas sabe que eu ainda estou aqui. Você liga as luzes, em seus momentos mais corajosos, procurando por mim. Mas quando você se livra da escuridão, eu também vou embora com ela, pois eu também sou a escuridão. Eu sou a escuridão de sua alma.

Eu nunca vou te deixar, pelo menos não sozinho. Em alguma noite você ainda me encontrará, com toda a minha terrível majestade, mas eu serei a ultima coisa que você verá em sua vida

sábado, 13 de abril de 2013

Suicídio planejado


Comunico aqui, a minha morte.
Ela será realizada em um quarto pouco iluminado.
Haverá um bilhete longo, pois sempre que escrevo acabo exagerando.
O bilhete vai falar basicamente das coisas que vivi, da minha angústia, dos meus amores, das tentativas inúteis de mudar, do meu fracasso como pessoa, da carência, da fragilidade, entre outras coisas vai falar de tudo que eu sou e porque cheguei a me matar…
Também terá uma parte com pedido de desculpas aos meus pais e parentes… Sabe como é, pra não dizerem que fui egoísta depois… Sei que poucos vão entender o real motivo, pois poucos sabem as verdadeiras razões de um suicida…
Pois bem, estes que entendem de certo são as pessoas mais queridas por mim. A eles um beijo especial e um forte abraço, eu juro que tentei, mas não foi possível. Acho que um dia vocês vão me entender…
Voltando a minha morte, ela será realizada num quarto pouco iluminado, a luz virá de um pequeno abajur do lado direito da cama. Eu o uso para ler a noite,  e é o que eu estarei fazendo antes da morte vir me buscar…
Do lado direito também haverá um vidro com remédios, uma corda, uma sacola plástica e um estilete. Terei várias opções, mas por fim escolherei o estilete, pois as lâminas sempre me seduziram.
É bem verdade que eu vou pensar em desistir inúmeras vezes, mas ao lembrar de uma vida infeliz e fracassada que terei pela frente, a morte será o menor dos males… A morte irá me envolver com seus braços, e juntas dançaremos uma valsa leve e sádica, na qual verei todos os momentos felizes que tive durante toda minha vida…
Ela será boa comigo e me levará pairando no ar para visitar aqueles que amo, e me permitirá abraçá-los bem forte, mesmo que eles não sintam.
Ao meu amor, olharei no profundo dos seus olhos e direi o quanto o amo, e o quanto desejo a sua felicidade, é fato que você não verá e nem me ouvirá, mas sua alma vai ver a minha pelos seus olhos, e no seu íntimo você perceberá a minha falta.
Bem verdade que nada adiantará quando esse dia chegar, sei que muitos chorarão de verdade, e a estes eu desejo profundamente o conforto. Aos falsos, desejo que sejam felizes e que jamais passem pelo que eu passei.
Anuncio que minha morte será realizada num quarto pouco iluminado, a data ainda não está marcada, mas peço humildemente que quando este dia chegar, que vocês possam ir ao meu velório e ao meu enterro, e eu estarei lá sorrindo e desejando a felicidade de todos... 

Durma bem...


