segunda-feira, 17 de junho de 2013

Na Colina (Parte 2)

Desculpem a demora para a postagem pois a tradução foi um pouco demorada e também como é final de bimestre eu estava cheio de trabalhos para fazer...mas aqui está a continuação do conto "Na Colina" Aproveitem...

John inicialmente não intencionava passar mais do que alguns dias na vila. Mesmo depois de ter viajado o dia inteiro de Londres, e a noite trazendo com ela as mordidas do inverno escocês, ele pretendia começar o mais rápido possível - quanto mais rápido terminasse, o mais rápido estaria em casa.

Trabalhando para uma grande empresa de aquisição de propriedades, era seu trabalho facilitar aos clientes ricos a busca de um terreno para construir. O indivíduo o qual ele representava estava especialmente interessado em comprar uma terra com bela vista para o campo, onde desejava construir uma enorme casa de campo para sua família. O local em questão tinha sido recentemente colocado à venda por um fazendeiro local que estava passando por maus bocados pela baixa da economia. Portanto, John foi contratado para avaliar a terra e negociar um bom preço, baseada nas recomendações feitas por um grupo de inspetores que tinham estado lá na semana anterior.

Após se instalar no O Lorde de Dungorth, ele dirigiu seu carro para a fazenda que se situava a apenas alguns quilômetros fora da vila. Toda a área consistia de vastos campos onde colheitas eram cultivadas e animais pastavam, alguns acres com florestas, e um rio  ou riacho borbulhante ocasional. A negociação simplesmente fluiu, o fazendeiro - um homem idoso chamado Dale - estava precisando de capital o mais rápido possível para sustentar de pé o resto de suas fazendas, enquanto o cliente estava entusiasmando com o potencial da compra e desejava concluir o negócio rapidamente.

Independente disso, John era cuidadoso em finalizar um acordo antes dele mesmo dar uma olhada na propriedade. Durante os anos, ele desenvolveu uma reputação de oferecer exatamente o que o cliente queria, sem nenhuma surpresa desagradável após a compra, como afundamentos de terra ou quaisquer outras dificuldades de planejamento. Apesar dele não gostar muito do trabalho de avaliação de terrenos, ele era bem qualificado para detectar qualquer coisa que pudesse causar um problema futuro, mesmo levando um tempo considerável com isso, ele esperava voltar para a cidade o mais tardar no dia seguinte, se tudo corresse bem.

O fazendeiro, Sr. Dale, concordou gentilmente em levá-lo de trator em um breve passeio pelas terras, e não foi sem um leve sentimento de remorso que John ouviu o senhor contar a história da região, o apego dele e sua família a ao local e por isso era tão importante para ele manter o lugar funcionando. Mas negócios são negócios e o dinheiro que Dale conseguiria com as duas terras em questão o dariam uma benção incontestável -  com sorte o suficiente para ajudá-lo a passar pela tempestade financeira.

A noite chegou rapidamente, e John ficou contente que a viagem desconfortável de trator não foi tão demorada. Pouco tempo depois Dale parou o veículo, apontando para dois campos ao lado que eram o que  estavam à venda. Pela meia hora seguinte John pisoteou com suas botas por lama e gramados, tirando fotos do local onde seu cliente estava pensando em construir, enquanto lia atentamente os registros da equipe de inspetores, comparando-as com suas próprias anotações.  Dale não queria acompanhá-lo nas pesquisas, então só ficou escorado em seu trator, observando tristemente.

Finalmente John tinha terminado, mas no mesmo instante seus olhos foram atraídos para uma colina a poucos quilômetros de distância, uma que dava vista para toda a área. Parecia estar inabitado, com alguns acres de floresta e gramado sendo suas únicas características distintivas. Apesar da distância, o morro parecia dominar o horizonte e, mesmo sem ter sido verbalizado, John sentia que este era especial ou único de algum modo. Ao voltar para o trator, ele apontou para lá, mas Dale parecia relutante sobre o assunto, respondendo gelidamente as perguntas ou apenas ficando em silêncio. Era o trabalho de John manter uma terra que achava que seus clientes poderiam se interessar, e com o que parecia ser uma bela visão para o campo, achou que seria interessante para um rico empresário apaixonado pelas terras escocesas.

