sábado, 13 de abril de 2013

Durma bem...


Hoje foi mais um dia maravilhoso. Você sabe que eu só venho aqui pra lhe contar sobre meu dia quando ele foi ótimo. Primeiro acho que devo agradecer a você, sabe, você me mostrou este prazer, e é algo com que eu convivo muito bem.
Foi uma moça desta vez. Ela estava saindo da faculdade, três cadernos nas mãos e dois livros. Tinha duas amigas junto com ela. Andaram um quarteirão dando risada e tendo conversas aleatórias. Seu cabelo claro brilhava com a luz da rua, fazendo um reflexo fascinante. Você tinha que ver, lembrou-me tanto dos seus cabelos.
Ela pegou um ônibus e eu fui seguindo até que cheguei a sua casa. Não que eu não soubesse onde era já fazia um mês que a estava seguindo. A casa é mais como uma república, não tinha só ela morando, mas ainda sim foi fácil, considerando que a casa não tinha andares. Esperei pacientemente todas as luzes se apagarem.
Abri a janela cautelosamente. Eu já havia treinado muito durante esses dias quando a casa estava completamente só, e também em outras madrugadas. Entrei, tomei um copo de água na cozinha para testar a casa, todos estavam realmente dormindo. Subi para os quartos, e entrei no quarto da moça. Ela dorme sozinha porque a colega de quarto está passando um tempo com os pais. Você sabe que eu tenho acesso a esse tipo de informação, você mesmo me ensinou tudo. Agradeço tanto por isso.
A visão era linda. Queria tanto você comigo naquele momento. Ela estava dormindo com uma camisola normal, aparentemente rosa, não dava para ver direito por causa do escuro. A única luz que tinha era da lua na janela. Agarrada a um travesseiro, ela estava em posição fetal. Puxei uma cadeira delicadamente e sentei ao lado de sua cama. Fiquei ali apenas observando. Seu sono era tranquilo, a respiração era suave. Tinha leves espasmos e reflexos naturais.
Suas mãos se fechavam às vezes, e falava coisas sem nexo, um sonho bom provavelmente. Não lembro a que horas eu entrei no quarto, mas tenho certeza que fiquei ali apenas observando por pelo menos três horas. Apenas ali, observando. Ela não costumava se virar, ficava naquela posição e o máximo que fazia era se contrair mais apertando o travesseiro.
Quando deu mais ou menos três horas e meia de observação, ela deu um suspiro profundo e virou de barriga pra cima, deixando o travesseiro de lado. Sua única movimentação diferente. Nesta posição, a conclusão do meu prazer se tornou propícia. Deitei ao seu lado para que ela se acostumasse com a minha presença, depois de pelo menos uma hora ajoelhei na cama ao seu lado, e sussurrei em seu ouvido as mesmas palavras que você me ensinou. “Bons sonhos, eu cuidarei de você."
Coloquei as mãos em seu pescoço, delicadamente e pressionei cada vez mais forte. Logo seu pescoço estava todo tomado e comecei a sentir as primeiras contrações. Um pequeno engasgo me indicou que eu havia acertado. Sua respiração ficou forte como se quisesse puxar todo o ar, mas era inútil. Os espasmos aumentaram e agora suas mãos se contorciam. A pressão ficou constante durante este tempo, mas o dia já ia amanhecer e eu precisava me apressar.
Aumentei a força consideravelmente e as mãos delicadas da bela moça encontraram as minhas. Seus olhos abriram. Coloquei toda força numa mão só enquanto a outra tapava sua boca e nariz. Sua expressão de terror era notável e me fez sorrir como há muito tempo eu não fazia. Espasmos violentos me forçaram a subir em cima dela e prendê-la com meu corpo. Quanto mais força ela fazia, mais pressão eu colocava em seu pescoço.
A resistência ia aumentando cada vez mais, então coloquei o braço sobre seu pescoço e pressionei a mão mais forte contra sua boca e nariz. Aos poucos os espasmos se misturaram com falência e em alguns minutos seu corpo estava desfalecido em meus braços. Soltei o braço e a mão e observei por um tempo. Seu coração ainda batia e a respiração estava mínima. Com as minhas duas mãos sobre o pescoço, apertei com toda a força que um homem pode ter e chacoalhei algumas vezes para distribuir a força por todo o pescoço.
Logo ele estava mole e o coração parecia ter parado. Em todo caso, forcei seu pescoço por mais algumas vezes e amarrei um lençol, preso a prateleira que ela tinha em cima da cama para manter a pressão. Deixei seu corpo levemente pendurado para forçar um enforcamento. Sai do quarto, calmamente, passei pela cozinha e tomei outro copo de água. Quando eu estava guardando a garrafa na geladeira ouvi a porta de um quarto batendo. Peguei a chave da casa que estava na mesa de centro, abri a porta e sai batendo a porta. Ouvi apenas um: “Quem saiu essa hora?”.
Voltei para o meu carro e fui para um bar. Você sabe depois dessas coisas eu preciso molhar a garganta com algo mais agressivo do que água. Quando eu estava vindo pra cá, passei pela frente da república e havia uma ambulância parada na porta, retirando um corpo envolto num saco. Passei na faculdade e vi as amigas da menina, uma delas estava falando no celular, enquanto a outra chorava muito. Vim correndo pra cá para contar o meu sucesso.
Eu sei você deve estar se perguntando: “Por que não violou o corpo?” Veja bem, só fiz isso com você, porque foi você que eu amei de verdade, você que me ensinou tudo que eu sei. Sinto muita falta de quando éramos nós dois que entravamos nas casas para observar as pessoas dormindo e nos relacionávamos ali, observando a paz alheia.
Eu ia te observar direto, você dormia tão lindamente. Pena que agora está dormindo eternamente. Estas flores são para você meu amor. Sei que gosta de rosas e estas são bem vermelhas. Elas me fazem lembrar o sangue que você cuspiu quando quebrei seu pescoço. Você estava tão linda naquele vestido branco.
Eu te amo muito, mas agora eu tenho que ir. Descanse em paz meu amor, durma bem, eu cuidarei de você.

Um comentário:

  1. Meu Deus.... Achei a historia muito interessante..... nao minto q fiquei um pouco chocada mas alem de tudo a achei bonita.....

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