Hoje foi mais um dia maravilhoso. Você sabe que eu só venho aqui pra lhe contar sobre meu dia quando ele foi ótimo. Primeiro acho que devo agradecer a você, sabe, você me mostrou este prazer, e é algo com que eu convivo muito bem.
Foi uma moça desta vez. Ela estava saindo da faculdade, três cadernos nas mãos e dois livros. Tinha duas amigas junto com ela. Andaram um quarteirão dando risada e tendo conversas aleatórias. Seu cabelo claro brilhava com a luz da rua, fazendo um reflexo fascinante. Você tinha que ver, lembrou-me tanto dos seus cabelos.
Ela pegou um ônibus e eu fui seguindo até que cheguei a sua casa. Não que eu não soubesse onde era já fazia um mês que a estava seguindo. A casa é mais como uma república, não tinha só ela morando, mas ainda sim foi fácil, considerando que a casa não tinha andares. Esperei pacientemente todas as luzes se apagarem.
Abri a janela cautelosamente. Eu já havia treinado muito durante esses dias quando a casa estava completamente só, e também em outras madrugadas. Entrei, tomei um copo de água na cozinha para testar a casa, todos estavam realmente dormindo. Subi para os quartos, e entrei no quarto da moça. Ela dorme sozinha porque a colega de quarto está passando um tempo com os pais. Você sabe que eu tenho acesso a esse tipo de informação, você mesmo me ensinou tudo. Agradeço tanto por isso.
A visão era linda. Queria tanto você comigo naquele momento. Ela estava dormindo com uma camisola normal, aparentemente rosa, não dava para ver direito por causa do escuro. A única luz que tinha era da lua na janela. Agarrada a um travesseiro, ela estava em posição fetal. Puxei uma cadeira delicadamente e sentei ao lado de sua cama. Fiquei ali apenas observando. Seu sono era tranquilo, a respiração era suave. Tinha leves espasmos e reflexos naturais.
Suas mãos se fechavam às vezes, e falava coisas sem nexo, um sonho bom provavelmente. Não lembro a que horas eu entrei no quarto, mas tenho certeza que fiquei ali apenas observando por pelo menos três horas. Apenas ali, observando. Ela não costumava se virar, ficava naquela posição e o máximo que fazia era se contrair mais apertando o travesseiro.
Quando deu mais ou menos três horas e meia de observação, ela deu um suspiro profundo e virou de barriga pra cima, deixando o travesseiro de lado. Sua única movimentação diferente. Nesta posição, a conclusão do meu prazer se tornou propícia. Deitei ao seu lado para que ela se acostumasse com a minha presença, depois de pelo menos uma hora ajoelhei na cama ao seu lado, e sussurrei em seu ouvido as mesmas palavras que você me ensinou. “Bons sonhos, eu cuidarei de você."
Coloquei as mãos em seu pescoço, delicadamente e pressionei cada vez mais forte. Logo seu pescoço estava todo tomado e comecei a sentir as primeiras contrações. Um pequeno engasgo me indicou que eu havia acertado. Sua respiração ficou forte como se quisesse puxar todo o ar, mas era inútil. Os espasmos aumentaram e agora suas mãos se contorciam. A pressão ficou constante durante este tempo, mas o dia já ia amanhecer e eu precisava me apressar.
Aumentei a força consideravelmente e as mãos delicadas da bela moça encontraram as minhas. Seus olhos abriram. Coloquei toda força numa mão só enquanto a outra tapava sua boca e nariz. Sua expressão de terror era notável e me fez sorrir como há muito tempo eu não fazia. Espasmos violentos me forçaram a subir em cima dela e prendê-la com meu corpo. Quanto mais força ela fazia, mais pressão eu colocava em seu pescoço.
A resistência ia aumentando cada vez mais, então coloquei o braço sobre seu pescoço e pressionei a mão mais forte contra sua boca e nariz. Aos poucos os espasmos se misturaram com falência e em alguns minutos seu corpo estava desfalecido em meus braços. Soltei o braço e a mão e observei por um tempo. Seu coração ainda batia e a respiração estava mínima. Com as minhas duas mãos sobre o pescoço, apertei com toda a força que um homem pode ter e chacoalhei algumas vezes para distribuir a força por todo o pescoço.
Logo ele estava mole e o coração parecia ter parado. Em todo caso, forcei seu pescoço por mais algumas vezes e amarrei um lençol, preso a prateleira que ela tinha em cima da cama para manter a pressão. Deixei seu corpo levemente pendurado para forçar um enforcamento. Sai do quarto, calmamente, passei pela cozinha e tomei outro copo de água. Quando eu estava guardando a garrafa na geladeira ouvi a porta de um quarto batendo. Peguei a chave da casa que estava na mesa de centro, abri a porta e sai batendo a porta. Ouvi apenas um: “Quem saiu essa hora?”.
Voltei para o meu carro e fui para um bar. Você sabe depois dessas coisas eu preciso molhar a garganta com algo mais agressivo do que água. Quando eu estava vindo pra cá, passei pela frente da república e havia uma ambulância parada na porta, retirando um corpo envolto num saco. Passei na faculdade e vi as amigas da menina, uma delas estava falando no celular, enquanto a outra chorava muito. Vim correndo pra cá para contar o meu sucesso.
Eu sei você deve estar se perguntando: “Por que não violou o corpo?” Veja bem, só fiz isso com você, porque foi você que eu amei de verdade, você que me ensinou tudo que eu sei. Sinto muita falta de quando éramos nós dois que entravamos nas casas para observar as pessoas dormindo e nos relacionávamos ali, observando a paz alheia.
Eu ia te observar direto, você dormia tão lindamente. Pena que agora está dormindo eternamente. Estas flores são para você meu amor. Sei que gosta de rosas e estas são bem vermelhas. Elas me fazem lembrar o sangue que você cuspiu quando quebrei seu pescoço. Você estava tão linda naquele vestido branco.
Eu te amo muito, mas agora eu tenho que ir. Descanse em paz meu amor, durma bem, eu cuidarei de você.