Na curta viagem de volta, John se sentiu compelido a ficar olhando para a colina por cima do ombro e estava convencido que seus instintos profissionais diziam-no que devia investigar a respeito mais de perto. Depois da irritante resistência do fazendeiro Dale, ele se rendeu e quebrou o silencio falando brevemente sobre o assunto, com óbvio desdém por aquela terra incomum. Quando perguntado a respeito de quem pertencia, o fazendeiro zombou dizendo apenas "Ninguém é dono daquele lugar, e ninguém vai lá." Não disse mais muita coisa, mas antes de John entrar na pousada, o homem pousou a mão em seu ombro e o advertiu para deixar a colina em paz, que era perigosa e que esperava não ter que falar sobre aquilo nunca mais.  Enquanto Dale parecia sentir medo de apenas mencionar aquilo, a impressão predominante era que o velho estava dominado por uma tristeza profunda; uma que era melhor ser deixada sozinha.
Por mais fascinado que John tinha ficado com o aviso do fazendeiro, não era a primeira vez que batia de frente com supertições locais - algo que ele, com certeza, nunca tinha dado ouvidos, caso contrário, teria perdido tempo, alguns ótimos lotes de terra e propriedade ao longo dos anos. As histórias dos moradores sempre pareciam girar em volta de lugares mais antigos e remotos da Grã-Bretanha. No passado ele tinha ouvido longos contos sobre casas abandonadas que carregavam manchas de um ato criminoso, ou matas que não podiam ser desmatadas pelo medo do que vivam nelas, mas sem exceção nada desagradável acontecera. Não havia solidez perante os mitos, e enquanto adorava ouvir os relatos de assombrações e seres estranhos que rondavam os pântanos e campos abertos, ele tinha pouco tempo para isso em sua vida corrida e trabalho. Essas histórias eram uma distração divertida, mas além do entretenimento, eram de pouca serventia.

Voltando à pousada, ele estava cansado e com vontade de ir para a cama, na esperança de concluir o negócio no dia seguinte, mas foi ao bar tomar alguma bebida antes de se retirar para seu quarto. O senhorio parecia ser bastante amigável e estava contente por alguém ter ficado em sua pousada pois geralmente ela ficava vazia, mas seu comportamento amistoso mudou completamente com a menção da colina. Igualmente a Dale, o proprietário parecia relutante em dar qualquer informação detalhada sobre o assunto e providenciou uma advertência citando "terra ruim" como motivo suficiente para deixa-la pra lá.

Sussurros e um tumulto sutil começou a surgir dos cantos escuros do pub enquanto moradores pareciam perturbados com as perguntas de John. Ninguém se aproximou, mas ele estava atento do desconforto em volta. Seu comentário " Parece que a colina é assombrada" que deveria ter sido tomada como uma piada, provocou apenas o silêncio. A ausência de som o fez sentir mal recebido. Rapidamente, ele terminou sua bebida e enquanto ia andando para as escadas uma mulher jovem tocou-lhe o ombro e sussurrou em seu ouvido "Por favor, não vá para a colina, ninguém jamais volta".

O senhorio estava ao alcance de voz e rapidamente reprendeu a menina por apenas mencionar aquilo, em seguida virou-se de costas e enquanto limpava um copo de cerveja, disse enquanto gaguejava: "Durma bem, senhor. Espero que você consiga concluir o seu negócio amanhã e voltar o mais rapido possivel para Londres".

Para John soou mais como um aviso do que um simples boa noite.

No dia seguinte ele se levantou cedo e fez seu caminho ao primeiro andar e foi recebido novamente pelo senhorio, mas esse agora permanecia relativamente quieto, o que John achou estranho pois ele tinha passado uma imagem tagarela no dia anterior. Descartando o anfitrião apenas como uma pessoa que não era chegado em manhãs, John tomou seu café e fez seu caminho em direção a fazenda de Dale para terminar a compra dos terrenos.   


Enquanto ele dirigia pelas estradas calmas do campo, apreciando a paisagem que continuava impressionante mesmo em um dia nublado, a fazendo foi se mostrando ao longe, e o mesmo fez a colina logo atrás. Ele pensou que essa parecia mais predominante ou grandiosa do que o dia anterior, com sua estrutura torta se inclinando-se para a vila, mas rapidamente sacudiu esses pensamentos da cabeça, pensando neles como apenas um efeito colateral do comportamento supersticioso dos moradores locais. Mas mesmo assim, havia algo sobre aquele lugar.

(CONTINUA...)

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