O Cinema


Você já ouviu falar em um jogo antigo de PC chamado "O Cinema"?

 É, eu acho que não. Provavelmente porque muitas pessoas dizem que este nem mesmo existe.  Veja bem, O Cinema é um jogo antigo lançado mais ou menos na mesma época que Doom. Hoje, se você conseguir encontra-lo, está disponível apenas em péssimos CDs de contrabando, que mesmo sendo melhor do que nada, geralmente nem contem o jogo verdadeiro. As copias que eles dizem ter sido lançadas antigamente, e que eram legitimas, vinham com uma capa em branco com nada mais que um esboço gráfico do que era chamado de "O Bilheteiro".  Ele é um desenho pixelado de baixa qualidade de um homem branco e careca com grandes lábios vermelhos, vestindo um casaco vermelho por cima de uma camisa branca e calças pretas. Ele não esboça nenhuma emoção, mas algumas pessoas dizem que se você quebrasse o CD do jogo, na próxima vez que olhasse para a capa o veria com uma expressão de raiva no rosto. Mas isso passa despercebido apenas como uma lenda urbana. 

Na verdade, o que é peculiar sobre O Cinema é que na contracapa  não há nome nenhum de desenvolvedores, muito menos uma descrição do jogo atrás da capa. É simplesmente o Bilheteiro em um fundo branco em ambos os lados.

Inicialmente o jogo era conhecido por sua inabilidade de se instalar corretamente. O processo de instalação travava o computador instantaneamente quando o usuário chegava na parte "Concordo com os termos de uso". Outra coisa estranha com os Termos de Uso do O Cinema é que sempre onde o nome do desenvolvedor deveria aparecer, era mostrado simplesmente como uma linha branca. De qualquer forma, as pessoas que dizem ter tido uma cópia original do jogo, falam que descobriram que para instalar você precisava apenas reiniciar o computador com o CD ainda dentro.  Então eles são solicitados a clicar no "EU CONCORDO" assim que o computador é reiniciado,  assim a instalação continua.  O jogo começa sem nenhuma introdução, apenas com um menu principal que é um desenho gráfico de um salão de cinema (aqueles que se vê bastante em filmes estrangeiros antigos) visto da rua de uma cidade vazia. O título aparece e então 3 opções principais: "NOVO JOGO, CARREGAR, OPÇÕES". 

Selecionando o OPÇÕES o jogo trava e fecha. É dito que o CARREGAR não tem nenhuma função. Mesmo quando você salvava o jogo, quando clicava nada acontecia. Portanto. NOVO JOGO era a única coisa que funcionava no menu inicial.



Assim que selecionado, você está em visão de primeira pessoa. Você está no lobby vazio de um cinema, com exceção do Bilheteiro de pé na frente de um corredor escuro o qual só pode ser assumido que leva até as salas de cinema.  Não a nada a ser feito além de olhar para os pôsteres de filmes ilegíveis e mal desenhados ou se aproximar do Bilheteiro. Assim que o personagem se move até o Bilheteiro uma faixa de som de qualidade ruim toca dizendo " Obrigada, por favor aproveite o filme" junto com uma caixa de texto dizendo a mesma coisa. 

Você então anda pelo corredor e a tela fica preta e logo você está de volta no  lobby vazio do cinema e você faz exatamente a mesma coisa várias e várias vezes.

Enquanto esse pareça ser um péssimo jogo, algumas coisas peculiares acontecem enquanto você continua a jogar. O número exato de vezes que você tem que fazer esse processo de dar o ticket ao Bilheteiro e voltar para o lobby vazio até que os eventos estranhos aconteçam é desconhecido. A maioria afirma que é completamente aleatório e poderia acontecer desde a primeira vez que se é entregado o ticket ou até depois de 400 vezes. Entretanto, o que acontece, perturbou profundamente alguns jogadores.

A primeira coisa que acontece é que a tela fica preta e o personagem aparece de volta caminhando em direção ao corredor. A primeira coisa que se nota nesse momento é que o Bilheteiro não está presente. Então o jogador, sem nenhuma outra opção, decide entrar no corredor escuro. A faixa de som e a caixa de texto ainda aparecem mesmo sem o Bilheteiro presente, mas quando o personagem entra dentro do corredor a tela desta vez não fica toda preta. Ela vai ficando mais escura enquanto se vai andando mais fundo no corredor, mas os passos do personagem ainda podem ser ouvidos como se ele continuasse andando enquanto o jogador aperta a seta para cima no teclado.

 Aqueles que dizem ter jogado o original, falam que se sentiram extremamente inconfortáveis enquanto andavam pelo corredor, como se pressentissem que algo extremamente ruim iria acontecer. Bem, eventualmente o jogador não consegue mais se mover para a frente. Não há nada por um certo tempo até uma imagem gráfica descrita como "O Bilheteiro só que ao invés de feições, tem uma espiral no rosto" aparece e fica diante do personagem. Os jogadores do jogo original dizem que seus corpos congelaram e seus estômagos se reviraram quando viram a imagem gráfica ( que foi apropriadamente chamada de O Homem Cabeça de Espiral). 

Nada acontece enquanto o Homem Cabeça de Espiral fica a frente do personagem. Então de repente um guincho penetrante toca e o jogo trava com as imagens todas embaralhadas, e continua travado por alguns minutos. Depois o personagem volta para o lobby repentinamente com todas as imagens e sons do jeito que deviam estar.

O jogo continua normalmente nos próximos "ciclos" de entrar pelo corredor, com alguns dos jogadores dizendo que o Homem Cabeça de Espiral ficava fazendo breves aparições nos cantos da tela enquanto um efeito parecido com um uivo toca de fundo. Depois de um certo tempo de ver o Homem Cabeça de Espiral, é dito que pode se ver o Bilheteiro andando para frente e para trás (entretanto, não há animação. São apenas imagens estáticas e gráficas mudando rapidamente de posição pela tela) com sua boca e seus olhos bem aberto como se fosse para demonstrar uma expressão de preocupação.

 Alguns jogadores perceberam que o que antes eram pôster de filmes, agora foram trocados por imagens do Homem Cabeça de Espiral, o que faz com que eles movam o personagem para  o outro lado e ir se aproximando do Bilheteiro. Então uma faixa de som diferente toca, mas como a caixa de texto não tem nada além de caracteres corrompidos, faz com que seja lá o que estivesse escrito lá ficasse completamente ilegível. Por conta da qualidade extremamente baixa da faixa de som, é muito debatido nesse ponto entre os jogadores o que o Bilheteiro realmente fala, mas a maioria concorda que ele diz "NUNCA ALCANCE OS OUTROS NÍVEIS".

Então o jogo fica com a tela preta novamente e o personagem se encontra mais uma vez no lobby do cinema, porém o Bilheteiro não está no seu lugar de costume e o corredor está bloqueado por um uma imagem mal desenhada de uma parede de tijolos. Tocar a parede de tijolos fará com que o jogo trave imediatamente. E isso é a única coisa que dá para fazer. Ninguém sabe o que "OS OUTROS NÍVEIS" são, significam ou como acessá-los. Também é desconhecido o porque do Homem Cabeça de Espiral causa tanto medo naqueles que o tenham o visto no jogo. Todas as cópias do O Cinema foram perdidas, destruídas ou estão escondidas. Mas a parte mais assustadora e bizarra é que os jogadores do jogo original dizem que ocasionalmente conseguem ver o Homem Cabeça de Espiral pelo canto do olho.